* Pedro J. Bondaczuk
Na oportunidade em que completa o 235° ano de fundação, Campinas não apenas mantém, como amplia, sua irresistível vocação de pólo irradiador de riquezas e de progresso para todo o País. É, hoje, fundamental entroncamento rodo-ferroviário e conta com um dos aeroportos brasileiros com as melhores condições de visibilidade e segurança – Viracopos –, subutilizado, todavia, em seu imenso potencial. Há, no entanto, projetos de longo-prazo que prevêem não somente sua ampliação e modernização, mas, principalmente, sua ligação, mediante um trem de alta velocidade (nos moldes dos TGVs da França e Alemanha, do trem-bala japonês ou do que faz a ligação entre Dover e Calais através do Eurotúnel, sob o Canal da Mancha, no Mar do Norte) com o Aeroporto de Cumbica, em São Paulo.
A cidade já nasceu com vocação para a modernidade. Aliás, na verdade, surgiu em função dela, como a sinalizar seu brilhante futuro. Destaque-se que o acanhado burgo que a originou surgiu em função de uma “estrada” – na verdade mera picada aberta na densa mata que aqui existia por volta de 1722 – conhecida como “Caminho Geral dos Goiases” ou “Estrada dos Goiases”. A data aceita pela maioria dos historiadores, como a da sua fundação, é 14 de julho de 1774 (há, contudo, quem ainda a situe em 1739), quando da inauguração da tosca capela, coberta de sapé, no local onde hoje se localiza o monumento de Carlos Gomes, no centro da Campinas contemporânea.
Havia, na ocasião, pelo menos quatro pousadas na área, onde os viajantes paravam para descansar, se alimentar e dar comida aos animais, antes de seguirem viagem – de ida, para o Centro Oeste, ou de volta, rumo a São Paulo de Piratininga.
Campinas apresentou, desde a fundação, três grandes ciclos econômicos e sociais em seus 235 anos de existência: o do açúcar (1895 a 1830), o do café (1830 a 1930) e o da industrialização (1930 até os dias atuais). Seu período de maior urbanização ocorreu a partir do final dos anos 70 do século XIX, com a implantação do primeiro serviço regular de transportes coletivos, no caso os bondes a tração animal.
Destaque-se que até 1842, a então vila chamava-se São Carlos. Foi “rebatizada” como Campinas com a elevação à condição de município. Esse era um período de grande prosperidade. O café, que havia predominado no Vale do Paraíba, deslocou seu eixo de produção para cá e se adaptou a caráter ao solo campineiro. Fez, como se sabe, a riqueza dos fazendeiros locais, que apostaram, ousadamente, em sua cultura e se deram bem. O dinheiro corria farto, proporcionando uma série de facilidades e melhoramentos urbanos. A partir de 1912, o bonde se consolidou ainda mais como meio de transporte de massa, com a sua eletrificação.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, porém, seguida pela superprodução de café, que redundou em sua crescente desvalorização, arruinou dezenas de produtores da cidade, num processo doloroso e dramático. Em contrapartida, deflagrou-se, nessa mesma ocasião, um processo econômico que perdura até os dias atuais: o da industrialização. A partir do final dos anos 50, com a implantação da indústria automobilística no País, o automóvel passou a reinar soberano, em detrimento dos demais meios de transporte. E o bonde não suportou por muito tempo essa concorrência. O derradeiro deles circulou na cidade em 24 de maio de 1968, tornando-se, desde então, mera peça de museu e pondo fim a um período romântico na cidade.
A industrialização veio para ficar e redundou em uma explosão populacional na cidade. Subitamente, Campinas saltou de uma população pouco superior a duas dezenas de milhar de habitantes para os atuais 1,2 milhão. Todavia, não perdeu, jamais, sua inequívoca vocação de pólo irradiador de riquezas, cultura e progresso. .
Na oportunidade em que completa o 235° ano de fundação, Campinas não apenas mantém, como amplia, sua irresistível vocação de pólo irradiador de riquezas e de progresso para todo o País. É, hoje, fundamental entroncamento rodo-ferroviário e conta com um dos aeroportos brasileiros com as melhores condições de visibilidade e segurança – Viracopos –, subutilizado, todavia, em seu imenso potencial. Há, no entanto, projetos de longo-prazo que prevêem não somente sua ampliação e modernização, mas, principalmente, sua ligação, mediante um trem de alta velocidade (nos moldes dos TGVs da França e Alemanha, do trem-bala japonês ou do que faz a ligação entre Dover e Calais através do Eurotúnel, sob o Canal da Mancha, no Mar do Norte) com o Aeroporto de Cumbica, em São Paulo.
A cidade já nasceu com vocação para a modernidade. Aliás, na verdade, surgiu em função dela, como a sinalizar seu brilhante futuro. Destaque-se que o acanhado burgo que a originou surgiu em função de uma “estrada” – na verdade mera picada aberta na densa mata que aqui existia por volta de 1722 – conhecida como “Caminho Geral dos Goiases” ou “Estrada dos Goiases”. A data aceita pela maioria dos historiadores, como a da sua fundação, é 14 de julho de 1774 (há, contudo, quem ainda a situe em 1739), quando da inauguração da tosca capela, coberta de sapé, no local onde hoje se localiza o monumento de Carlos Gomes, no centro da Campinas contemporânea.
Havia, na ocasião, pelo menos quatro pousadas na área, onde os viajantes paravam para descansar, se alimentar e dar comida aos animais, antes de seguirem viagem – de ida, para o Centro Oeste, ou de volta, rumo a São Paulo de Piratininga.
Campinas apresentou, desde a fundação, três grandes ciclos econômicos e sociais em seus 235 anos de existência: o do açúcar (1895 a 1830), o do café (1830 a 1930) e o da industrialização (1930 até os dias atuais). Seu período de maior urbanização ocorreu a partir do final dos anos 70 do século XIX, com a implantação do primeiro serviço regular de transportes coletivos, no caso os bondes a tração animal.
Destaque-se que até 1842, a então vila chamava-se São Carlos. Foi “rebatizada” como Campinas com a elevação à condição de município. Esse era um período de grande prosperidade. O café, que havia predominado no Vale do Paraíba, deslocou seu eixo de produção para cá e se adaptou a caráter ao solo campineiro. Fez, como se sabe, a riqueza dos fazendeiros locais, que apostaram, ousadamente, em sua cultura e se deram bem. O dinheiro corria farto, proporcionando uma série de facilidades e melhoramentos urbanos. A partir de 1912, o bonde se consolidou ainda mais como meio de transporte de massa, com a sua eletrificação.
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, porém, seguida pela superprodução de café, que redundou em sua crescente desvalorização, arruinou dezenas de produtores da cidade, num processo doloroso e dramático. Em contrapartida, deflagrou-se, nessa mesma ocasião, um processo econômico que perdura até os dias atuais: o da industrialização. A partir do final dos anos 50, com a implantação da indústria automobilística no País, o automóvel passou a reinar soberano, em detrimento dos demais meios de transporte. E o bonde não suportou por muito tempo essa concorrência. O derradeiro deles circulou na cidade em 24 de maio de 1968, tornando-se, desde então, mera peça de museu e pondo fim a um período romântico na cidade.
A industrialização veio para ficar e redundou em uma explosão populacional na cidade. Subitamente, Campinas saltou de uma população pouco superior a duas dezenas de milhar de habitantes para os atuais 1,2 milhão. Todavia, não perdeu, jamais, sua inequívoca vocação de pólo irradiador de riquezas, cultura e progresso. .
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