Em busca do passado perdido
Pedro J. Bondaczuk
O passado da Terra – refiro-me àquele remotíssimo para os padrões humanos, posto que “recentíssimo” em termos cósmicos – desafia as mais brilhantes mentes, que se valem de todos os recursos ao seu dispor na tentativa de descobrir, entender e descrever o que se passou no Planeta e fez com que tivesse sua conformação atual. Lendas antiqüíssimas, que passaram de geração para geração, ao longo de pelo menos treze4 milênios, falam de civilizações antiqüíssimas, bastante avançadas que, subitamente, deixaram de existir e que foram sepultadas nas brumas do tempo. Seriam meras fantasias? Seriam distorções de ocorrências reais, aumentadas em muito a cada nova narrativa? Desconfio que não.
Por exemplo, teria havido, de fato, a tal da Atlântida, cuja suposta existência foi revelada por Platão que, com base no que ouviu de viajantes, chegou a fazer detalhada descrição de suas cidades, de seus habitantes e até de seus costumes e religião? Entendo que haja algum fundo de verdade nessa e em tantas outras narrativas. Afinal, o eminente filósofo grego, discípulo de Sócrates, não era dado a fantasias. Era racional, realista e tinha os pés no chão.
Aumentam, cada vez mais, as evidências de que houve, realmente, uma civilização avançadíssima como a citada, que já conheceria (e utilizaria) a eletricidade e outros tantos aparatos tecnológicos dos quais tanto nos orgulhamos hoje. Que teria, até mesmo, construído aviões, entre outras coisas assombrosas. Há livros e mais livros dando conta da probabilidade da existência da Atlântida e do grau avançado da sua civilização. Oportunamente, prometo trazer à baila (e possivelmente comentar) alguns.
Esse fabuloso continente perdido, se de fato existiu (e intuitivamente, acredito que sim), teria desaparecido da face da Terra, sem deixar vestígios (embora haja deixado alguns), tragado pelo mar, entre 11.000 AC e 9.000 AC. Pesquisas apontam que nesse período o Planeta teria sido sacudido por tremendo cataclismo, que mudou radicalmente a sua face. O grande lago que havia no Norte da África, secou e se transformou no atual Deserto do Saara. Os Andes “cresceram” em centenas de metros. E tantas outras mudanças ocorreram na Terra.
Há evidências da passagem, nas proximidades do Planeta, de um gigantesco corpo celeste, provavelmente um imenso cometa, que afetou o magma terrestre, deslocou seu eixo de rotação e fez com que a crosta planetária, relativamente delgada (entre 30 mil e 50 mil quilômetros de espessura, em média) se rompesse nos pontos mais finos. A Atlântida estaria num deles. Daí ter afundado, abruptamente, no oceano, no espaço de “uma única noite”.
No livro “Grandes enigmas da humanidade”, escrito em parceria por Luiz Carlos Lisboa e Roberto Pereira de Andrade (Círculo do Livro) – o qual recomendo a todos os que se interessem por assuntos desta natureza) – logo no segundo parágrafo do primeiro capítulo, há este trecho que dá muito o que pensar: “Segundo Haeckel e Du Bois-Raymond, são sete os enigmas que desafiam o conhecimento humano: 1) a natureza da matéria e da energia; 2) a origem do movimento; 3) o aparecimento da vida; 4) a finalidade da natureza; 5) o aparecimento da sensação e da consciência; 6) a razão, o pensamento e a origem da linguagem e 7) a questão do livre arbítrio. A moderna tecnologia não acrescentou qualquer pergunta nova a essas sete dúvidas fundamentais, e as tentativas de responder a esse desafio foram seguidamente frustradas pela realidade, que teima em não se deixar subjugar por fórmulas e esquemas”. E teima mesmo.
Por maior que seja a soma de conhecimentos ao dispor da humanidade (e ela é volumosíssima), é ínfima diante dos segredos e mistérios da natureza que nos cerca e, sobretudo, do universo, ainda por serem desvendados. E, por que não dizer, da relativamente (em termos cósmicos) curta trajetória do homem neste Planeta: sua história, sua evolução, suas tragédias, comédias, grandezas e vulnerabilidades.
É verdade que o acervo de informações atual não é de se desprezar. Muito pelo contrário. É impossível de ser assimilado por uma única pessoa, ou por pequenos grupos delas, tamanha é a sua vastidão. Só de livros existentes no mundo, contendo praticamente a totalidade do conhecimento humano, desde a invenção da escrita, há uma quantidade absurdamente alta. Jamais alguém conseguirá ler um trilionésimo (ou mais) deles. Se tentasse... não teria tempo para isso. Isso sem contar novos lançamentos que ocorrem praticamente todos os dias.
Qual a capacidade média de leitura de uma pessoa razoavelmente adestrada para tal? Suponhamos que seja de dois livros por dia (exagerando a cifra, claro). Admitamos, todavia, que seja essa a quantidade possível. Pois bem, esse “voraz” leitor, caso não falhe um só dia nessa tarefa e mantenha constante essa quantidade o ano todo, terá lido 1.330 livros ao cabo de 365 dias. Uma enormidade, não é mesmo? Não! Trata-se de quantidade ínfima, irrisória, de um quase nada. Talvez não passe de reduzidíssima fração de obras lançadas num único dia em algum país com baixíssima capacidade editorial.
O advento da informática, por exemplo, possibilitou ao homem reunir, num só dia, conhecimentos e informações equivalentes aos gerados em vários séculos, se não desde quando o Homo Sapiens existe e raciocina. Como se vê, não é a ciência que fracassa ou fracassou na tarefa de esclarecimento humano. Com todas suas carências, naturais na obra de um animal ainda em evolução, ela cumpre razoavelmente seu papel.
Ocorre que a extensão dos conhecimentos é, virtualmente, infinita. Ademais, como Bertholt Brecht destacou, “a ambição da ciência não é abrir a porta do saber infinito, mas pôr um limite no erro infinito”. E esse objetivo, conforme tudo indica, vem sendo alcançado com pleno êxito pela humanidade.
Querem um exemplo da complexidade do que nos cerca e que a mente humana já conseguiu desvendar? O cientista norte-americano John Holmes revela, por exemplo, a seguinte comparação para entendermos (ou buscarmos entender) o âmago da matéria: “Um fio de cabelo humano é um milhão de vezes mais espesso que um átomo, e o átomo, por seu turno, é 10.000 vezes maior do que o seu núcleo. Os núcleos são dez vezes maiores do que partículas subatômicas tais como prótons, e os prótons são 1.000 vezes maiores do que quarks e léptons – que os cientistas acreditam ser os menores objetos no universo e os blocos de construção fundamentais da natureza”.
Uma loucura, não é mesmo? E este é apenas um conhecimento primário, dos mais elementares.Tão misteriosa e fascinante (ou mais) é a nossa estrutura mental. O jornalista norte-americano Jon Franklin, que trabalha (ou trabalhava) no jornal “The Baltimore Sun”, lembra: “Todo e qualquer pensamento, esperança, temor, paixão, anseio e percepção do ser humano é o resultado de interações químicas entre transmissores e receptores”. Não é fascinante?! Claro que sim!
A vida é um mistério cuja origem e finalidade talvez (provavelmente) jamais venham a ser conhecidos, ou entendidos. No entanto... desafiam mentes brilhantes e inquisitivas a buscarem entendê-la e explicá-la. Para o eminente naturalista Henry Beston, “A vida é uma força no universo tanto quanto a eletricidade ou a gravidade; a presença da vida mantém a vida”. Ele está certo? Está errado? Como saber?
Pedro J. Bondaczuk
O passado da Terra – refiro-me àquele remotíssimo para os padrões humanos, posto que “recentíssimo” em termos cósmicos – desafia as mais brilhantes mentes, que se valem de todos os recursos ao seu dispor na tentativa de descobrir, entender e descrever o que se passou no Planeta e fez com que tivesse sua conformação atual. Lendas antiqüíssimas, que passaram de geração para geração, ao longo de pelo menos treze4 milênios, falam de civilizações antiqüíssimas, bastante avançadas que, subitamente, deixaram de existir e que foram sepultadas nas brumas do tempo. Seriam meras fantasias? Seriam distorções de ocorrências reais, aumentadas em muito a cada nova narrativa? Desconfio que não.
Por exemplo, teria havido, de fato, a tal da Atlântida, cuja suposta existência foi revelada por Platão que, com base no que ouviu de viajantes, chegou a fazer detalhada descrição de suas cidades, de seus habitantes e até de seus costumes e religião? Entendo que haja algum fundo de verdade nessa e em tantas outras narrativas. Afinal, o eminente filósofo grego, discípulo de Sócrates, não era dado a fantasias. Era racional, realista e tinha os pés no chão.
Aumentam, cada vez mais, as evidências de que houve, realmente, uma civilização avançadíssima como a citada, que já conheceria (e utilizaria) a eletricidade e outros tantos aparatos tecnológicos dos quais tanto nos orgulhamos hoje. Que teria, até mesmo, construído aviões, entre outras coisas assombrosas. Há livros e mais livros dando conta da probabilidade da existência da Atlântida e do grau avançado da sua civilização. Oportunamente, prometo trazer à baila (e possivelmente comentar) alguns.
Esse fabuloso continente perdido, se de fato existiu (e intuitivamente, acredito que sim), teria desaparecido da face da Terra, sem deixar vestígios (embora haja deixado alguns), tragado pelo mar, entre 11.000 AC e 9.000 AC. Pesquisas apontam que nesse período o Planeta teria sido sacudido por tremendo cataclismo, que mudou radicalmente a sua face. O grande lago que havia no Norte da África, secou e se transformou no atual Deserto do Saara. Os Andes “cresceram” em centenas de metros. E tantas outras mudanças ocorreram na Terra.
Há evidências da passagem, nas proximidades do Planeta, de um gigantesco corpo celeste, provavelmente um imenso cometa, que afetou o magma terrestre, deslocou seu eixo de rotação e fez com que a crosta planetária, relativamente delgada (entre 30 mil e 50 mil quilômetros de espessura, em média) se rompesse nos pontos mais finos. A Atlântida estaria num deles. Daí ter afundado, abruptamente, no oceano, no espaço de “uma única noite”.
No livro “Grandes enigmas da humanidade”, escrito em parceria por Luiz Carlos Lisboa e Roberto Pereira de Andrade (Círculo do Livro) – o qual recomendo a todos os que se interessem por assuntos desta natureza) – logo no segundo parágrafo do primeiro capítulo, há este trecho que dá muito o que pensar: “Segundo Haeckel e Du Bois-Raymond, são sete os enigmas que desafiam o conhecimento humano: 1) a natureza da matéria e da energia; 2) a origem do movimento; 3) o aparecimento da vida; 4) a finalidade da natureza; 5) o aparecimento da sensação e da consciência; 6) a razão, o pensamento e a origem da linguagem e 7) a questão do livre arbítrio. A moderna tecnologia não acrescentou qualquer pergunta nova a essas sete dúvidas fundamentais, e as tentativas de responder a esse desafio foram seguidamente frustradas pela realidade, que teima em não se deixar subjugar por fórmulas e esquemas”. E teima mesmo.
Por maior que seja a soma de conhecimentos ao dispor da humanidade (e ela é volumosíssima), é ínfima diante dos segredos e mistérios da natureza que nos cerca e, sobretudo, do universo, ainda por serem desvendados. E, por que não dizer, da relativamente (em termos cósmicos) curta trajetória do homem neste Planeta: sua história, sua evolução, suas tragédias, comédias, grandezas e vulnerabilidades.
É verdade que o acervo de informações atual não é de se desprezar. Muito pelo contrário. É impossível de ser assimilado por uma única pessoa, ou por pequenos grupos delas, tamanha é a sua vastidão. Só de livros existentes no mundo, contendo praticamente a totalidade do conhecimento humano, desde a invenção da escrita, há uma quantidade absurdamente alta. Jamais alguém conseguirá ler um trilionésimo (ou mais) deles. Se tentasse... não teria tempo para isso. Isso sem contar novos lançamentos que ocorrem praticamente todos os dias.
Qual a capacidade média de leitura de uma pessoa razoavelmente adestrada para tal? Suponhamos que seja de dois livros por dia (exagerando a cifra, claro). Admitamos, todavia, que seja essa a quantidade possível. Pois bem, esse “voraz” leitor, caso não falhe um só dia nessa tarefa e mantenha constante essa quantidade o ano todo, terá lido 1.330 livros ao cabo de 365 dias. Uma enormidade, não é mesmo? Não! Trata-se de quantidade ínfima, irrisória, de um quase nada. Talvez não passe de reduzidíssima fração de obras lançadas num único dia em algum país com baixíssima capacidade editorial.
O advento da informática, por exemplo, possibilitou ao homem reunir, num só dia, conhecimentos e informações equivalentes aos gerados em vários séculos, se não desde quando o Homo Sapiens existe e raciocina. Como se vê, não é a ciência que fracassa ou fracassou na tarefa de esclarecimento humano. Com todas suas carências, naturais na obra de um animal ainda em evolução, ela cumpre razoavelmente seu papel.
Ocorre que a extensão dos conhecimentos é, virtualmente, infinita. Ademais, como Bertholt Brecht destacou, “a ambição da ciência não é abrir a porta do saber infinito, mas pôr um limite no erro infinito”. E esse objetivo, conforme tudo indica, vem sendo alcançado com pleno êxito pela humanidade.
Querem um exemplo da complexidade do que nos cerca e que a mente humana já conseguiu desvendar? O cientista norte-americano John Holmes revela, por exemplo, a seguinte comparação para entendermos (ou buscarmos entender) o âmago da matéria: “Um fio de cabelo humano é um milhão de vezes mais espesso que um átomo, e o átomo, por seu turno, é 10.000 vezes maior do que o seu núcleo. Os núcleos são dez vezes maiores do que partículas subatômicas tais como prótons, e os prótons são 1.000 vezes maiores do que quarks e léptons – que os cientistas acreditam ser os menores objetos no universo e os blocos de construção fundamentais da natureza”.
Uma loucura, não é mesmo? E este é apenas um conhecimento primário, dos mais elementares.Tão misteriosa e fascinante (ou mais) é a nossa estrutura mental. O jornalista norte-americano Jon Franklin, que trabalha (ou trabalhava) no jornal “The Baltimore Sun”, lembra: “Todo e qualquer pensamento, esperança, temor, paixão, anseio e percepção do ser humano é o resultado de interações químicas entre transmissores e receptores”. Não é fascinante?! Claro que sim!
A vida é um mistério cuja origem e finalidade talvez (provavelmente) jamais venham a ser conhecidos, ou entendidos. No entanto... desafiam mentes brilhantes e inquisitivas a buscarem entendê-la e explicá-la. Para o eminente naturalista Henry Beston, “A vida é uma força no universo tanto quanto a eletricidade ou a gravidade; a presença da vida mantém a vida”. Ele está certo? Está errado? Como saber?
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