A noção do infinito é tão profunda e absurda, para mentes efêmeras e finitas, que não há quem dele tenha a verdadeira compreensão. Pense em alguma coisa – no espaço, por exemplo – que nunca termine. Você avança, avança e avança e sempre há o que avançar. Além de não ter fim, não tem princípio. Você retrocede, retrocede, retrocede e nunca chega ao ponto de partida. Por que? Porque não há um! Só compreende essa noção, e a sua correspondente, ou seja, a da eternidade, quem é Eterno e Infinito e que criou essa imensidão sem fim. Ou seja, Deus. Se essa noção, por si só, já é complexa, Mauro Sampaio coloca nela ainda mais complexidade, nos versos finais do poema “Meditação para o Ano Novo”: “A última hora, a que esmaga o tempo,/renasce no Tempo./Chegado o limite, principia o limite do ilimitado,/E aí sim, o Tempo infinito/só cabe no tempo da aceitação./E este é o milagre:/na última hora do primeiro minuto se resume o infinito!”.
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