Saturday, June 25, 2011







Resgate

Pedro J. Bondaczuk


Névoa espessa
camufla o bosque
primitivo
da esperança.
Sombras ocultam
elfos e ninfas
a olhares profanos.

Fria neblina
enregela músculos
e penetra ossos:
desconforto e frio.
Vento cortante
agita os cabelos
e folhas pontiagudas.

Luz, busco a luz
para guiar
passos trôpegos!
Paz, anseio
pela paz
para acalmar
desencantos e dores!
Você, procuro você
para aplacar
o rigor da solidão!

Subitamente
vislumbro um vulto
seguindo, resoluto,
em minha direção.

Seriam elfos
com sortilégios
e feitiços?
Seriam ninfas
a tentarem
minha sensibilidade?
Seriam fantasmas
de ilusões passadas,
contudo insepultas?

Subitamente
tudo ao redor
se transfigura
e se ilumina.
O sol, radiante,
espanca as sombras
e inunda o
bosque de luz.

O tênue vulto
já se faz
distinto.
Passo a passo,
resolutamente,
vem em minha
direção.

Sua presença,
amorosa e doce,
redime-me
e me conforta.
A luz dos
seus olhos
devolve a
magia perdida
ao Bosque
da esperança...

(Poema composto em Campinas, em 24 de junho de 2011).


Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk

1 comment:

Mara Narciso said...

Um olhar pode nos esquentar tanto quanto o sol. Entre os dois, prefiro ambos: um amor ao calor do sol. E você fez tudo isso num único dia? Acho incrível sua produtividade. Seu dia parece ter mais horas do que o habitual.