A arte é, no final das contas, uma tentativa (na maioria das vezes bem-sucedida) de interpretação da vida, feita pelo artista. Tudo o que o cerca, animal, vegetal ou mineral não importa, é tema potencial para suas criações, temperado, claro, pelo seu talento, experiência e modos de enxergar as coisas. Deleito-me, e aprendo muito mais sobre mim mesmo e o mundo nas obras dos grandes criadores, do que na filosofia, nas ciências e em outras tantas disciplinas criadas pelo e para o homem. A natureza, se bem observada, é, por si só, inigualável obra de arte. Ás vezes é tétrica (e para o artista, há beleza, até, na extrema feiúra) às vezes sublime, dependendo do que se observa. Mais do que agradar os sentidos, seu principal papel é induzir o observador à reflexão e à análise do que é e onde está. Ser artista, portanto, é enxergar o outro lado das coisas e se deleitar com ele. É agir, por exemplo, como o poeta Mauro Sampaio sugere em seu poema “Rosa”: “Amar a rosa, não pelo perfume,/mas pela arrogância das pétalas”.
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