Pedro J. Bondaczuk
As idéias, quando acompanhadas de ações, ou seja de movimento e, sobretudo, do trabalho que as viabilizem, transformam o mundo para melhor. Você já pensou, caro leitor, se nosso primitivo ancestral das cavernas fosse um sujeito preguiçoso, que tivesse preguiça até de pensar, e se conformasse com o tipo de vida que levava? O mundo, hoje, seria, com certeza, muito diferente. Há quem entenda que seria melhor. Respeito essa opinião, mas discordo dela.
Foi da idéia de um determinado sujeito, que a História, injustamente, não identifica quem foi, que ocorreu a invenção da roda, por exemplo, que trouxe tanto progresso a esse estranho, complexo e contraditório animal. Alguém, igualmente, num certo dia, descobriu como produzir fogo, o que significou outro salto de civilização. Você sabe quem foi? Eu não!
Pessoas observadoras foram descobrindo formas de sanar dificuldades do cotidiano, mas não se limitaram às descobertas. Puseram-nas em prática. Testaram-nas. Transmitiram-nas aos outros e dessa forma começaram a mudar o mundo. “Inventaram” a agricultura, a pecuária, a arte de construir moradias. Aprenderam a tecer, a cozinhar, a fabricar ferramentas e armas, dando origem à tecnologia, posto que primitiva.
Alguém teve a idéia de transmitir pensamentos, sentimentos e informações mediante símbolos que, reunidos, formavam palavras, orações, sentenças, períodos, textos completos. E estava inventada a escrita. Outro alguém cismou de medir tudo o que havia ao redor e, para viabilizar essa medida, precisou criar signos que a representassem. Nascia, dessa maneira, a Matemática, outra das grandes revoluções do Homo Sapiens.
Nada disso, porém, seria possível se nosso ancestral primitivo se limitasse a meras cogitações, isto é, a ter idéias. Caso não se movimentasse, e não trabalhasse, estaríamos todos, ainda, nas cavernas, isto se essa espécie animal, fisicamente tão frágil, sobrevivesse aos inúmeros perigos que a ameaçavam.
Alguém descobriu, por exemplo, como minerar o ferro, moldá-lo e com ele construir utensílios. Houve quem descobrisse como extrair o sal das águas do mar. Durante séculos, esse produto foi uma raridade, de imenso valor, tanto que o trabalho alheio era remunerado com ele, daí a palavra “salário”. Hoje, não queremos (e nem precisamos) saber como ele é produzido. Por um valor relativamente ínfimo, adquirimos, em qualquer supermercado, o tanto de sal que nos dê na veneta, sem a mínima complicação.
Até o século XVI da Era Cristã, o açúcar, igualmente, era uma raridade no mundo, principalmente na Europa. Os europeus que eventualmente tinham acesso ao produto pagavam fortunas por ele. Era um luxo a que pouquíssimos tinham acesso. Até então, para adoçar seu chá ou bolos ou seja lá o que fosse, utilizavam-se do mel e do açúcar natural das frutas. Hoje, a exemplo do sal, qualquer pessoa pode comprar, até na vendinha mais rústica da esquina, o quanto quiser do produto, a preço relativamente irrisório.
Pense na indústria e em suas milhões de máquinas, para a produção, em larga escala, de toda e qualquer mercadoria, indispensável ou supérflua. Cada uma dessas unidades de produção, com suas ferramentas, saiu da cabeça de alguém. De quem? Você sabe? Eu não sei!
Pense na tecnologia de comunicação. Pense nos meios modernos, velozes e seguros, de transporte. Pense em satélites, foguetes e naves espaciais. Tudo isso foi criado por homens, não por deuses. E tudo começou com o remotíssimo ancestral das cavernas e sua inventividade.
Li, recentemente, excelente artigo da escritora (minha companheira na Academia Campinense de Letras), Arita Damasceno Pettená, intitulado “Mensagem ao trabalhador”, publicado no Correio Popular de Campinas, em 1° de maio de 2008, que trata desse assunto.
Em determinado trecho, a lúcida autora constata: “Tudo no mundo nos fala de movimento e de trabalho, e nós, no entanto, atravessamos as estações do ano e da vida sem nunca lembrar que é no sino que tange, que é na música que toca, que é na novela que se agita e até na roupa que a gente veste e nos próprios sapatos que calçamos que, atrás de tudo isso, está, sem alarde e sem reclames, a mão firme do trabalhador”.
Quem projetou as pirâmides do Egito (já nem pergunto o nome de um só que seja dos operários que as construíram)? Quem coordenou as obras da Muralha da China? Quem desenvolveu o primeiro método de extração do açúcar, quer da cana, quer da beterraba? Como é o nome do jardineiro que cuida das plantas do jardim da sua casa? Você não sabe? Nem eu! Mas eles existem! E com sua engenhosidade, e com sua mão firme, treinada e segura, erigiram e erigem diariamente o progresso e a civilização. E, no entanto... são anônimos...
As idéias, quando acompanhadas de ações, ou seja de movimento e, sobretudo, do trabalho que as viabilizem, transformam o mundo para melhor. Você já pensou, caro leitor, se nosso primitivo ancestral das cavernas fosse um sujeito preguiçoso, que tivesse preguiça até de pensar, e se conformasse com o tipo de vida que levava? O mundo, hoje, seria, com certeza, muito diferente. Há quem entenda que seria melhor. Respeito essa opinião, mas discordo dela.
Foi da idéia de um determinado sujeito, que a História, injustamente, não identifica quem foi, que ocorreu a invenção da roda, por exemplo, que trouxe tanto progresso a esse estranho, complexo e contraditório animal. Alguém, igualmente, num certo dia, descobriu como produzir fogo, o que significou outro salto de civilização. Você sabe quem foi? Eu não!
Pessoas observadoras foram descobrindo formas de sanar dificuldades do cotidiano, mas não se limitaram às descobertas. Puseram-nas em prática. Testaram-nas. Transmitiram-nas aos outros e dessa forma começaram a mudar o mundo. “Inventaram” a agricultura, a pecuária, a arte de construir moradias. Aprenderam a tecer, a cozinhar, a fabricar ferramentas e armas, dando origem à tecnologia, posto que primitiva.
Alguém teve a idéia de transmitir pensamentos, sentimentos e informações mediante símbolos que, reunidos, formavam palavras, orações, sentenças, períodos, textos completos. E estava inventada a escrita. Outro alguém cismou de medir tudo o que havia ao redor e, para viabilizar essa medida, precisou criar signos que a representassem. Nascia, dessa maneira, a Matemática, outra das grandes revoluções do Homo Sapiens.
Nada disso, porém, seria possível se nosso ancestral primitivo se limitasse a meras cogitações, isto é, a ter idéias. Caso não se movimentasse, e não trabalhasse, estaríamos todos, ainda, nas cavernas, isto se essa espécie animal, fisicamente tão frágil, sobrevivesse aos inúmeros perigos que a ameaçavam.
Alguém descobriu, por exemplo, como minerar o ferro, moldá-lo e com ele construir utensílios. Houve quem descobrisse como extrair o sal das águas do mar. Durante séculos, esse produto foi uma raridade, de imenso valor, tanto que o trabalho alheio era remunerado com ele, daí a palavra “salário”. Hoje, não queremos (e nem precisamos) saber como ele é produzido. Por um valor relativamente ínfimo, adquirimos, em qualquer supermercado, o tanto de sal que nos dê na veneta, sem a mínima complicação.
Até o século XVI da Era Cristã, o açúcar, igualmente, era uma raridade no mundo, principalmente na Europa. Os europeus que eventualmente tinham acesso ao produto pagavam fortunas por ele. Era um luxo a que pouquíssimos tinham acesso. Até então, para adoçar seu chá ou bolos ou seja lá o que fosse, utilizavam-se do mel e do açúcar natural das frutas. Hoje, a exemplo do sal, qualquer pessoa pode comprar, até na vendinha mais rústica da esquina, o quanto quiser do produto, a preço relativamente irrisório.
Pense na indústria e em suas milhões de máquinas, para a produção, em larga escala, de toda e qualquer mercadoria, indispensável ou supérflua. Cada uma dessas unidades de produção, com suas ferramentas, saiu da cabeça de alguém. De quem? Você sabe? Eu não sei!
Pense na tecnologia de comunicação. Pense nos meios modernos, velozes e seguros, de transporte. Pense em satélites, foguetes e naves espaciais. Tudo isso foi criado por homens, não por deuses. E tudo começou com o remotíssimo ancestral das cavernas e sua inventividade.
Li, recentemente, excelente artigo da escritora (minha companheira na Academia Campinense de Letras), Arita Damasceno Pettená, intitulado “Mensagem ao trabalhador”, publicado no Correio Popular de Campinas, em 1° de maio de 2008, que trata desse assunto.
Em determinado trecho, a lúcida autora constata: “Tudo no mundo nos fala de movimento e de trabalho, e nós, no entanto, atravessamos as estações do ano e da vida sem nunca lembrar que é no sino que tange, que é na música que toca, que é na novela que se agita e até na roupa que a gente veste e nos próprios sapatos que calçamos que, atrás de tudo isso, está, sem alarde e sem reclames, a mão firme do trabalhador”.
Quem projetou as pirâmides do Egito (já nem pergunto o nome de um só que seja dos operários que as construíram)? Quem coordenou as obras da Muralha da China? Quem desenvolveu o primeiro método de extração do açúcar, quer da cana, quer da beterraba? Como é o nome do jardineiro que cuida das plantas do jardim da sua casa? Você não sabe? Nem eu! Mas eles existem! E com sua engenhosidade, e com sua mão firme, treinada e segura, erigiram e erigem diariamente o progresso e a civilização. E, no entanto... são anônimos...
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