Monday, November 07, 2011







Por dentro da TV


BANDEIRANTES LANÇA SEU JORNAL MATUTINO

Um dos setores em que as emissoras de TV mais vêm investindo, nos últimos tempos, é o jornalismo, cada vez mais importante para o público, diante da complexidade da vida moderna, que exige que o cidadão que toma decisões (e cada um de nós, por que não dizer) esteja cada vez melhor informado. Até há pouco tempo, a competição restringia-se ao horário nobre, tradicional para a veiculação de noticiário.

Todavia, a partir de ontem, o jornalismo ganhou mais um espaço na TV, com o lançamento, por parte da Rede Bandeirantes, do seu primeiro noticioso matutino, o "Primeira Edição". Até o momento, a emissora vinha reprisando, no horário das 7h30, o "Jornal da Noite", o que, convenhamos, era um desperdício de tempo.

A partir de agora, porém, o telespectador, que precisa cada vez mais estar bem informado antes de sair para o trabalho, para enfrentar com realismo a cada vez mais dura competição do dia a dia, tem três opções (além, é claro, do tradicional e indispensável jornal impresso da manhã), para ficar por dentro do que acontece em sua cidade, Estado, País e no mundo. O "Bom Dia Brasil", complementado pelo "Bom Dia São Paulo", ambos na Rede Globo, um completando o outro, apresentados, respectivamente, às 7h e às 7h30; no "Editor Chefe", comandado pelo Sílvio Lancelotti, às 8h30, na TV Record e o recém lançado "Primeira Edição", da Rede Bandeirantes.

Demorou muitos anos para as emissoras descobrirem a importância da utilização desse horário para jornalismo, coisa que já vem sendo feita, há pelo menos três décadas, nos EUA. O fato de existirem, no período, três programas, é, também, saudabilíssimo, pois vai ensejar a competição, forçando as respectivas equipes de produção a elaborarem jornais de maior interesse, mais trabalhados, sob pena de, em não o fazendo, falarem sozinhos. E, o que é o principal, nessa época de retração do mercado de trabalho: vai possibilitar o aproveitamento de um maior número de profissionais ligados diretamente à informação. Esse é um tipo de "guerra" em que todos são vencedores. Parabéns, portanto, à Rede Bandeirantes, e boa sorte ao novo "Primeira Edição".

DOM HELDER NA CULTURA

A Rádio e Televisão Cultura vai apresentar, num especial, nesta quinta-feira, uma das figuras humanas mais queridas e respeitadas neste País. Trata-se do Cardeal-arcebispo de Olinda e Recife, Dom Helder Câmara, que hoje completa 75 anos de idade. Seguindo as novas normas do Vaticano, ele deve deixar o seu cargo, numa espécie de aposentadoria compulsória. Defensor intransigente dos direitos humanos, ligado a diversas obras de benemerência, Dom Helder é uma figura de grande projeção internacional, conhecedor profundo que é da região onde nasceu e onde sempre atuou, ou seja, o Nordeste.

DOCUMENTÁRIO SOBRE CRISTINA MULLINS

A belíssima atriz da Rede Globo, Cristina Mullins, será a figura central de um documentário, feito por um canal de TV da Austrália. A idéia de enfocá-la surgiu quando ela ainda atuava na novela "Paraíso", vivendo a Santinha, ao lado de Kadu Moliterno. Dessa maneira, durante alguns dias, cada um dos seus passos será seguido por atenta equipe de cinegrafistas australianos, que já está documentando o seu atual trabalho, ou seja, o "Voltei pra você".

BEM AMADO NA ITÁLIA

Dentro de alguns dias, a Rede Globo começa a gravar o primeiro episódio do ano do badaladíssimo seriado nacional de Dias Gomes, "O bem amado". Para esse fim, o elenco já está tirando o seu passaporte para sair do País. É que a primeira história de 1984 vai se passar na Itália, onde a equipe deverá permanecer por cerca de doze dias. Calculem as encrencas que o prefeitão Odorico Paraguaçu vai aprontar em terras peninsulares! Pelo jeito, neste ano pré-eleitoral, nós teremos situações super hilariantes, vividas pelo glorioso alcaide sucupirano, além dos não menos engraçados personagens, como o Zeca Diabo, o Direceu Borboleta, o líder da oposição Lulu Gouvêa, além, é claro, do padre e das três irmãs Cajazeiras. Não foi à toa que o povo exigiu que o "Bem Amado" não fosse extinguido.

(Coluna escrita por mim, sem assinar, publicada na página 22, editoria Tevê, do Correio Popular, em 7 de fevereiro de 1984).

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