Os apelidos, quando não chulos e, portanto, não ofensivos, que não ridicularizem alguém, por exemplo, por causa de alguma eventual deficiência física, são uma forma carinhosa de tratar determinadas pessoas com as quais tenhamos certa intimidade. O engraçado é que é impossível de determinar como nascem, quem foi a primeira pessoa que chamou outra daquela maneira. Alguns, pegam, outros não. A maneira mais rápida deles pegarem é o apelidado mostrar irritação com o apelido que tentam lhe impingir. Aí, é tiro e queda. A pessoa nunca mais é chamada pelo nome de batismo, a não ser, claro, nos atos formais no trabalho, na faculdade, nos documentos etc. Alguns agradam tanto, que os apelidados formalizam-nos no nome verdadeiro. É o caso do nosso presidente, que ao Luís Inácio da Silva incorporou o “Lula”. Poucos são tão criativos, nesse aspecto, quanto o carioca. Vive sendo apelidado e apelidando os outros. Raros são os que nunca foram apelidados e nem apelidaram alguém. Vinicius de Moraes, em uma deliciosa crônica intitulada “Apelidos” (publicada no livro “Para uma menina com uma flor”, Companhia das Letras), escreve a respeito: “O gênio do apelido é virtude brasileira, diria quase carioca. Não conheço, em outros povos, uma tal espontaneidade na caracterização de tipos através de apelidos”.
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