Que bom seria se, ao chegarmos a uma idade avançada, pudéssemos contemplar a vida com o olhar da criança que um dia fomos: com inocência, esperança e assombro (positivo, claro). Evitaríamos inúmeros sofrimentos causados por uma visão distorcida que adquirimos das coisas, pessoas e, sobretudo, desta aventura magnífica, mágica e talvez única. Carregamos nossa memória com “quinquilharias”, dogmas que não se sustentam, filosofias caducas e ambições inconseqüentes. Alguns, deixam de lado aquela veneração natural que tinham pela vida e há, até, os que por uma razão ou outra, tentam abreviá-la, quando não suprimi-la liminarmente. Podemos manter essa visão até o último dos nossos dias, basta querer. Para isso, é indispensável cultivar um sadio e lógico senso de proporções. O poeta Mauro Sampaio escreveu, a propósito, no poema “Aspiração”: “Vida! Como seria bom fincar meus joelhos na terra/e contemplar-te com os olhos do menino/que um dia fugiu de mim”.
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