Pedro J. Bondaczuk
O grito, quando é de admoestação a alguém que tenha nos contrariado ou que no nosso entender tenha feito algo nitidamente errado e contrário às normas vigentes e aos bons-costumes, é, via de regra, sintoma de desequilíbrio emocional. Não é a melhor forma de alertar ninguém. Dependendo do momento e das circunstâncias, constitui-se numa imensa falta de respeito com o interlocutor.
Trata-se de manifestação, quase sempre inoportuna, de autoritarismo. Quem se utiliza dele, para constranger alguém, não tem argumentos sólidos e inteligentes para convencer quem quer que seja, de maneira cortês, respeitosa e educada.
Em uma discussão, seja com quem e de que assunto for (e não importa a natureza) o grito é o caminho mais curto para as vias de fato. A falta de controle dessa expressão de ira já destruiu inúmeras amizades, arruinou casamentos e trouxe muita infelicidade e dor mundo afora, no correr do tempo.
Raros de nós não passaram por este desagradável tipo de constrangimento, com pais, com mestres, com chefes mandões, com patrões mal-educados etc. No trabalho, por exemplo, essa manifestação imbecil de autoritarismo pode e deve ser enquadrada como assédio moral.
Todavia, nem todo o grito tem conotação negativa e nem é dado com o objetivo de constranger. Em algumas circunstâncias, trata-se de uma exclamação mais enfática, dado o elevado tom de voz, de entusiasmo.
Em outras ocasiões, é uma exortação a alguém, a quem apreciamos, que esteja num palco, num palanque, ao microfone, durante um discurso, num estádio esportivo etc., para que continue dando o melhor de si e não se iniba diante da multidão. Esse tipo de grito, que é espontâneo, quase instintivo, é sempre benigno e desejável.
Ouvi, diversas vezes, com imenso prazer, esse tipo de manifestação durante performances que me atemorizavam antes de as empreender, e que, por causa dessas enfáticas exortações, se tornaram inesquecíveis. Esses estímulos extras levaram-me a lançar mão de um potencial que trazia o tempo todo adormecido no meu âmago, mas que sequer sabia que tinha.
Pouca coisa é mais gratificante, por exemplo, para um jogador de futebol, especialmente depois de ter sua capacidade contestada por muitos – torcedores e críticos esportivos, quando não dirigentes do clube que defende – do que ouvir um coro de cinqüenta mil vozes gritando o seu nome. Nessas ocasiões, o atleta se transforma. Via de regra (salvo exceções) apresenta performances muito além da média.
Recordes e mais recordes já foram estabelecidos, ao longo do tempo, no atletismo, na natação e em outras tantas modalidades esportivas – quer em Olimpíadas, quer em competições de menor porte – por causa desse tipo de exortação que, convenhamos, não pode ser, simplesmente, murmurado. Esse é um grito que merece não somente aprovação, mas todo o louvor.
Os artistas comprazem-se dessas manifestações. Para eles, essa apreciação, manifestada com vigor e entusiasmo, é paga mais valiosa do que qualquer remuneração, por maior que seja. É indicativo de sucesso, objetivo maior de todos os empreendedores.
O filósofo norte-americano, Ralph Waldo Emerson, porém, observou: “Às vezes um grito é melhor que uma tese”. Será?! Por estranho que pareça, ele está coberto de razão. Há ocasiões em que apresentamos os argumentos mais lógicos e sensatos, a propósito de algum assunto, com toda a clareza possível, a determinadas pessoas ou grupos e, ainda assim, a despeito da exatidão deles, eles não percebem a excelência dos rumos que apontamos. Parecem estar dormindo e, por mais que se insista, teimam em trilhar caminhos opostos aos indicados, que os levarão ao erro, quando não à ruína.
Nestas circunstâncias, o grito tende a se transformar no desejável “despertador”. Faz com que a maioria caia em si e reflita com profundidade no certo e no errado, no bem e no mal, no positivo e no negativo. Mas, para ser eficaz, não pode ser prática comum. Tem que ser mecanismo de exceção, utilizado, apenas, em emergências.
Pais que gritam com os filhos por qualquer bobagem, não serão jamais levados a sério quando gritarem num momento de real necessidade. Maridos que fazem dessa prática um hábito (e vice-versa, ou seja, esposas), jamais chamarão a atenção quando o parceiro estiver incorrendo em erro grave, óbvio e notório e achando que está agindo certo.
Como se vê, tudo no mundo é relativo. Determinadas atitudes dependem da forma, da intensidade e das circunstâncias que são adotadas. Já vi multidões recalcitrantes serem conduzidas ao bom-senso e à correção por meros gritos de líderes inteligentes, que tinham sensibilidade e intuição em distinguir o momento de convencer com argumentos e quando era oportuno e eficaz limitar-se a “gritar”.
O grito, quando é de admoestação a alguém que tenha nos contrariado ou que no nosso entender tenha feito algo nitidamente errado e contrário às normas vigentes e aos bons-costumes, é, via de regra, sintoma de desequilíbrio emocional. Não é a melhor forma de alertar ninguém. Dependendo do momento e das circunstâncias, constitui-se numa imensa falta de respeito com o interlocutor.
Trata-se de manifestação, quase sempre inoportuna, de autoritarismo. Quem se utiliza dele, para constranger alguém, não tem argumentos sólidos e inteligentes para convencer quem quer que seja, de maneira cortês, respeitosa e educada.
Em uma discussão, seja com quem e de que assunto for (e não importa a natureza) o grito é o caminho mais curto para as vias de fato. A falta de controle dessa expressão de ira já destruiu inúmeras amizades, arruinou casamentos e trouxe muita infelicidade e dor mundo afora, no correr do tempo.
Raros de nós não passaram por este desagradável tipo de constrangimento, com pais, com mestres, com chefes mandões, com patrões mal-educados etc. No trabalho, por exemplo, essa manifestação imbecil de autoritarismo pode e deve ser enquadrada como assédio moral.
Todavia, nem todo o grito tem conotação negativa e nem é dado com o objetivo de constranger. Em algumas circunstâncias, trata-se de uma exclamação mais enfática, dado o elevado tom de voz, de entusiasmo.
Em outras ocasiões, é uma exortação a alguém, a quem apreciamos, que esteja num palco, num palanque, ao microfone, durante um discurso, num estádio esportivo etc., para que continue dando o melhor de si e não se iniba diante da multidão. Esse tipo de grito, que é espontâneo, quase instintivo, é sempre benigno e desejável.
Ouvi, diversas vezes, com imenso prazer, esse tipo de manifestação durante performances que me atemorizavam antes de as empreender, e que, por causa dessas enfáticas exortações, se tornaram inesquecíveis. Esses estímulos extras levaram-me a lançar mão de um potencial que trazia o tempo todo adormecido no meu âmago, mas que sequer sabia que tinha.
Pouca coisa é mais gratificante, por exemplo, para um jogador de futebol, especialmente depois de ter sua capacidade contestada por muitos – torcedores e críticos esportivos, quando não dirigentes do clube que defende – do que ouvir um coro de cinqüenta mil vozes gritando o seu nome. Nessas ocasiões, o atleta se transforma. Via de regra (salvo exceções) apresenta performances muito além da média.
Recordes e mais recordes já foram estabelecidos, ao longo do tempo, no atletismo, na natação e em outras tantas modalidades esportivas – quer em Olimpíadas, quer em competições de menor porte – por causa desse tipo de exortação que, convenhamos, não pode ser, simplesmente, murmurado. Esse é um grito que merece não somente aprovação, mas todo o louvor.
Os artistas comprazem-se dessas manifestações. Para eles, essa apreciação, manifestada com vigor e entusiasmo, é paga mais valiosa do que qualquer remuneração, por maior que seja. É indicativo de sucesso, objetivo maior de todos os empreendedores.
O filósofo norte-americano, Ralph Waldo Emerson, porém, observou: “Às vezes um grito é melhor que uma tese”. Será?! Por estranho que pareça, ele está coberto de razão. Há ocasiões em que apresentamos os argumentos mais lógicos e sensatos, a propósito de algum assunto, com toda a clareza possível, a determinadas pessoas ou grupos e, ainda assim, a despeito da exatidão deles, eles não percebem a excelência dos rumos que apontamos. Parecem estar dormindo e, por mais que se insista, teimam em trilhar caminhos opostos aos indicados, que os levarão ao erro, quando não à ruína.
Nestas circunstâncias, o grito tende a se transformar no desejável “despertador”. Faz com que a maioria caia em si e reflita com profundidade no certo e no errado, no bem e no mal, no positivo e no negativo. Mas, para ser eficaz, não pode ser prática comum. Tem que ser mecanismo de exceção, utilizado, apenas, em emergências.
Pais que gritam com os filhos por qualquer bobagem, não serão jamais levados a sério quando gritarem num momento de real necessidade. Maridos que fazem dessa prática um hábito (e vice-versa, ou seja, esposas), jamais chamarão a atenção quando o parceiro estiver incorrendo em erro grave, óbvio e notório e achando que está agindo certo.
Como se vê, tudo no mundo é relativo. Determinadas atitudes dependem da forma, da intensidade e das circunstâncias que são adotadas. Já vi multidões recalcitrantes serem conduzidas ao bom-senso e à correção por meros gritos de líderes inteligentes, que tinham sensibilidade e intuição em distinguir o momento de convencer com argumentos e quando era oportuno e eficaz limitar-se a “gritar”.
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