Há pessoas que empacam no tempo e tentam reproduzir o que consideram “bons momentos” que tiveram, nos mínimos detalhes, como se isso fosse possível. Alguns chegam ao exagero de fazer dessa tentativa uma obsessão. Melhor seria se continuassem a jornada pela vida, colhendo novas vitórias, sofrendo algumas derrotas (que apesar de amargas, são didáticas, por isso necessárias), múltiplas experiências e, ao cabo, a desejável sabedoria. É impossível reproduzir com exatidão o que passou. Afinal, os cenários, as pessoas, o tempo e as circunstâncias são diferentes e a reprodução, quando acontece (há ocasiões em que isso parece acontecer) não passa de triste e ridícula caricatura do original. O poeta Mauro Sampaio nos diz isso, com graça e beleza, nos versos do poema “Realidade”: “O tempo diz: espera!/Sento-me no último degrau da vida/e procuro outros sonhos/que me levem a outros destinos.//Entretanto/é inútil chamar os ventos que passaram”.
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