Pedro J. Bondaczuk
O tempo transcorre, obviamente, sempre com a mesma uniformidade, embora nos pareça, às vezes, notadamente quando passamos dos 60 anos, que se acelerou e passou não mais a fluir lentamente, como ocorria quando éramos crianças, mas a correr loucamente, acelerando, crescentemente, sua passagem.
Quantas vezes já não dissemos, ou não ouvimos outros dizerem: “nossa, como este ano passou depressa!”. Claro que se trata de mera força de expressão. Mas que nos parece ter acelerado, disso não restam dúvidas. Sobretudo, quando nos sentimos felizes, ao lado da pessoa que amamos e que nos corresponda a esse amor..
Apesar dessa impressão de aceleração, todavia, o tempo permanece rigorosamente igual, por exemplo, ao que era nos tempos em que Sócrates orientava seus discípulos, em que Platão registrava em livros seus ensinamentos, em que se deu a ascensão e queda do Império Romano e vai por aí afora. Os anos têm, invariavelmente, 365 dias (ou 366, a cada quatro anos, para compensar resíduos anuais); o dia, 24 horas; a hora, 60 minutos e o minuto, 60 segundos. Nada, absolutamente nada mudou nesse aspecto.
Somos nós que preenchemos o tempo com um acréscimo enorme de atividades (algumas úteis e necessárias e outras tantas frívolas e tolas), o que nos dá essa sensação, muitas vezes desagradável, de aceleração. Certamente não teríamos nada disso se fôssemos imortais, permanentes, imperecíveis. Como não somos...
As pessoas que, por uma razão ou outra, (ou por doença, ou por preguiça, ou por acomodação ou por outro motivo qualquer) não têm a quantidade de atividades das que são ativas, têm sensação diametralmente oposta à delas. Ou seja, para elas, o dia parece ter 72 horas ou mais; as horas, 360 minutos e os minutos alguns milhares de segundos. O tempo parece arrastar-se preguiçosamente, sem nenhuma pressa.
Às vezes, temos essa sensação na infância, por termos pressa de crescer e fazer o que os adultos fazem, que nesse período nos parece o suprassumo do bem. Claro que cedo descobrimos que não é bem assim. Mas... então já é tarde, é muito tarde.
Enfocando a questão, digamos, de um ponto de vista filosófico, não raro confundimos “dias longos” (ou que nos pareçam assim) com “dias grandes” (que é o que aspiramos). Os primeiros, são aqueles já abordados que nos parecem que não irão terminar nunca. Os segundos, são os especiais, em geral escassos, como o encontro da amada, nossa formatura, nosso casamento com a pessoa que temos certeza que se trate da “cara metade” que tanto procurávamos, o nascimento de um filho, o sucesso em alguma empreitada etc.etc.etc.
Tanto um, quanto outro, todavia, podem ser modificados mediante ações. Os dias longos tendem a ser “encurtados” quando os preenchemos de atividades. Melhores ainda serão se estas forem úteis e produtivas e não banais e inúteis, que denominamos, eufemisticamente, de lazer.
Já os dias grandes, em geral bastante raros, podem ser multiplicados se nos aplicarmos e formos assíduos e competentes no que sabemos fazer melhor. Refletir é importante, mas agir é muito mais. Sobretudo quando se age no sentido da prática do bem.
Henri Bérgson afirmou, a propósito: “Quando um homem passa toda a sua vida a procurar a verdade, ele se pergunta se não teria feito melhor em empregar sua existência a praticar o bem”. A resposta é óbvia. Entre a reflexão e a ação, só a segunda é produtiva. Claro que muitas vezes se age em sentido destrutivo, o que é, até, mais fácil, e nessas circunstâncias a inação seria preferível.
Ninguém constrói nada apenas com o pensamento, por mais correto e virtuoso que este seja. Se a virtude não é posta em prática, perde, liminarmente, esta característica. Não adianta você sentir-se bom, justo e caridoso se não praticar essa bondade, essa justiça e essa caridade.
O padre Antonio Vieira afirmou, em um dos seus memoráveis sermões: “O sol pode fazer dias longos; dias grandes só os fazem e podem fazer as ações”. Aja, portanto, você, que se sente traído pelo tempo. Não se preocupe com a velocidade com que este flui, que é apenas aparente e subjetiva. Faça da qualidade o seu objetivo. Transforme, agindo, eventuais dias longos em dias grandes e inesquecíveis, para você e para o mundo. Você pode! Todos podemos!
O tempo transcorre, obviamente, sempre com a mesma uniformidade, embora nos pareça, às vezes, notadamente quando passamos dos 60 anos, que se acelerou e passou não mais a fluir lentamente, como ocorria quando éramos crianças, mas a correr loucamente, acelerando, crescentemente, sua passagem.
Quantas vezes já não dissemos, ou não ouvimos outros dizerem: “nossa, como este ano passou depressa!”. Claro que se trata de mera força de expressão. Mas que nos parece ter acelerado, disso não restam dúvidas. Sobretudo, quando nos sentimos felizes, ao lado da pessoa que amamos e que nos corresponda a esse amor..
Apesar dessa impressão de aceleração, todavia, o tempo permanece rigorosamente igual, por exemplo, ao que era nos tempos em que Sócrates orientava seus discípulos, em que Platão registrava em livros seus ensinamentos, em que se deu a ascensão e queda do Império Romano e vai por aí afora. Os anos têm, invariavelmente, 365 dias (ou 366, a cada quatro anos, para compensar resíduos anuais); o dia, 24 horas; a hora, 60 minutos e o minuto, 60 segundos. Nada, absolutamente nada mudou nesse aspecto.
Somos nós que preenchemos o tempo com um acréscimo enorme de atividades (algumas úteis e necessárias e outras tantas frívolas e tolas), o que nos dá essa sensação, muitas vezes desagradável, de aceleração. Certamente não teríamos nada disso se fôssemos imortais, permanentes, imperecíveis. Como não somos...
As pessoas que, por uma razão ou outra, (ou por doença, ou por preguiça, ou por acomodação ou por outro motivo qualquer) não têm a quantidade de atividades das que são ativas, têm sensação diametralmente oposta à delas. Ou seja, para elas, o dia parece ter 72 horas ou mais; as horas, 360 minutos e os minutos alguns milhares de segundos. O tempo parece arrastar-se preguiçosamente, sem nenhuma pressa.
Às vezes, temos essa sensação na infância, por termos pressa de crescer e fazer o que os adultos fazem, que nesse período nos parece o suprassumo do bem. Claro que cedo descobrimos que não é bem assim. Mas... então já é tarde, é muito tarde.
Enfocando a questão, digamos, de um ponto de vista filosófico, não raro confundimos “dias longos” (ou que nos pareçam assim) com “dias grandes” (que é o que aspiramos). Os primeiros, são aqueles já abordados que nos parecem que não irão terminar nunca. Os segundos, são os especiais, em geral escassos, como o encontro da amada, nossa formatura, nosso casamento com a pessoa que temos certeza que se trate da “cara metade” que tanto procurávamos, o nascimento de um filho, o sucesso em alguma empreitada etc.etc.etc.
Tanto um, quanto outro, todavia, podem ser modificados mediante ações. Os dias longos tendem a ser “encurtados” quando os preenchemos de atividades. Melhores ainda serão se estas forem úteis e produtivas e não banais e inúteis, que denominamos, eufemisticamente, de lazer.
Já os dias grandes, em geral bastante raros, podem ser multiplicados se nos aplicarmos e formos assíduos e competentes no que sabemos fazer melhor. Refletir é importante, mas agir é muito mais. Sobretudo quando se age no sentido da prática do bem.
Henri Bérgson afirmou, a propósito: “Quando um homem passa toda a sua vida a procurar a verdade, ele se pergunta se não teria feito melhor em empregar sua existência a praticar o bem”. A resposta é óbvia. Entre a reflexão e a ação, só a segunda é produtiva. Claro que muitas vezes se age em sentido destrutivo, o que é, até, mais fácil, e nessas circunstâncias a inação seria preferível.
Ninguém constrói nada apenas com o pensamento, por mais correto e virtuoso que este seja. Se a virtude não é posta em prática, perde, liminarmente, esta característica. Não adianta você sentir-se bom, justo e caridoso se não praticar essa bondade, essa justiça e essa caridade.
O padre Antonio Vieira afirmou, em um dos seus memoráveis sermões: “O sol pode fazer dias longos; dias grandes só os fazem e podem fazer as ações”. Aja, portanto, você, que se sente traído pelo tempo. Não se preocupe com a velocidade com que este flui, que é apenas aparente e subjetiva. Faça da qualidade o seu objetivo. Transforme, agindo, eventuais dias longos em dias grandes e inesquecíveis, para você e para o mundo. Você pode! Todos podemos!
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