Tudo, aos nossos olhos, envelhece: pessoas, coisas, cidades, pensamentos, sentimentos etc. Devemos, porém, atentar que tudo, também, se renova, às vezes para melhor, outras para pior, mas fica sempre novo. É a inflexível lei da vida. Não raro, a decadência está, apenas, em nosso interior, por enxergarmos tudo com lentes desfocadas. Temos é que acertar o foco se aspirarmos a felicidade (eu, pelo menos, aspiro). Mauro Sampaio esclarece o que eu quis dizer, neste profundo poema, intitulado “Cidade Velha”: Cidade velha, ou o velho está dentro de mim/a imaginar o fim de tudo/sem, entender que o fim na verdade sou eu?!//Estes sulcos na rua/estes cães tão magros e imundos,/não seriam muito mais meus conhecidos/do que penso que o são?/Estes sulcos, já não os vi no meu espelho?/Estes cães, não os trago na alma?”. Perspectiva. Tudo é, portanto, questão de perspectiva, de ângulo, de foco com que nos encaramos, e ao próximo e a tudo o que nos rodeia.
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