Thursday, November 10, 2011







Boca quente


SHOW DE CALOUROS

Há pessoas que quando ganham um pequeno espaço na TV, não se contentam com o seu papel e procuram exorbitar das funções que lhes foram atribuídas, mesmo que com isso venham a ganhar a antipatia do telespectador. Foi o que aconteceu com a jurada baiana Mara, do “Show de Calouros, do Programa Sílvio Santos.
No dia 14 de outubro, nesse espaço, apresentou-se um mágico de talentos inegáveis, que assombrou a platéia com seus truques espetaculares. O público aplaudiu sua apresentação, aliás, irrepreensível. Os jurados atribuíram a nota máxima à exibição do artista, inclusive Aracy de Almeida, tida por todos como extremamente ranzinza e exigente.
Entretanto, a novata do grupo praticamente roubou o espetáculo. Para surpresa geral (e até mesmo do apresentador), Mara deu a nota mínima para o número de mágica, embora não conseguisse explicar ou justificar sua atitude. É claro que ela estava no seu direito. Mas ficou visível demais para o telespectador que o desejo da menina era simplesmente “aparecer”, às custas de uma injustiça. Ela agiu como aquele festeiro que dá a festa, come a maioria da comida dos convidados, bebe toda a bebida, conta as piadas e dá risada das próprias gracinhas, solta o rojão e ainda vai buscar a vareta onde ela caiu. É o típico caso de quem quer “aparecer” a todo custo. E apareceu...

(Coluna escrita por mim, sem assinar, publicada na página 22, editoria TEVÊ, do Correio Popular, em 31 de outubro de 1984).



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