Saturday, September 25, 2010




Soneto à doce amada-LXXXIX

Pedro J. Bondaczuk

A música é um retalho de saudade
que vibra no espaço tempo afora
pois o som não se destrói, na verdade
se perde no infinito e vai-se embora.

Mil violinos lamentarão, assim,
noutras esferas, escuras ou claras,
meus versos honestos, as rimas raras,
tantas emoções que extraí de mim.

No futuro, numa longínqua tarde,
ao Planeta os meus sons vão retornar,
e com a minha voz, apesar de

a morte, certamente, me calar.
De mansinho, livre, sem muito alarde,
no que disse, estarei presente no ar.

(Soneto composto em Campinas, em 22 de setembro de 1967).

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