Saturday, January 31, 2009

Verdade


Pedro J. Bondaczuk

Que mistério infinito, sedução
tão doce é esta vida assaz azeda...
Mesmo vagando em meio à multidão,
findar só, nesta insólita vereda...

Na m'ia infância infeliz e já distante
deixei meus sonhos, hoje feitos dores.
Sigo, inútil, pela estrada, hesitante,
das saudades colhendo as murchas flores...

Este vazio, esta claridade
que varrem, põem a nu, minha alma impura,
com seu frígido toque de verdade,

revelam que, encontra quem procura.
Um dia findarei, mas com doçura,
hei de morrer, amando a humanidade.


(Soneto publicado na "Gazeta do Rio Pardo", em 12 de janeiro de 1969 e no "Jornal do ACP" de Paulínia, em 8 de novembro de 1969).

No comments: