O popstar empresarial
Pedro J. Bondaczuk
A morte de Steve Jobs, ocorrida em 5 de outubro de 2011, em decorrência de um câncer, relativamente raro, no pâncreas, causou profunda comoção no mundo todo. Isso ficou evidente, inclusive (ou principalmente) nas redes sociais. O twitter, por exemplo, teve recorde de mensagens, desde a sua criação, manifestando pesar pelo acontecimento. Personalidades de todas as áreas e dos mais diversos países falaram a propósito (inclusive o papa Bento XVI) e todas as manifestações de pesar destacaram , acima de qualquer coisa,a genialidade e o talento inventivo do falecido.
Esse foi um raro caso em que a morte de alguém que não era chefe de Estado, nem astro do esporte ou da música popular, causou tamanho impacto na opinião pública. Afinal, via de regra, o falecimento de empresários, de cientistas, de pesquisadores (e, por que não, de escritores), na maior parte dos casos, passa batido. É noticiado (quando é), com mera notinha, perdida nas páginas dos jornais, ou citada de passagem, em escassíssimos segundos, nas emissoras de rádio e TV. Não foi, todavia, o caso de Steve Jobs.
E por que trato (também) do assunto em um espaço dedicado à literatura? Porque a genialidade desse homem inventivo inspirou muitos livros. E porque sua morte ensejou uma explosão de vendas de todas as obras que lhe faziam menção. Não entro no mérito se houve ou não exagero (conforme algumas manifestações que li nas redes sociais), nas reações ensejadas por sua morte. Não acho exagerado o reconhecimento do mérito de quem tem. É o caso de Steve Jobs. O que lamento, isto sim, é quando os feitos de quem tenha feito muito pelo desenvolvimento da tecnologia, da ciência, das artes, da cultura e de tantas outras áreas da nossa vida não são devidamente reconhecidos. Pouquíssimos são.
Em um mundo caracterizado, cada vez mais, pelo individualismo, em que raros são compensados pelo bem que fazem, é muito bom ver alguém tão homenageado – e não apenas post-mortem, pois essas homenagens já vinham ocorrendo há algum tempo, mas principalmente nessa circunstância – como Steve Jobs foi e continua sendo. Como seria bom se todos os empreendedores, criadores e construtores recebessem idêntico tratamento!
Steven Paul Jobs nasceu na cidade de São Francisco, na Califórnia, em 14 de fevereiro de 1955. A ele são creditados os desenvolvimentos de produtos, no campo da tecnologia da informação, como o McIntosh, o IPod, IPhone e IPad, entre outros, que facilitaram, em muito, a nossa vida. Foi cofundador e presidente do Conselho de Administração de uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo: a Apple. Vários livros foram escritos tendo-o por personagem. Alguns, como “A cabeça de Steve Jobs”, de Leander Kahney, já vinham esgotando edições e mais edições antes da sua morte. Outros, porém, embora com vendas razoáveis, não vendiam tanto quanto seus editores esperavam e certamente pretendiam. Esse panorama, no entanto, mudou de repente.
Leio, por exemplo, notícia no portal “Terra” dando conta que “na livraria Amazon, títulos relacionados a Jobs ocupam quatro entre as dez publicações mais vendidas”. Sua biografia, escrita por Walter Isaacson, que ainda sequer foi lançada oficialmente no mercado, já é uma das obras mais vendidas do ano (antecipadamente, claro). Na Amazon, um dia antes da morte de Jobs, o livro ocupava, apenas, a 375ª posição no ranking de vendas. Assim que foi anunciado o falecimento do empresário, as vendas “explodiram” e aumentaram em 37.400%, saltando, disparado, para o primeiro lugar.
O portal “Terra” informa o seguinte sobre essa biografia, que nasce sob o signo do absoluto, retumbante, explosivo (e todos os adjetivos que lhes vierem à cabeça) sucesso: “Isaacson, que já escreveu biografias sobre Benjamin Franklin e Albert Einstein, baseou-se em mais de 40 entrevistas com Jobs, além de familiares, amigos, colegas de trabalho e até mesmo concorrentes”.
Face o currículo do biógrafo, e as fontes a que teve acesso, presumo que o livro seja, mesmo, precioso. Mesmo se eventualmente não for (no que não creio), já é um dos grandes best-sellers dos últimos tempos. E antes de ser oficialmente lançado no mercado!!! Afinal, precisa de algum lançamento formal? Claro que não! Se (ou quando) ocorrer, será redundante.
Mas não foi somente a citada biografia escrita por Isaacson que teve tamanha procura. Ainda com base na noticia veiculada pelo “Terra”, informo que o livro “Steve: Steve Jobs in His Own words”, de George Beahm, está, agora, em segundo lugar entre os best-sellers da Amazon (contra a posição 47.563 no dia da morte do empresário). E o incrível é que se trata de outra obra que ainda sequer foi oficialmente lançada.
Para completar a informação, reproduzo mais os seguintes dois parágrafos da notícia divulgada pelo “Terra”: “O estudo das receitas que tornaram possível o sucesso da marca da maçã, The Innovation Secrets of Steve Jobs: Insanely Different Principles for Breakthrough Success (Os Segredos das Inovações de Steve Jobs: Princípios Insanamente Diferentes para Alcançar o Sucesso), publicado em setembro de 2010, estava na quinta posição, com uma alta de 4.374%.
Em sétimo lugar estava o livro The Presentation Secrets of Steve Jobs: How to Be Insanely Great in Front of Any Audience (Os Segredos das Apresentações de Steve Jobs: Como ser Gigante à frente que Qualquer Público), de setembro de 2009, que explora as famosas apresentações de Jobs, com um aumento de 1.383% nas vendas”.
É bom, muito bom quando uma pessoa de valor, que deixou um legado realmente relevante à humanidade – Jobs foi comparado ao inventor norte-americano Thomas Alva Edison –, é reconhecida dessa forma. Melhor seria, no entanto, reitero, se esse não fosse um caso raro ou único. Mas... isso já é querer demais, não é mesmo?
Pedro J. Bondaczuk
A morte de Steve Jobs, ocorrida em 5 de outubro de 2011, em decorrência de um câncer, relativamente raro, no pâncreas, causou profunda comoção no mundo todo. Isso ficou evidente, inclusive (ou principalmente) nas redes sociais. O twitter, por exemplo, teve recorde de mensagens, desde a sua criação, manifestando pesar pelo acontecimento. Personalidades de todas as áreas e dos mais diversos países falaram a propósito (inclusive o papa Bento XVI) e todas as manifestações de pesar destacaram , acima de qualquer coisa,a genialidade e o talento inventivo do falecido.
Esse foi um raro caso em que a morte de alguém que não era chefe de Estado, nem astro do esporte ou da música popular, causou tamanho impacto na opinião pública. Afinal, via de regra, o falecimento de empresários, de cientistas, de pesquisadores (e, por que não, de escritores), na maior parte dos casos, passa batido. É noticiado (quando é), com mera notinha, perdida nas páginas dos jornais, ou citada de passagem, em escassíssimos segundos, nas emissoras de rádio e TV. Não foi, todavia, o caso de Steve Jobs.
E por que trato (também) do assunto em um espaço dedicado à literatura? Porque a genialidade desse homem inventivo inspirou muitos livros. E porque sua morte ensejou uma explosão de vendas de todas as obras que lhe faziam menção. Não entro no mérito se houve ou não exagero (conforme algumas manifestações que li nas redes sociais), nas reações ensejadas por sua morte. Não acho exagerado o reconhecimento do mérito de quem tem. É o caso de Steve Jobs. O que lamento, isto sim, é quando os feitos de quem tenha feito muito pelo desenvolvimento da tecnologia, da ciência, das artes, da cultura e de tantas outras áreas da nossa vida não são devidamente reconhecidos. Pouquíssimos são.
Em um mundo caracterizado, cada vez mais, pelo individualismo, em que raros são compensados pelo bem que fazem, é muito bom ver alguém tão homenageado – e não apenas post-mortem, pois essas homenagens já vinham ocorrendo há algum tempo, mas principalmente nessa circunstância – como Steve Jobs foi e continua sendo. Como seria bom se todos os empreendedores, criadores e construtores recebessem idêntico tratamento!
Steven Paul Jobs nasceu na cidade de São Francisco, na Califórnia, em 14 de fevereiro de 1955. A ele são creditados os desenvolvimentos de produtos, no campo da tecnologia da informação, como o McIntosh, o IPod, IPhone e IPad, entre outros, que facilitaram, em muito, a nossa vida. Foi cofundador e presidente do Conselho de Administração de uma das empresas mais bem-sucedidas do mundo: a Apple. Vários livros foram escritos tendo-o por personagem. Alguns, como “A cabeça de Steve Jobs”, de Leander Kahney, já vinham esgotando edições e mais edições antes da sua morte. Outros, porém, embora com vendas razoáveis, não vendiam tanto quanto seus editores esperavam e certamente pretendiam. Esse panorama, no entanto, mudou de repente.
Leio, por exemplo, notícia no portal “Terra” dando conta que “na livraria Amazon, títulos relacionados a Jobs ocupam quatro entre as dez publicações mais vendidas”. Sua biografia, escrita por Walter Isaacson, que ainda sequer foi lançada oficialmente no mercado, já é uma das obras mais vendidas do ano (antecipadamente, claro). Na Amazon, um dia antes da morte de Jobs, o livro ocupava, apenas, a 375ª posição no ranking de vendas. Assim que foi anunciado o falecimento do empresário, as vendas “explodiram” e aumentaram em 37.400%, saltando, disparado, para o primeiro lugar.
O portal “Terra” informa o seguinte sobre essa biografia, que nasce sob o signo do absoluto, retumbante, explosivo (e todos os adjetivos que lhes vierem à cabeça) sucesso: “Isaacson, que já escreveu biografias sobre Benjamin Franklin e Albert Einstein, baseou-se em mais de 40 entrevistas com Jobs, além de familiares, amigos, colegas de trabalho e até mesmo concorrentes”.
Face o currículo do biógrafo, e as fontes a que teve acesso, presumo que o livro seja, mesmo, precioso. Mesmo se eventualmente não for (no que não creio), já é um dos grandes best-sellers dos últimos tempos. E antes de ser oficialmente lançado no mercado!!! Afinal, precisa de algum lançamento formal? Claro que não! Se (ou quando) ocorrer, será redundante.
Mas não foi somente a citada biografia escrita por Isaacson que teve tamanha procura. Ainda com base na noticia veiculada pelo “Terra”, informo que o livro “Steve: Steve Jobs in His Own words”, de George Beahm, está, agora, em segundo lugar entre os best-sellers da Amazon (contra a posição 47.563 no dia da morte do empresário). E o incrível é que se trata de outra obra que ainda sequer foi oficialmente lançada.
Para completar a informação, reproduzo mais os seguintes dois parágrafos da notícia divulgada pelo “Terra”: “O estudo das receitas que tornaram possível o sucesso da marca da maçã, The Innovation Secrets of Steve Jobs: Insanely Different Principles for Breakthrough Success (Os Segredos das Inovações de Steve Jobs: Princípios Insanamente Diferentes para Alcançar o Sucesso), publicado em setembro de 2010, estava na quinta posição, com uma alta de 4.374%.
Em sétimo lugar estava o livro The Presentation Secrets of Steve Jobs: How to Be Insanely Great in Front of Any Audience (Os Segredos das Apresentações de Steve Jobs: Como ser Gigante à frente que Qualquer Público), de setembro de 2009, que explora as famosas apresentações de Jobs, com um aumento de 1.383% nas vendas”.
É bom, muito bom quando uma pessoa de valor, que deixou um legado realmente relevante à humanidade – Jobs foi comparado ao inventor norte-americano Thomas Alva Edison –, é reconhecida dessa forma. Melhor seria, no entanto, reitero, se esse não fosse um caso raro ou único. Mas... isso já é querer demais, não é mesmo?
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