Tuesday, July 21, 2009

REFLEXÂO DO DIA


Entendo o amor apenas como um sentimento irrestrito, que envolva a totalidade de um homem e uma mulher: corpo, alma, pensamentos, sentimentos, ideais e tudo isso mutua e simultaneamente, sem nenhuma restrição ou pudor. É verdade que a palavra designa muitas outras emoções, a meu ver, de forma equivocada. Quando há, por exemplo, apenas atração sexual entre dois parceiros, eles têm desejo, mas não se amam. Saciada a vontade, resta o vazio, quando não até repulsa entre ambos, até que voltem a se desejar fisicamente (quando voltam). O simples afeto, sem atração carnal, é só amizade. A necessidade irresistível de um pelo outro, mas com a idéia de que o sexo tira a pureza do sentimento, é belo, é poético, mas não é amor. É platonismo. O poeta português, Alexandre O’Neill, escreveu estes versos a propósito: “Na nossa carne estamos/sem destino, sem medo, sem pudor,/e trocamos – somos um? Somos dois? –/espírito e calor!//O amor é o amor – e depois?”

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