Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Arquivo e sites da FIFA e da Associação Atlética Ponte Preta)
TROPEÇO FORA DE CASA
A Ponte Preta sofreu, terça-feira, seu segundo tropeço no Campeonato Brasileiro da Série B, e de novo fora de casa, desta vez diante do bom time do Marília, quando perdeu por 3 a 2. O ponto frágil da equipe foi a defesa, mais especificamente a zaga reserva, composta por Zacarias e João Paulo, que entrou numa baita fogueira, ao ter que substituir os titulares da posição, Anderson e Emerson, que não puderam jogar em decorrência de uma forte gripe. Não foi uma boa atuação pontepretana, convenhamos, embora não tenha faltado disposição e nem espírito de luta à equipe. Com a ausência de Heverton (a principal estrela do time), o meio de campo não reeditou a boa atuação que teve notadamente contra o Santo André. Marcinho viu-se sobrecarregado e, ademais, errou muitos passes. Os alas, Júlio César e Andrezinho, não desceram com eficiência e, assim, Roger e Wanderley tiveram que lutar sozinhos com a boa zaga do Marília. Ainda assim, o ataque manteve a sua boa média de gols. Não fossem as falhas defensivas, a equipe poderia ter voltado de Marília com pelo menos um ponto ou, até mesmo, com os três. Não deu. Fabiano Gadelha foi o fator de desequilíbrio, a favor do adversário, deitando e rolando sobre a fraca zaga pontepretana. Mas a derrota tem que ser encarada como normal. Ao contrário do que muitos cronistas afirmaram, não foi vexatória e nem preocupante. Claro que perder sempre é ruim. Mas a Ponte mostrou garra, vontade e um bom sentido de recuperação. E isso, claro, é muito bom.
WANDERLEY FIRMA-SE COMO TITULAR
O jovem atacante pontepretano Wanderley reeditou, terça-feira, em Marília, as excelentes atuações que havia tido contra o Santo André e o Ituano e acabou, finalmente, premiado com um gol de bela feitura, que vinha perseguindo há já um bom tempo. Aos poucos, o garoto mostra que tem muita bola e que estão certos os que apostam na sua evolução técnica e na sua consolidação como grata realidade e não mais como mera promessa (entre os quais me incluo). Méritos, sobretudo, para a comissão técnica, especialmente para o treinador Nelsinho Baptista e seu auxiliar Evair, que confiaram no jovem matador e lhe deram moral. E este vem correspondendo. Posso estar enganado, mas vejo, em Wanderley, potencial maior do que via no Luís Fabiano em início de carreira. E nem é preciso dizer da evolução e consolidação do ex-matador pontepretano que hoje brilha no futebol espanhol e que, no domingo passado, levou o modesto Sevilha à conquista da Copa do Rei. Todavia, no início de carreira, ele era alvo de críticas e de descontentamento da torcida, a exemplo do que ocorre com Wanderley atualmente. Só espero que o garoto continue fazendo jus à confiança da comissão técnica e que, finalmente, decole para o sucesso. Vai decolar.
ESTRÉIA COM PÉ DIREITO
O estreante da noite, terça-feira, em Marília, na derrota da Ponte Preta para o MAC, por 3 a 2, o meia-atacante Leo Mineiro, agradou em cheio tanto à comissão técnica, quanto à crônica esportiva e, principalmente à torcida. Além da velocidade, sua principal característica, o jogador mostrou muita voluntariedade e apurada técnica, dando nova vida ao ataque pontepretano, num momento crítico da partida. Trata-se, pois, de mais uma excelente opção no plantel da Macaca, para a sua empreitada de voltar à elite do futebol brasileiro. Outra característica positiva de Leo Mineiro são os chutes a gol, fortes e com direção. Arrisco-me a dizer que, com mais um ou dois jogos, o meia vai conquistar a camisa titular e ser um dos destaques da Ponte Preta no Campeonato Brasileiro. Só não sei se no lugar de Roger ou de Wanderley. Será no de quem vacilar.
SORTE A FAVOR
Um time, para ser vencedor, além da indispensável capacidade técnica, tem que contar com o fator sorte. E esta parece rondar o Moisés Lucarelli. Tomara que se instale por lá em definitivo e permaneça pelo menos até o final do ano, para que a Ponte Preta retorne ao patamar de onde nunca deveria ter saído: a elite do futebol brasileiro. No espaço de duas semanas, foram disputadas duas rodadas completas do Campeonato Brasileiro e a Macaca, que só voltaria a jogar nesta terça-feira, corria o risco de despencar na tabela. Não despencou. Dos sete times que poderiam ultrapassar a alvinegra campineira, cinco tropeçaram. É muita sorte! E a Ponte, assim, perdeu, apenas, duas posições. Claro que a colocação da equipe, a esta altura, quando há, ainda, trinta jogos a serem disputados, não tem lá tanta importância prática. Mas dá moral ao time, traz otimismo à torcida e cria um clima favorável que, se bem aproveitado, pode ser mais um fator de sucesso. Se Deus quiser, será!
RETORNO APENAS DISCRETO
O atacante Roger teve uma atuação apenas discreta, no jogo de terça-feira, quando a Ponte Preta perdeu para o Marília, por 3 a 2. Entre outras coisas, bateu muito mal o pênalti sofrido por Wanderley, embora tivesse sorte e saísse o gol da Macaca no rebote, graças à eficiência do Alê. Quem deveria ter cobrado a penalidade era o Marcinho, ou o Júlio César, ou o Andrezinho. Ainda bem que seu erro não trouxe prejuízos ao time. Debito essa apresentação, de regular para ruim, do atacante, à falta de ritmo de jogo. E isso, sem dúvida, conta muito. Afinal, o atleta teve que cumprir as quatro partidas de suspensão impostas pelo TJD, por sua infeliz expulsão diante do Gama, na estréia da equipe no Campeonato Brasileiro. Todavia, de lá para cá, a situação mudou. A Ponte Preta buscou alternativas para a posição e Roger deixou de ser unanimidade entre a torcida (e provavelmente, também entre a comissão técnica) para comandar o ataque. Terá, doravante, como “sombras”, três excelentes atacantes, com características diferentes das suas: Michel, Alex Terra e Leo Mineiro. Precisará, portanto, jogar muito (ou pelo menos bem mais do que jogou contra o Marília) para permanecer como titular. Espero que o desafio sirva como fator de motivação, e não como causa de desânimo, para o jovem, mas já experiente, atacante.
MÁ ESTRÉIA DA SELEÇÃO
É verdade que o México não jogou para tanto, mas a Seleção Brasileira estreou, ontem, com o pé esquerdo na Copa América, que se disputa na Venezuela. A derrota, por 2 a 0, foi fruto, sobretudo, de dois erros crassos da defesa, embora o primeiro gol tenha saído de uma jogada de alta qualidade técnica do atacante mexicano Castillo. O adversário jogou retrancado, explorando os contra-ataques. E o Brasil caiu nessa. O selecionado mexicano marcou muito bem, é verdade, mas a sorte também não ajudou os comandados de Dunga. No segundo tempo, por exemplo, a Seleção criou pelo menos quatro oportunidades claras de gol, inclusive uma em que a bola chutada por Robinho caprichosamente bateu no travessão e saiu. A arbitragem prejudicou nossa equipe, anulando um gol brasileiro legítimo e deixando de marcar um pênalti sobre Afonso que só o árbitro argentino (tinha que ser!) não viu. E ainda o homem do apito teve a suprema cara de pau de mostrar cartão amarelo para o atacante, sob a alegação de que ele havia se jogado na área. Doni falhou no segundo gol, de falta, armando mal a barreira e pulando atrasado na bola. E os dois volantes, Gilberto Silva e Mineiro, sequer apareceram para jogar. Estiveram sumidos no campo. Só espero que a Seleção se recupere desse tropeço, na seqüência da Copa e feche a boca da nossa pífia crônica esportiva, que já considera a Argentina como campeã antecipada da competição, com um pé nas costas, antes mesmo, sequer, da sua estréia. Êta cambada de cassandras de mau-agouro!
RESPINGOS...
· Depois de amanhã, teremos um dos maiores clássicos do futebol brasileiro: Palmeiras x Corinthians. Quem perder vai ficar em maus lençóis com a respectiva torcida.
· Bastou o São Paulo ter derrotado o Santos, domingo passado, na Vila Belmiro, por 2 a 0, para que parcela da imprensa apontasse o tricolor como candidato ao título do Campeonato Brasileiro deste ano. Calma, pessoal, muita água ainda vai rolar até o fim da competição.
· Quem deu a volta por cima foi o Cruzeiro que, domingo, derrotou o seu maior rival, o Atlético Mineiro, no Mineirão, por 4 a 2. Dorival Junior começa a pôr ordem na Toca da Raposa. Esse conhece!
· O Botafogo está numa fase tão boa, que mesmo sem jogar, na rodada passada, conservou a liderança isolada do Campeonato Brasileiro. Olho no time da estrela solitária!
· Quem continua fazendo uma campanha surpreendente (de novo), é o Paraná, mesmo trocando de técnico. No ano passado, atribuíram o sucesso do time ao treinador, Caio Junior, que vem se dando mal no Palmeiras. E neste, qual é a desculpa?
· E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
(Fotos: Arquivo e sites da FIFA e da Associação Atlética Ponte Preta)
TROPEÇO FORA DE CASA
A Ponte Preta sofreu, terça-feira, seu segundo tropeço no Campeonato Brasileiro da Série B, e de novo fora de casa, desta vez diante do bom time do Marília, quando perdeu por 3 a 2. O ponto frágil da equipe foi a defesa, mais especificamente a zaga reserva, composta por Zacarias e João Paulo, que entrou numa baita fogueira, ao ter que substituir os titulares da posição, Anderson e Emerson, que não puderam jogar em decorrência de uma forte gripe. Não foi uma boa atuação pontepretana, convenhamos, embora não tenha faltado disposição e nem espírito de luta à equipe. Com a ausência de Heverton (a principal estrela do time), o meio de campo não reeditou a boa atuação que teve notadamente contra o Santo André. Marcinho viu-se sobrecarregado e, ademais, errou muitos passes. Os alas, Júlio César e Andrezinho, não desceram com eficiência e, assim, Roger e Wanderley tiveram que lutar sozinhos com a boa zaga do Marília. Ainda assim, o ataque manteve a sua boa média de gols. Não fossem as falhas defensivas, a equipe poderia ter voltado de Marília com pelo menos um ponto ou, até mesmo, com os três. Não deu. Fabiano Gadelha foi o fator de desequilíbrio, a favor do adversário, deitando e rolando sobre a fraca zaga pontepretana. Mas a derrota tem que ser encarada como normal. Ao contrário do que muitos cronistas afirmaram, não foi vexatória e nem preocupante. Claro que perder sempre é ruim. Mas a Ponte mostrou garra, vontade e um bom sentido de recuperação. E isso, claro, é muito bom.
WANDERLEY FIRMA-SE COMO TITULAR
O jovem atacante pontepretano Wanderley reeditou, terça-feira, em Marília, as excelentes atuações que havia tido contra o Santo André e o Ituano e acabou, finalmente, premiado com um gol de bela feitura, que vinha perseguindo há já um bom tempo. Aos poucos, o garoto mostra que tem muita bola e que estão certos os que apostam na sua evolução técnica e na sua consolidação como grata realidade e não mais como mera promessa (entre os quais me incluo). Méritos, sobretudo, para a comissão técnica, especialmente para o treinador Nelsinho Baptista e seu auxiliar Evair, que confiaram no jovem matador e lhe deram moral. E este vem correspondendo. Posso estar enganado, mas vejo, em Wanderley, potencial maior do que via no Luís Fabiano em início de carreira. E nem é preciso dizer da evolução e consolidação do ex-matador pontepretano que hoje brilha no futebol espanhol e que, no domingo passado, levou o modesto Sevilha à conquista da Copa do Rei. Todavia, no início de carreira, ele era alvo de críticas e de descontentamento da torcida, a exemplo do que ocorre com Wanderley atualmente. Só espero que o garoto continue fazendo jus à confiança da comissão técnica e que, finalmente, decole para o sucesso. Vai decolar.
ESTRÉIA COM PÉ DIREITO
O estreante da noite, terça-feira, em Marília, na derrota da Ponte Preta para o MAC, por 3 a 2, o meia-atacante Leo Mineiro, agradou em cheio tanto à comissão técnica, quanto à crônica esportiva e, principalmente à torcida. Além da velocidade, sua principal característica, o jogador mostrou muita voluntariedade e apurada técnica, dando nova vida ao ataque pontepretano, num momento crítico da partida. Trata-se, pois, de mais uma excelente opção no plantel da Macaca, para a sua empreitada de voltar à elite do futebol brasileiro. Outra característica positiva de Leo Mineiro são os chutes a gol, fortes e com direção. Arrisco-me a dizer que, com mais um ou dois jogos, o meia vai conquistar a camisa titular e ser um dos destaques da Ponte Preta no Campeonato Brasileiro. Só não sei se no lugar de Roger ou de Wanderley. Será no de quem vacilar.
SORTE A FAVOR
Um time, para ser vencedor, além da indispensável capacidade técnica, tem que contar com o fator sorte. E esta parece rondar o Moisés Lucarelli. Tomara que se instale por lá em definitivo e permaneça pelo menos até o final do ano, para que a Ponte Preta retorne ao patamar de onde nunca deveria ter saído: a elite do futebol brasileiro. No espaço de duas semanas, foram disputadas duas rodadas completas do Campeonato Brasileiro e a Macaca, que só voltaria a jogar nesta terça-feira, corria o risco de despencar na tabela. Não despencou. Dos sete times que poderiam ultrapassar a alvinegra campineira, cinco tropeçaram. É muita sorte! E a Ponte, assim, perdeu, apenas, duas posições. Claro que a colocação da equipe, a esta altura, quando há, ainda, trinta jogos a serem disputados, não tem lá tanta importância prática. Mas dá moral ao time, traz otimismo à torcida e cria um clima favorável que, se bem aproveitado, pode ser mais um fator de sucesso. Se Deus quiser, será!
RETORNO APENAS DISCRETO
O atacante Roger teve uma atuação apenas discreta, no jogo de terça-feira, quando a Ponte Preta perdeu para o Marília, por 3 a 2. Entre outras coisas, bateu muito mal o pênalti sofrido por Wanderley, embora tivesse sorte e saísse o gol da Macaca no rebote, graças à eficiência do Alê. Quem deveria ter cobrado a penalidade era o Marcinho, ou o Júlio César, ou o Andrezinho. Ainda bem que seu erro não trouxe prejuízos ao time. Debito essa apresentação, de regular para ruim, do atacante, à falta de ritmo de jogo. E isso, sem dúvida, conta muito. Afinal, o atleta teve que cumprir as quatro partidas de suspensão impostas pelo TJD, por sua infeliz expulsão diante do Gama, na estréia da equipe no Campeonato Brasileiro. Todavia, de lá para cá, a situação mudou. A Ponte Preta buscou alternativas para a posição e Roger deixou de ser unanimidade entre a torcida (e provavelmente, também entre a comissão técnica) para comandar o ataque. Terá, doravante, como “sombras”, três excelentes atacantes, com características diferentes das suas: Michel, Alex Terra e Leo Mineiro. Precisará, portanto, jogar muito (ou pelo menos bem mais do que jogou contra o Marília) para permanecer como titular. Espero que o desafio sirva como fator de motivação, e não como causa de desânimo, para o jovem, mas já experiente, atacante.
MÁ ESTRÉIA DA SELEÇÃO
É verdade que o México não jogou para tanto, mas a Seleção Brasileira estreou, ontem, com o pé esquerdo na Copa América, que se disputa na Venezuela. A derrota, por 2 a 0, foi fruto, sobretudo, de dois erros crassos da defesa, embora o primeiro gol tenha saído de uma jogada de alta qualidade técnica do atacante mexicano Castillo. O adversário jogou retrancado, explorando os contra-ataques. E o Brasil caiu nessa. O selecionado mexicano marcou muito bem, é verdade, mas a sorte também não ajudou os comandados de Dunga. No segundo tempo, por exemplo, a Seleção criou pelo menos quatro oportunidades claras de gol, inclusive uma em que a bola chutada por Robinho caprichosamente bateu no travessão e saiu. A arbitragem prejudicou nossa equipe, anulando um gol brasileiro legítimo e deixando de marcar um pênalti sobre Afonso que só o árbitro argentino (tinha que ser!) não viu. E ainda o homem do apito teve a suprema cara de pau de mostrar cartão amarelo para o atacante, sob a alegação de que ele havia se jogado na área. Doni falhou no segundo gol, de falta, armando mal a barreira e pulando atrasado na bola. E os dois volantes, Gilberto Silva e Mineiro, sequer apareceram para jogar. Estiveram sumidos no campo. Só espero que a Seleção se recupere desse tropeço, na seqüência da Copa e feche a boca da nossa pífia crônica esportiva, que já considera a Argentina como campeã antecipada da competição, com um pé nas costas, antes mesmo, sequer, da sua estréia. Êta cambada de cassandras de mau-agouro!
RESPINGOS...
· Depois de amanhã, teremos um dos maiores clássicos do futebol brasileiro: Palmeiras x Corinthians. Quem perder vai ficar em maus lençóis com a respectiva torcida.
· Bastou o São Paulo ter derrotado o Santos, domingo passado, na Vila Belmiro, por 2 a 0, para que parcela da imprensa apontasse o tricolor como candidato ao título do Campeonato Brasileiro deste ano. Calma, pessoal, muita água ainda vai rolar até o fim da competição.
· Quem deu a volta por cima foi o Cruzeiro que, domingo, derrotou o seu maior rival, o Atlético Mineiro, no Mineirão, por 4 a 2. Dorival Junior começa a pôr ordem na Toca da Raposa. Esse conhece!
· O Botafogo está numa fase tão boa, que mesmo sem jogar, na rodada passada, conservou a liderança isolada do Campeonato Brasileiro. Olho no time da estrela solitária!
· Quem continua fazendo uma campanha surpreendente (de novo), é o Paraná, mesmo trocando de técnico. No ano passado, atribuíram o sucesso do time ao treinador, Caio Junior, que vem se dando mal no Palmeiras. E neste, qual é a desculpa?
· E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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