Thursday, August 03, 2006
TOQUE DE LETRA
Pedro J. Bondaczuk
(Fotos: Wander Roberto e Divulgação/VIPCOMM)
SÓ GARRA NÃO BASTA
A Ponte Preta conseguiu, sábado, um resultado que pode ser considerado até bom, pelas circunstâncias da partida, ao empatar com o fatídico (para ela) São Caetano, no Estádio Anacleto Campanella, no ABC, por 1 a 1. Todavia, como a rodada não ajudou (pelo contrário) e os times que estavam abaixo dela na colocação do campeonato venceram ou também empataram, a situação da Macaca se complicou. Como já deixei claro em outras colunas, a simples presença na tal da “zona do rebaixamento”, nesta altura da competição, não me impressiona. Contudo, a Ponte não vem jogando nada. No jogo contra o São Caetano, o que contou foi somente a garra. O time jogou a maior parte da partida com um jogador a menos, após a expulsão de Carlinhos. Fez um gol, é verdade, num lance isolado de bola parada, mas não agrediu o adversário. Limitou-se a se defender e, por isso, cedeu o empate. Houve momentos em que parecia jogo de tênis. A defesa rebatia a bola, que logo em seguida voltava. A Ponte Preta, portanto, está devendo, e muito, na parte técnica. E isso sim é preocupante.
PÉSSIMO EMPATE NO BRINCO
O Guarani voltou a mostrar sua fragilidade, no Campeonato Brasileiro da Série B, no mau empate, na sexta-feira, com o Santo André, no Brinco de Ouro, por 0 a 0. O time tem uma dificuldade imensa para empurrar a bola para as redes adversárias. Com o resultado, foram mais dois pontos preciosos perdidos em casa, o que compromete, e muito, sua campanha, principalmente numa competição caracterizada pelo equilíbrio, na qual nenhuma equipe se destaca. O nível técnico da Série B oscila entre sofrível e horroroso. E o Guarani não fica atrás, apesar do caminhão de contratações que fez na curta administração de Leonel Martins de Oliveira. A defesa bugrina até que é razoável, mas seu ataque...E olhem que o esquema do time, ao contrário do da Ponte Preta, é francamente ofensivo. O Guarani domina, domina e domina, cruza mil bolas na área adversária, mas gol que é bom...
CORINGA “FABRICADO” EM CASA
A cada jogo que passa, fico mais e mais encantado com o futebol praticado pelo garoto Nei. Além de inegáveis predicados técnicos, que o menino tem mostrado nos jogos em que atua, se revelou um jogador eclético, verdadeiro coringa, o que tem possibilitado opções ao treinador Marco Aurélio Moreira. No jogo contra o São Caetano, o atleta foi o grande destaque do time, marcando, desarmando, passando bem a bola, fazendo cruzamentos precisos para os companheiros de ataque e se colocando muito bem em campo. Além das duas laterais, Nei é opção, também, para o meio de campo. E o melhor de tudo é que se trata de prata da casa, formado nas categorias de base da Macaca. Só espero que a diretoria não faça nenhuma burrada, como atrasar salários ou o depósito do FGTS, o que daria pretexto para que alguém viesse a Campinas e levasse, de graça, o garoto, como, aliás, o Corinthians tentou fazer. Felizmente, nesse caso, a Ponte Preta recuperou o passe de Nei na justiça. Mas não pode bobear. Até que enfim, a Macaca volta a revelar um jogador de muito futuro.
NOVA OPÇÃO DE ATAQUE
O Guarani aposta todas as suas fichas em Alex Afonso para resolver seu problema da falta de gols. Quando o Palmeiras B, time que o revelou, disputava a série A-3 do Campeonato Paulista, o centro-avante foi o artilheiro da competição, com 21 gols. Promovido para o time de cima, não teve muitas oportunidades no Parque Antártica. E, nas poucas que teve, decepcionou. Andou sendo emprestado para vários clubes, como o Bragantino, por exemplo, mas não repetiu suas atuações da série A-3. Agora chega ao Brinco de Ouro com a responsabilidade de sanar a maior deficiência do Bugre, que é a ineficiência ofensiva. Vai dar certo? O tempo irá dizer. Minha intuição é que será mais um a passar por Campinas sem justificar a que veio. Espero, sinceramente, estar enganado, para o bem do futebol da cidade. Da minha parte, se fosse o treinador bugrino, apostaria todas as minhas fichas em pratas da casa, como Adeilson e Eder. Enfim...é mais uma tentativa, o que não deixa de ter os seus méritos.
NA BICA DO TETRA DA LIBERTADORES
O São Paulo mostrou, mais uma vez, que é um time copeiro e o melhor da atualidade no cada vez mais pobre e desorganizado futebol brasileiro. Aliás, seu grande mérito é, justamente, aquilo que os demais clubes do País não têm: boas administrações. No jogo de ontem, no Morumbi, contra o excelente Chivas, de Guadalajara, do México, em que venceu por 3 a 0, e jogando uma partida convincente, de campeão, o goleiro Rogério Ceni inscreveu, definitivamente, seu nome na história do tricolor do Morumbi, tornando-se o seu maior ídolo de todos os tempos. O pênalti que defendeu, aos 20 minutos do Primeiro Tempo, quando o jogo estava ainda 0 a 0 e o adversário jogava melhor, foi decisivo. Os jogadores do São Paulo encheram-se de moral, dominaram os nervos e deram autêntica aula de como se deve jogar. O ex-pontepretano Mineiro, queridíssimo da torcida, fez a sua parte: fez um golaço e consolidou a vitória tricolor. Mas o segundo grande destaque do time (abaixo, apenas, de Rogério) foi Ricardo Oliveira, que além de deixar sua marca, fez as jogadas dos outros dois gols sampaulinos.
VEXAME DA TORCIDA DO GRÊMIO
A torcida do Grêmio fez uma enorme sacanagem com seu principal rival, o Internacional, no Grenal de domingo, no Beira-Rio, que terminou empatado em 0 a 0. Promoveu inconcebíveis atos de vandalismo, chegando a incendiar um banheiro ecológico, montado pela direção do Colorado no estádio, dando um trabalho imenso para os bombeiros e um prejuízo considerável para o clube anfitrião. A partida, inclusive, teve que ser interrompida por duas vezes. Isto não é torcer, mas um ato explícito de banditismo. Espera-se que a CBF puna rigorosamente o tricolor gaúcho e o faça, no mínimo, pagar os estragos. É o mínimo que se pode esperar. Com atitudes, como esta, o Grêmio, que está de volta à Série A após amargar um ano na B, só consegue despertar antipatia geral. E, como não tem um time decente, que lhe possibilite fazer uma campanha pelo menos aceitável, não ficarei nada surpreso se, ao final do Campeonato Brasileiro de 2006, vier a amargar novo rebaixamento. Como pelo menos cogitar em sediar uma Copa do Mundo no Brasil, com torcedores burros e sacanas como estes?
RESPINGOS...
· O Corinthians continua em seu inferno astral. Domingo, contra o Santa Cruz, jogou uma bolinha pequenininha, pequenininha e a derrota, por 1 a 0, para o Santa Cruz, não refletiu o que foi o jogo.
· E o Palmeiras, nas mãos de Tite, ganhou mais uma e, desta vez, não foi contra qualquer timinho. Derrotou o eficiente Paraná, que faz uma boa campanha, por 4 a 2, no Parque Antártica.
· O São Paulo tentou, contra o Santos, repetir o que fez contra a Ponte Preta. Ou seja, vencer, jogando apenas com os reservas. Se deu mal. Esqueceu que no banco do Santos estava o treinador mais matreiro do futebol brasileiro, Vanderley Luxemburgo. Resultado? Tomou uma goleada, de 4 a 0, em pleno Morumbi. E olhem que ficou barato.
· O Goiás deste ano não é nem sombra do time do ano passado, que fez brilhante campanha e conquistou vaga para a Libertadores da América. Se bobear, logo, logo estará lutando para não ser rebaixado.
· Apesar das críticas de muita gente, gostei da primeira convocação do Dunga, o novo técnico da Seleção Brasileira. Resta saber se o grupo vai corresponder em campo e quebrar o tabu de jamais ter vencido a Dinamarca. Estou torcendo pelo meu conterrâneo.
* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.
pedrojbk@hotmail.com
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