A beleza, assim como a feiúra, não está nas pessoas, paisagens ou coisas. Está no nosso interior. Prende-se aos nossos gostos e critérios de avaliação estética. O que é feio para uns, pode não o ser para outros e vice-versa. Ademais, há quem considere a beleza não somente útil, como essencial e até transcendental. São os artistas, que perseguem o belo ao longo de toda a vida. Há, contudo, quem a considere inútil e banal, por viver em um mundo sombrio e cinzento, repleto de trevas e horror. Mauro Sampaio retrata o sentimento destes, no poema “Beleza inútil”: “A beleza inútil./A imóvel beleza sem reflexo./Tudo parte de dentro,/com a percepção do imponderável./O que é, não é, sendo no momento./O apelo é interior./A necessidade desaparece./O amor é desfigurado e sem memória./Os gestos pararam./O movimento é emprestado./A presença é apenas de objeto./O tédio abre a boca em um bocejo enorme e inútil./Inútil como tudo o mais!”.
No comments:
Post a Comment