Seleção renovada
Pedro J. Bondaczuk
Mário Jorge Lobo Zagallo, um dos desportistas mais vencedores da história do futebol brasileiro (quer como jogador, quer como treinador ou supervisor), assumiu, mais uma vez, a exemplo do que já havia feito em 1970 e em 1974, o comando técnico da Seleção antes da Copa do Mundo de 1998, na França, com o desafio de repetir o feito do amigo e ex-auxiliar, Carlos Alberto Parreira no Mundial de 1994 nos Estados Unidos e conduzir o Brasil ao penta. Quase conseguiu. Faltou muito pouco. Faltaram noventa minutos e tantos de eficiência, somente, mas que fizeram toda a diferença.
O Velho Lobo, como era (e é) carinhosamente chamado pelos admiradores (entre os quais me incluo), já havia conquistado três títulos, sendo dois como jogador (1958 e 1962) e um como treinador (em 1970). Infelizmente, fatores extra campo, até hoje mal explicados, impediram que conseguisse sua quarta conquista pessoal. Mas chegou perto, muito perto.
Apesar do sucesso da Seleção em 1994, quatro anos depois apenas sete jogadores mantiveram-se (na verdade, foram mantidos) na equipe: Taffarel, Cafu, Aldair, Dunga, Leonardo, Ronaldo e Bebeto. O oitavo seria Romário, que foi cortado às vésperas do início da Copa, corte que gerou muito diz-que-diz-que na ocasião.
A alegação para excluir o Baixinho de participar de sua terceira competição mundial fora a de que não se recuperaria a tempo de uma contusão que sofrera semanas antes da convocação, o que o impediria de disputar o Mundial em alto nível.
O curioso foi que, na véspera da estréia do Brasil em gramados franceses, o atacante jogou normalmente por seu clube, sem nada sentir. Até hoje se diz, portanto, que o atleta foi cortado prematura e precipitadamente, embora os membros da comissão técnica neguem até hoje essa suposta precipitação.
Como sempre acontece, houve muitas críticas em relação a alguns dos convocados por Zagallo, como o lateral direito do São Paulo, Zé Carlos; o central do Flamengo, Júnior Baiano e o zagueiro do Botafogo, Gonçalves. Em contrapartida, foram reclamados entre dez a quinze nomes que, no entender do torcedor, teriam sido esquecidos. Até aí, portanto, nenhuma novidade. Sempre foi assim. Quando se trata de Seleção Brasileira, nunca houve, não há e duvido que algum dia haja consenso em torno dos convocáveis e, em especial, dos convocados.
Outro aspecto a se observar é que, apesar do êxodo dos jogadores brasileiros para o exterior, Zagallo ainda encontrou oito selecionáveis jogando no País: Carlos Germano (Vasco da Gama), Dida (Cruzeiro), Gonçalves e Bebeto (Botafogo), Júnior Baiano e Zé Roberto (Flamengo) e Zé Carlos e Denilson (São Paulo). Desses, porém, só dois compuseram o time base.
Tenho minhas dúvidas sobre se os que foram chamados eram, de fato, os que ostentavam a melhor forma na ocasião e se o grupo era o que tínhamos de melhor. Essa avaliação, todavia (admito) é sumamente subjetiva. Não há como não admitir que, quando se trata de Seleção (e isso não é novidade para ninguém), cada brasileiro se arvora em técnico. Apesar das possíveis restrições, todavia, não se pode negar que aquele era um grupo muito bom, com plenas condições de disputar de igual para igual com qualquer outra seleção e até de conquistar o tal do penta.
Zagallo levou para a França os seguintes jogadores:
Goleiros: Taffarel (Galatasaray da Turquia), Carlos Germano (Vasco da Gama) e Dida (Cruzeiro).
Laterais: Cafu (Roma), Zé Carlos (São Paulo), Roberto Carlos (Real Madrid) e André Cruz (Milan).
Zagueiros: Aldair (Roma), Júnior Baiano (Flamengo0 e Gonçalves (Botafogo).
Meio campistas: César Sampaio (Yokohama Marinos do Japão), Giovani (Barcelona), Dunga (Júbilo Iwata do Japão), Rivaldo (Barcelona), Emerson (Bayer Leverkusen), Zé Roberto (Flamengo), Doriva (Futebol Clube do Porto), Leonardo (Milan) e Denilson (São Paulo).l
Atacantes: Ronaldo (Internazionale de Milão), Bebeto (Botafogo) e Edmundo (Fiorentina).
Alguns desses jogadores (sobre os quais falaremos muito ainda) entrariam para a história, quatro anos mais na tarde, ao conquistarem para o Brasil a primeira Copa do Mundo do século XXI. A maioria, porém, perderia o “bonde da história” e lamentaria a perda da oportunidade de suas vidas, a da consagração, ao chegarem “apenas” em segundo lugar. E vice, para nós brasileiros, não vale nada. Diz o famoso ditado: “aos perde3dores, as batatas”.
Pedro J. Bondaczuk
Mário Jorge Lobo Zagallo, um dos desportistas mais vencedores da história do futebol brasileiro (quer como jogador, quer como treinador ou supervisor), assumiu, mais uma vez, a exemplo do que já havia feito em 1970 e em 1974, o comando técnico da Seleção antes da Copa do Mundo de 1998, na França, com o desafio de repetir o feito do amigo e ex-auxiliar, Carlos Alberto Parreira no Mundial de 1994 nos Estados Unidos e conduzir o Brasil ao penta. Quase conseguiu. Faltou muito pouco. Faltaram noventa minutos e tantos de eficiência, somente, mas que fizeram toda a diferença.
O Velho Lobo, como era (e é) carinhosamente chamado pelos admiradores (entre os quais me incluo), já havia conquistado três títulos, sendo dois como jogador (1958 e 1962) e um como treinador (em 1970). Infelizmente, fatores extra campo, até hoje mal explicados, impediram que conseguisse sua quarta conquista pessoal. Mas chegou perto, muito perto.
Apesar do sucesso da Seleção em 1994, quatro anos depois apenas sete jogadores mantiveram-se (na verdade, foram mantidos) na equipe: Taffarel, Cafu, Aldair, Dunga, Leonardo, Ronaldo e Bebeto. O oitavo seria Romário, que foi cortado às vésperas do início da Copa, corte que gerou muito diz-que-diz-que na ocasião.
A alegação para excluir o Baixinho de participar de sua terceira competição mundial fora a de que não se recuperaria a tempo de uma contusão que sofrera semanas antes da convocação, o que o impediria de disputar o Mundial em alto nível.
O curioso foi que, na véspera da estréia do Brasil em gramados franceses, o atacante jogou normalmente por seu clube, sem nada sentir. Até hoje se diz, portanto, que o atleta foi cortado prematura e precipitadamente, embora os membros da comissão técnica neguem até hoje essa suposta precipitação.
Como sempre acontece, houve muitas críticas em relação a alguns dos convocados por Zagallo, como o lateral direito do São Paulo, Zé Carlos; o central do Flamengo, Júnior Baiano e o zagueiro do Botafogo, Gonçalves. Em contrapartida, foram reclamados entre dez a quinze nomes que, no entender do torcedor, teriam sido esquecidos. Até aí, portanto, nenhuma novidade. Sempre foi assim. Quando se trata de Seleção Brasileira, nunca houve, não há e duvido que algum dia haja consenso em torno dos convocáveis e, em especial, dos convocados.
Outro aspecto a se observar é que, apesar do êxodo dos jogadores brasileiros para o exterior, Zagallo ainda encontrou oito selecionáveis jogando no País: Carlos Germano (Vasco da Gama), Dida (Cruzeiro), Gonçalves e Bebeto (Botafogo), Júnior Baiano e Zé Roberto (Flamengo) e Zé Carlos e Denilson (São Paulo). Desses, porém, só dois compuseram o time base.
Tenho minhas dúvidas sobre se os que foram chamados eram, de fato, os que ostentavam a melhor forma na ocasião e se o grupo era o que tínhamos de melhor. Essa avaliação, todavia (admito) é sumamente subjetiva. Não há como não admitir que, quando se trata de Seleção (e isso não é novidade para ninguém), cada brasileiro se arvora em técnico. Apesar das possíveis restrições, todavia, não se pode negar que aquele era um grupo muito bom, com plenas condições de disputar de igual para igual com qualquer outra seleção e até de conquistar o tal do penta.
Zagallo levou para a França os seguintes jogadores:
Goleiros: Taffarel (Galatasaray da Turquia), Carlos Germano (Vasco da Gama) e Dida (Cruzeiro).
Laterais: Cafu (Roma), Zé Carlos (São Paulo), Roberto Carlos (Real Madrid) e André Cruz (Milan).
Zagueiros: Aldair (Roma), Júnior Baiano (Flamengo0 e Gonçalves (Botafogo).
Meio campistas: César Sampaio (Yokohama Marinos do Japão), Giovani (Barcelona), Dunga (Júbilo Iwata do Japão), Rivaldo (Barcelona), Emerson (Bayer Leverkusen), Zé Roberto (Flamengo), Doriva (Futebol Clube do Porto), Leonardo (Milan) e Denilson (São Paulo).l
Atacantes: Ronaldo (Internazionale de Milão), Bebeto (Botafogo) e Edmundo (Fiorentina).
Alguns desses jogadores (sobre os quais falaremos muito ainda) entrariam para a história, quatro anos mais na tarde, ao conquistarem para o Brasil a primeira Copa do Mundo do século XXI. A maioria, porém, perderia o “bonde da história” e lamentaria a perda da oportunidade de suas vidas, a da consagração, ao chegarem “apenas” em segundo lugar. E vice, para nós brasileiros, não vale nada. Diz o famoso ditado: “aos perde3dores, as batatas”.
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