Monday, August 28, 2006

REFLEXÃO DO DIA


Todos os sons, agradáveis ou não, constituem, em conjunto, a música da vida. Já imaginaram que tortura seria viver num mundo absolutamente silencioso? É verdade que às vezes até sonhamos com isso, diante da barulheira das grandes cidades. Mas são momentos passageiros, já que os ruídos, que às vezes abominamos (quando exagerados, claro) são os indicadores de que há vida ao nosso redor. Mário Quintana aborda a questão, com certa ironia, neste poema “Meu trecho predileto”, que diz: “O que mais me comove, em música,/são essas notas soltas/--- pobres notas únicas –/que do teclado arranca/o afinador de pianos...”. Essas mesmas notas isoladas, contudo, que isoladas soam exóticas e não raro desagradáveis, ordenadas e produzidas pelos dedos ágeis, disciplinados e competentes de um virtuose, se transformam em sublimes sonatas, em maravilhosas composições, em marcantes e inesquecíveis canções, que nos embevecem e maravilham.

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