Wednesday, August 30, 2006

REFLEXÃO DO DIA


Há pessoas que praticamente abdicam da vida, mesmo que continuem vivas. Nada querem, nada fazem, nada sonham e se limitam a vegetar, sem nenhuma ação ou reação realmente dignas de um ser humano. Cometem, pois, uma espécie de “suicídio”. Matam as suas potencialidades e se anulam. Claro que são dignas de piedade e não de reprovação. Requerem ajuda, carinho, amizade e compreensão e não reprimendas, abandono e pouco-caso. Creio que é a essas pessoas que Mário Quintana se refere, no poema “A companheira”, que diz: “A lua parte com quem/partiu e fica com quem ficou./E, pacientemente,/consoladoramente,/aguarda os suicidas/no fundo do poço”. E não somente a lua aguarda, pacientemente, a reação dessas pessoas. Toda a natureza, em sua perfeição e grandeza, faz isso.

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