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Por estranho que possa parecer, as pessoas que mais reclamam da vida, se julgando injustiçadas, são as que mais motivos têm para agradecer, mas não o fazem. São felizes, todavia não sabem disso. Só se dão conta da sua ventura quando, de fato, alguma desgraça se abate sobre elas e perdem tudo o que não souberam valorizar. Têm, por exemplo, boa saúde, relativas posses, uma família unida e que as ama e amigos que as confortam e orientam. Não sabem, porém, que isso é felicidade. Mário Quintana tem um poema conhecidíssimo, intitulado “Da felicidade”, que trata desse comportamento e que diz: “Quantas vezes a gente, em busca da ventura,/procede tal e qual o avozinho infeliz:/em vão, por toda parte, os óculos procura,/tendo-os na ponta do nariz!”. A felicidade, ao contrário do que muitos pensam (erroneamente), não é uma condição, mas um estado de espírito, um comportamento, uma predisposição.
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