É inútil qualquer tentativa para se regressar ao passado. Ainda não inventaram a máquina do tempo que nos leve para frente ou para trás e nos permita reviver, fisicamente, o que não soubemos valorizar quando aconteceu. Só podemos fazer esse regresso, assim mesmo de maneira truncada, através da memória (frágil e seletiva). Daí a necessidade de vivermos, sempre, intensamente. E em vez de termos que nos contentar com alegrias do passado, o mais sábio é criar, a cada dia, novas e profundas satisfações. Bebamos do cálice da vida até a derradeira gota. Mas sempre com prazer e felicidade. Fernando Pessoa arremata desta forma o poema “Souvenir”: “O que sinto e ouço é apenas ilusão,/porque o passado não pode regressar./Estes campos não são os que eu conheci,/os sons não são os que ouvi; tudo passou/e tudo o que é passado, ai, não volta mais”. Ainda bem que não, pois se voltasse, viveríamos repisando, indefinidamente, sempre as mesmas pegadas. E a vida é dinâmica!
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