É certo que nem sempre o que se diz é o que se faz. Infelizmente. Todavia, as palavras são a única forma de mostrarmos ao próximo o que pensamos, sentimos ou queremos dele. É por esse meio, por exemplo, que lhe demonstramos afeto ou desapreço, admiração ou repúdio, carinho ou rancor. Os gestos dão algum indicativo, mas são dúbios. Dependem de interpretação. Olhares, sorrisos e toques de mão igualmente são insuficientes para expressar sentimentos. As palavras, todavia, posto que às vezes pobres para exprimir o que pensamos, sentimos ou queremos, são a forma racional de comunicação. Não por acaso, só o único animal inteligente da natureza tem a aptidão de falar (e de escrever). Por isso, temos que ter cuidado com o que dizemos. O escritor John Updike constata, com lucidez: “As palavras, quaisquer palavras, são o modo de darmos a alguém uma parcela de nós próprios”. Doemos, sobretudo aos que amamos, o que tivermos de melhor em termos de expressão.
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