A paixão, em si, é cega, e, a priori, nem é um bem e nem um mal. Cabe-nos direcioná-la, para que se torne uma força irresistível e benigna que atue a nosso favor. Sem ela, nada do que fizermos atingirá a excelência e a perfeição. A paixão é como um legítimo cavalo puro-sangue. Um animal desse tipo, forte, saudável e veloz, pode nos levar com mais rapidez e segurança a qualquer lugar que queiramos. Para isso, porém, é indispensável que seja domado. Se for xucro, nos derrubará da sela antes que sequer consigamos piscar. Para nos ser útil, é indispensável que estabeleçamos com o animal uma relação de mútua confiança, até mesmo de amizade. A paixão também é assim. É mister que se lembre que ela pode ser definida como um comprometimento irrestrito e absoluto, sem dúvidas ou vacilações, com uma pessoa, uma idéia ou uma causa. Antes de montarmos, portanto, no tal puro-sangue, é indispensável que tenhamos completa certeza da excelência de quem ou do que queremos conquistar. Ou seja, temos que “domá-la”. Estabelecida, porém, essa convicção, nada é mais seguro e rápido do que, no dorso do “cavalo” da paixão, galoparmos, livres e confiantes, rumo ao sucesso e à felicidade. O humanista Daisaku Ikeda, líder budista, nos alerta, contudo, em seu livro “Vida um enigma, uma jóia preciosa”: “Controlar a paixão é como correr num cavalo desembestado. Se as rédeas são relaxadas por um instante, o cavaleiro pode ser jogado fora da sela. O certo é dominar e utilizar as forças e energias, de modo que o cavaleiro e o animal se movam como se fossem um só”.
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