Saturday, March 19, 2011




Canção agreste

Pedro J. Bondaczuk

São sinos que tangem e que reboam
na natural, imensa catedral.
São delicados sinos de cristal
que no ar parado vibram, ecoam.

Em meio a tantos sonhos e ilusões,
de princesas, de nobres e castelos,
de cores sutis, de tons amarelos,
de muralhas, fossos e de portões,

vejo a virgem dos cabelos de trigo,
e a minha sorte agradeço e bendigo,
e reconheço a sua importância

pois, em meio a este fausto e abundância,
esta onírica visão eu persigo
e assim vou me consumindo em grande ânsia.

(Soneto composto em Campinas, em 10 de outubro de 1967).

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