Assustamo-nos com abismos, principalmente quando caminhamos na direção deles e nos parece que não há outros caminhos. Caso não detenhamos nossos passos, e não busquemos, serenamente, soluções, despencaremos no vazio e esse será o fim da nossa jornada. Será que não há alternativas? Não existem explicações para nossas dúvidas, temores e contradições? Sempre há alguma. E se não houver, se não compreendermos o que nos aflige e atormenta, deixemos tudo por conta da intuição, que nunca falha e do tempo, que tudo cura. O abismo não é o fim do caminho. Para superá-lo, não precisamos nos lançar nele. O sensato, prudente e sábio é contorná-lo, mesmo que a caminhada se torne mais longa. O poeta Mauro Sampaio nos ensina, nos versos do poema “Justificar-me”: “Tanta compreensão que não compreende nada,/que o melhor/é a não explicação de explicação alguma./É sentar-se à beira de um abismo/e vê-lo como o caminho natural para a planície!”.
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