Borrões amarelos
Pedro J. Bondaczuk
A noite agoniza, estertora,
desfalece e desmaia
e mancha, imprudente,
de borrões amarelos,
seu manto acolhedor.
Amanhece.
Esmaecem febris,
vãs ilusões,
na antevisão, grotesca,
de diurnos afazeres,
de ócios e elucubrações.
Despertam os formigueiros,
agitadas cidades,
como num rufar de tambor,
confusa debandada.
Em busca do quê?
Em busca de nada!
Um boêmio errante,
ébrio e loquaz,
palrando
tartamudeante
com sombras,
passos incertos
de marinheiro sem nau,
segue invectivando cães
á procura de algo,
que sequer atina...
Amanhece.
Há chamas no mar,
algaravia nos bosques,
pássaros a cantar.
Amanhece...
e a vida não pode parar.
(Poema composto em Campinas, em 25 de agosto de 1965).
Acompanhe-me pelo twitter: @bondaczuk
Pedro J. Bondaczuk
A noite agoniza, estertora,
desfalece e desmaia
e mancha, imprudente,
de borrões amarelos,
seu manto acolhedor.
Amanhece.
Esmaecem febris,
vãs ilusões,
na antevisão, grotesca,
de diurnos afazeres,
de ócios e elucubrações.
Despertam os formigueiros,
agitadas cidades,
como num rufar de tambor,
confusa debandada.
Em busca do quê?
Em busca de nada!
Um boêmio errante,
ébrio e loquaz,
palrando
tartamudeante
com sombras,
passos incertos
de marinheiro sem nau,
segue invectivando cães
á procura de algo,
que sequer atina...
Amanhece.
Há chamas no mar,
algaravia nos bosques,
pássaros a cantar.
Amanhece...
e a vida não pode parar.
(Poema composto em Campinas, em 25 de agosto de 1965).
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