Monday, June 18, 2007

TOQUE DE LETRA







Pedro J. Bondaczuk

(Fotos: Arquivo, site do Robinho e Gaspar Nóbrega - VIPCOMM)

VENCEU E CONVENCEU

A Ponte Preta venceu seu compromisso deste sábado, no Estádio Bruno José Daniel, diante do Santo André, por 2 a 0 e, o que é importante para a torcida, convenceu, principalmente no segundo tempo. No primeiro, adotou a cautela, para evitar surpresas e, apesar de alguns erros da zaga, conseguiu seu objetivo. Já na etapa final, o time voou em campo. Nelsinho Baptista adiantou os dois meias de armação, Marcinho Guerreiro (que fez uma boa estréia levando em conta que estava há 40 dias sem disputar uma partida oficial) e Heverton, que arrebentou e só faltou fazer chover. Com isso, as oportunidades apareceram naturalmente e três delas foram aproveitadas. Ocorre que uma delas foi anulada pelo auxiliar de linha, Rafael Silva, que teve péssima atuação, a ponto de comprometer a arbitragem. O gol de Wanderley, que ele entendeu ter sido marcado em impedimento, foi legal, legalíssimo, e de bela feitura. Sorte que a Ponte Preta não precisou dele para vencer. Mas foi lamentável a atuação desse bandeira. No primeiro tempo, por exemplo, deixou de marcar um impedimento clamoroso, e não de um., mas de quatro jogadores do Santo André, que por pouco não resulta em gol do time do ABC. Êta neguinho ruim! E seus erros (coincidência ou não) só beneficiaram o time da casa.

ESTRÉIA EM ALTO ESTILO

A estréia do meia-armador Marcinho Guerreiro, com a camisa da Ponte Preta, na vitória da alvinegra, por 2 a 0, frente ao Santo André, no ABC, foi o que se esperava de um jogador da sua categoria. E acabou coroada, inclusive, com um gol de oportunismo e boa colocação. Logo no início do jogo, por sinal, por volta dos 7 ou 8 minutos de partida, o atleta já havia mostrado seu “cartão de visitas” ao protagonizar o lance de maior perigo do primeiro tempo. Num arremate na lateral da área, obrigou o goleiro do Santo André a fazer uma ótima defesa e assim evitar a abertura do placar. Na primeira etapa, porém, Marcinho limitou-se a guardar posição no meio do campo, apesar de não de forma passiva. Aliás, ajudou, e muito, na marcação, tanto que levou seu primeiro cartão amarelo com a camisa da Macaca por um lance mais brusco, que impediu um perigoso ataque do adversário. No segundo tempo, porém, o jogador soltou-se e foi fundamental para a eficiência dos contra-ataques da Ponte Preta. Marcinho, claro, tem muito a evoluir ainda. Afinal, há quarenta dias que não disputava uma partida oficial. Ademais, fez apenas dois ou três treinos com os novos companheiros, o que, convenhamos, pesa. Mas começou com o pé direito no time, mostrando que Nelsinho Baptista estava certíssimo em insistir tanto na sua contratação. Se continuar com a mesma vontade, não tardará para se transformar em ídolo da fiel torcida pontepretana.

NOME DO JOGO

O nome do jogo, na boa vitória pontepretana, sábado, diante do Santo André, por 2 a 0, foi o meia-armador Heverton. Armou, marcou, defendeu, atacou e foi o responsável direto pelos dois gols que garantiram à Ponte Preta três preciosos pontos, conquistados na casa do adversário e que repuseram o time no topo da tabela de classificação. Aos poucos, o jovem atleta vai se soltando e encontrando seu espaço no campo, mostrando a exuberância do seu futebol. O gol que fez neste sábado, o segundo, foi uma pintura, desde o início da jogada, com uma rápida troca de passes entre Wanderley e Andrezinho, ao arremate final, firme, forte, seco e indefensável para o goleiro adversário. Ficou demonstrado, nesse jogo, que Heverton rende muito mais para o time quando joga avançado, fazendo companhia aos homens de área. Com a entrada de Marcinho Guerreiro, isso fica agora muito mais facilitado, pois passa a ter com quem dividir a tarefa de armação. Além de um passe primoroso e certeiro e de facilidade de driblar progressivamente, no sentido do gol adversário, o atleta chuta muito bem. Por isso, hoje já é o “cérebro e o coração” da equipe. Parabéns, garoto.

NÍTIDA EVOLUÇÃO

O jovem atacante Wanderley disputou, sábado, frente ao Santo André, sua melhor partida desde que passou a ser aproveitado no time de cima, em 2005. No primeiro tempo, até que não apareceu muito, embora cumprisse a função que lhe foi determinada por Nelsinho Baptista. Na segunda etapa, porém, quando passou a fazer o pivô, no ataque, após a saída de Anderson Luiz, seu futebol, o mesmo que encantou todo o mundo no time de juniores, finalmente veio à tona. Participou do lance que redundou no golaço de Heverton, fez um, de cabeça, anulado erroneamente pelo auxiliar de linha, Rafael Silva e por pouco fez outro, que seria digno de placa no estádio, após driblar dois zagueiros adversários e arrematar muito bem, forçando o goleiro adversário a fazer a melhor defesa do jogo. O contato de Wanderley com o auxiliar-técnico Evair, um dos mais lúcidos artilheiros do futebol brasileiro, está fazendo muito bem ao menino. A continuar nesse ritmo, logo, logo o garoto deixará de ser mera promessa, para se tornar grata realidade, como foi o caso de Luís Fabiano, hoje brilhando com a camisa do Sevilha, da Espanha.

DECRÉSCIMO DE PRODUÇÃO

Joguinho ruim, o clássico de domingo, no Morumbi, em que o São Paulo derrotou o Vasco da Gama por 2 a 0, pelo Campeonato Brasileiro da Série A. O tricolor até que começou bem a partida, de forma arrasadora, fazendo, logo de cara, dois gols seguidos, ambos do artilheiro Borges, que até aqui não disse ainda a que veio. A impressão que se tinha era que os comandados de Muricy Ramalho, finalmente, deixariam a má-fase para trás e aplicariam uma história goleada no fraco time cruzmaltino. Tudo não passou, porém, só de impressão. Não tardou para que o jogo se tornasse sonolento, monótono, chato, com quantidade exagerada de erros de passe e inúmeras jogadas bisonhas, indignas de quem veste a camisa de dois clubes de tanta tradição, como são o São Paulo e o Vasco. Ou ambos se reforçam, para a seqüência do campeonato, ou não poderão aspirar a nada além da mera participação. Claro que nenhum dos dois corre riscos de rebaixamento (seria o cúmulo se corressem). Mas com esse futebolzinho que estão jogando, com certeza, não chegarão a lugar algum.

CAMPEÃO EM ALTO ESTILO

O Real Madri bateu pé firme e se recusou a liberar Robinho para a Seleção Brasileira, antes da disputa da sua última partida, pelo Campeonato Espanhol, contra o Mallorca, no Estádio Santiago Bernabeu, neste domingo. Afinal, o jogo valia título. Caso vencesse, o time merengue, finalmente, poria fim à hegemonia de já alguns anos do Barcelona e voltaria a comemorar um título nacional. E foi o que aconteceu. Tratou-se de um jogo dramático, em que a equipe madrilenha saiu atrás no marcador, dando um susto imenso em sua torcida. Com a ajuda de Robinho, contudo, o Real Madri deu a volta por cima, empatou e posteriormente virou o placar (para a euforia dos seus torcedores) e venceu por 3 a 1, assegurando o tão sonhado título, que quase lhe foge por entre os dedos. O jogo marcou a despedida do lateral-esquerdo Roberto Carlos da equipe merengue, após dez longos anos de bons serviços. Outros brasileiros que participaram da vitoriosa campanha foram Emerson, titularíssimo do meio de campo, e Cicinho e Marcelo, ambos na reserva do novo campeão espanhol. Bem que Robinho estava merecendo a consagração também no exterior. O garoto, diga-se de passagem, ainda tem muito futebol a mostrar, quer no Real Madri, quer na Seleção Brasileira. E estou certo de que mostrará, no seu devido tempo.

RESPINGOS...

· A crise está definitivamente instalada pelos lados do Parque Antártica, após a derrota de ontem, para o Goiás, no Estádio Serra Dourada, por 3 a 1. Já se fala na saída do comando técnico de Caio Junior e na possível contratação de Abel Braga. Que coisa!
· A torcida corintiana, que superlotou o Morumbi, sábado, saiu decepcionada com o empate do time, contra o Paraná, por 0 a 0. Se analisar direito, porém, o torcedor irá concluir que se tratou de um bom resultado. Afinal, o Corinthians enfrentou um adversário dos mais qualificados, que faz, de novo, boa campanha.
· Ainda é muito cedo para prognósticos. Mas se o Botafogo continuar jogando esse mesmo futebol alegre, ofensivo e, sobretudo, objetivo, que tem mostrado desde o início da temporada, é sério candidato ao título deste ano. Ontem, massacrou o Náutico, no Maracanã, mesmo Dodô perdendo um pênalti e o goleiro Juninho dando um gol de presente para o adversário. O 3 a 1 até que saiu barato para os pernambucanos.
· Achei que houve abuso de autoridade dos policiais que retiraram o técnico Lori Sandri, do América de Natal, algemado de campo, sob a acusação de “desacato”. O Sport tentou ganhar o jogo no grito, e quase conseguiu. Empatou, por 2 a 2, e segue na rabeira da tabela. Lamentável esse tipo de pressão.
· Wanderley Luxemburgo deu um susto enorme, nos santistas, na semana passada, quando teve que ser internado, às pressas, para a extração do apêndice. Ontem, porém, da sua casa, o treinador comandou seu time, por telefone, na excelente vitória sobre o Juventude, por 2 a 0, em plena Caxias do Sul. E Serginho Chulapa cumpriu direitinho suas instruções.

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

1 comment:

Rose said...

Amigo Pedro, teu Blog continua como sempre: excelente lugar para grandes reflexões e muito aprendizado. Parabéns, parabéns..

Grande beijo da amiga,
Rose