Monday, January 19, 2009

REFLEXÃO DO DIA


Procuramos a beleza em cenários sofisticados, em arranjos e combinações refinados e não atentamos para o tanto que há de belo ao nosso redor. Não raro não conseguimos vislumbrar a poesia que há num bando de crianças sadias brincando despreocupadas, ou na limpidez do olhar da pessoa amada, ou nas flores selvagens e brutas que brotam por entre as ervas das campinas. Desprezamos o simples. Somos obsessivos pelo complexo, pelo artificioso, pelo complicado. Mas a beleza real e hipnotizadora, aquela que nos enleva a alma e nos leva a esquecer as agruras da vida, está na simplicidade. Esconde-se nas coisas aparentemente mais triviais que nos rodeiam ou com as quais topamos casualmente. Basta atentar para ela e, com a força do talento, criar poemas, romances, contos, pinturas, músicas etc. que se tornem imortais. Mauro Sampaio escreveu, no poema “Simplicidade”: “Como te invejam as flores nobres, florinha do campo,/a ti que enfeitas as mãos das camponesas,/que perfumas os ventos caipiras das aldeias tristes e vazias”.

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