Monday, June 18, 2007

Por uma nova utopia-2


Pedro J. Bondaczuk

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

Valho-me das luzes do jornalista e escritor Mário Donato, mais especificamente de um longo e brilhante ensaio que publicou em abril de 1983, no suplemento "Leitura", do Diário Oficial do Estado, intitulado "Utopia e o sonho azul da Colônia Cecília", para as considerações preliminares sobre o tema deste livro. Elas é que vão nortear essa jornada por um assunto tão fascinante, porém de tanta complexidade.

Antes, porém, peço licença ao leitor para abrir um breve parêntese e destacar a importância desse ilustre intelectual para as letras nacionais. Mário Donato nasceu em Campinas, em 29 de abril de 1915. Iniciou sua carreira jornalística no jornal “O Estado de São Paulo”, como repórter. Dotado de um texto claro, limpo, correto e instigante, não tardou para ser promovido a redator e, posteriormente, a secretário de redação, função que também exerceu na Folha da Manhã.

Eclético e criativo, colaborou com várias outras publicações, como a revista “A Cigarra”, os jornais “A Gazeta” e “Diário de São Paulo” e a União Jornalística Brasileira na gestão de Menotti del Picchia. Paralelo à carreira de jornalista, Mário Donato empreendia intensa atividade de escritor. Poeta de grande sensibilidade, lançou, em 1938, no Rio de Janeiro, o livro “Terra”. Ainda em poesia, presenteou os leitores, em 1944, com “As cigarras migram”, lançado em Curitiba. Em 1949, decidiu abandonar, precocemente, o jornalismo, para assumir primeiro a direção de programação e, posteriormente, a artística, de uma emissora paulistana. Pouco tempo depois, comandou a Rádio Nacional de São Paulo (atual Rádio Globo), na época de grande prestígio e líder de audiência.

Ainda quando trabalhava em jornal, em 1948, lançou seu romance mais conhecido e de maior sucesso, “Presença de Anita”, filmado em 1951 e que em 2004 foi transformado em uma das minisséries de maior audiência da Rede Globo de Televisão. Seu segundo romance, “Madrugada sem Deus” (1954), valeu-lhe o Prêmio da Câmara Municipal de Campinas. Ganhou, também, um Prêmio Jaboti, da Câmara Brasileira do Livro. Morreu, na data do seu 77º aniversário, em 29 de abril de 1992, em São Paulo.

(Trecho do meu livro "Por uma nova utopia -2", em fase de redação, sujeito a mudanças)

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