Monday, August 21, 2006
TOQUE DE LETRA
Pedro J. Bondaczuk
(Foto do Rogério Ceni: Cassiano Whitaker/VIPCOMM)
DE NOVO, NA RAÇA
A Ponte Preta, sem jogar um futebol brilhante ou ao menos convincente no aspecto técnico, arrancou uma vitória suada, dramática, sofrida, na pura raça, sábado, frente ao Goiás, no Majestoso, por 3 a 2. O time repetiu o principal defeito que vem mostrando há uns dois ou três anos. Ou seja, oscila demais ao longo das partidas. Em determinado momento do jogo, sem nenhuma lógica ou explicação, recua inteiro para as imediações da grande área e começa a se limitar a rebater as bolas. Parece até jogo de tênis. A defesa rebate e o adversário, invariavelmente, retoma a bola e volta a assediar a meta pontepretana o tempo todo. Nestas circunstâncias, por melhor que seja a zaga (que não é o caso), não há como não tomar gols. Na verdade, os toma aos montes. Outro defeito grave da Ponte Preta é de fundamento: o passe. Erra demais! Além disso, o ataque não sabe segurar a bola no campo adversário. Conclui as jogadas com muita rapidez, realimentando, dessa forma, o assédio adversário. Apesar de tudo isso, a raça dos jogadores vem compensando essas deficiências do time. Mas...até quando?!!!
VEXAME DOS VEXAMES
O Guarani foi protagonista, no sábado, do maior vexame da história do clube e um dos maiores do futebol paulista, ao ser goleado, na Ilha do Retiro, pelo modesto time do Sport Recife, por 8 a 1. E seus jogadores têm que erguer as mãos para os céus pelo placar não ter sido mais elástico. Os pernambucanos desperdiçaram inúmeras oportunidades para fazer, sem nenhum exagero, 10, 12 ou 14 gols. O que se viu foi um Bugre apático, sem vibração, perdido em campo. Impossível que essa partida horrorosa tenha sido, apenas, fruto de uma jornada infeliz da equipe, sem nenhum outro fator extra-campo. Claro que não posso afirmar uma coisa dessas, sem provas, mas o time não é tão ruim assim para levar oito gols de um adversário que ao longo do campeonato vem mostrando imensas limitações. Se os jogadores queriam derrubar o treinador Carlos Gainete, conseguiram. Mas a que preço? Às custas do maior vexame da história do clube?! Lamentável!!!
CAMPANHA DE MARCO AURÉLIO
Marco Aurélio tem sido alvo de muitas críticas por parte da imprensa e de parcela expressiva da torcida da Ponte Preta. Os números, porém, estão a seu favor. Além de promover uma saudável, posto que arriscada, e necessária renovação no time, obteve resultados bem mais expressivos do que seu antecessor, Oswaldo Alvarez. Senão, vejamos. Sob o comando do atual treinador, a Macaca conseguiu quatro vitórias (Juventude, Figueirense, Fluminense e Goiás), dois empates, ambos fora de casa (São Caetano e Flamengo) e quatro derrotas, sendo duas no Majestoso (Internacional, Botafogo, São Paulo e Fortaleza). Seu ataque fez 14 gols e a defesa levou 15, com saldo negativo de um. Já sob o comando técnico de Vadão, a Ponte Preta venceu 2 jogos (Palmeiras e Corinthians), empatou dois (Grêmio e Santa Cruz) e perdeu quatro (Paraná, Cruzeiro, Vasco e Santos). Como se vê, contra fatos não há argumentos. Ora, ora, ora, corneteiros, deixem o Marco Aurélio trabalhar em paz!!!
TÉCNICO VAI PEGAR “RABO DE FOGUETE”
O novo treinador do Guarani, Luís Carlos Barbieri, assume um verdadeiro “rabo de foguete”. Pega um time limitado, desmotivado e vivendo a ressaca de uma goleada vexatória, sabendo que a torcida vai cobrar bastante dos atletas, para que estes, pelo menos, tentem apagar essa página lamentável da história do clube. Vai precisar ter os pés no chão e ser realista para tirar o time das últimas colocações da tabela. Acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro? Nem pensar! Pelo menos não neste ano e muito menos com este time. Claro que matematicamente isto ainda é possível, em se sabendo que o Guarani terá vinte jogos pela frente. Mas estamos falando de futebol, não de Matemática. Não adianta tentar iludir a torcida. Eu, se fosse o Barbieri, promoveria metade ou mais dos jogadores das categorias de base, que ainda é o que de melhor o Bugre tem. Como não sou...
PARTIDA ANTOLÓGICA DE ROGÉRIO CENI
O goleiro Rogério Ceni, do São Paulo, disputou, ontem, no Mineirão, uma partida antológica, no empate do seu time com o Cruzeiro, por 2 a 2. Foi dessas atuações de encher os olhos, que ficam pra sempre na história e que, com o passar do tempo, viram lendas, que se tornam inacreditáveis para as novas gerações que não viram o jogo. Além de defender um pênalti, num momento decisivo da partida, quando seu time perdia por 2 a 0, fez os dois gols que garantiram o heróico empate do tricolor. E não foi apenas isso (o que já seria mais do que suficiente para consagrar qualquer um). Fez defesas importantíssimas e comandou seus companheiros, na qualidade de capitão, orientando-os e dando-lhes moral. Foi impecável! E, para culminar, tornou-se o goleiro que mais gols fez na história do futebol (64), superando o falastrão paraguaio, Chilavert. Se falhou na quarta-feira, no primeiro gol do Internacional, no Beira-Rio, na decisão da Copa Libertadores da América, ontem se redimiu por completo, e com juros. Este, quando parar de jogar futebol, vai deixar imensa saudade até nos adversários.
TEVEZ ESTARIA “BATENDO ASAS”
Tudo indica que o argentino Carlito Tevez fez, ontem, seu último jogo com a camisa do Corinthians. Notícias (ainda não confirmadas), dão conta que o jogador estaria se transferindo para o Arsenal, da Inglaterra. O pretexto que deu, ontem, após a magra vitória corintiana sobre o Botafogo, no Pacaembu, por 1 a 0, é que foi pueril. O meia estaria descontente com o técnico Emerson Leão que, sem lhe dar nenhuma satisfação (aliás, prerrogativa de qualquer treinador), lhe retirou a braçadeira de capitão do time e a passou para o zagueiro Betão. Acho essa desculpa bastante esfarrapada. Se for verdadeira, que “vaya com Dios”, pois é inconcebível em qualquer clube um ataque de estrelismo desse porte de algum atleta do plantel, por mais famoso que seja. Poucos acreditavam que, após a Copa do Mundo, Tevez voltasse a vestir a camisa corintiana. Voltou! Mas ninguém é ingênuo de achar que um jogador dessa qualidade fique por muito tempo no falido futebol brasileiro, quando inúmeros cabeças-de-bagre se mandam daqui em busca dos euros e dos dólares do exterior.
RESPINGOS...
· Desde o início do Campeonato venho falando que se deve ficar de olho no Paraná. Com a vitória de ontem, sobre o São Caetano, o modesto time paranaense já é o segundo colocado do Campeonato Brasileiro. E, se bobearem...papa o título deste ano.
· O Santos fez uma partida horrorosa, ontem, diante do Vasco e perdeu, não somente a partida, por 2 a 0, como uma invencibilidade de dez meses na Vila Belmiro.
· O ataque do Fortaleza, que vinha sendo um dos piores do campeonato, desencantou e fez sete gols em apenas dois jogos: 3 na Ponte Preta, na quarta-feira, e quatro no Juventude, ontem.
· A grande decepção da rodada foi o Fluminense, que não passou de um empate, por 1 a 1, com o Santa Cruz, em pleno Maracanã.
· E Dunga, finalmente, vai dar uma chance para Rafael Sobis, na Seleção Brasileira, justo agora que o atacante está se transferindo para o Milan, da Itália.
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment