Friday, December 26, 2008

REFLEXÃO DO DIA


As pessoas excessivamente racionais dão valor exagerado ao cérebro. Claro que ele é importante (indispensável) para comandar nossa vida em todos os sentidos. Se não tivesse importância, a natureza não nos dotaria desse magnífico painel de controle. É dele que partem todas as “ordens” para cada órgão do nosso corpo, para que funcionem desta ou daquela maneira. Mas há pessoas que acreditam na “mortificação”, no flagelo orgânico, no sofrimento físico como forma de concentração, com o objetivo de chegar às grandes verdades do universo. Entendem, por exemplo, que a fome é mais benigna do que a saciedade quando se dispõem a meditar. O que ocorre é exatamente o contrário. Quanto mais o corpo estiver satisfeito e relaxado, mais a mente poderá trabalhar com tranqüilidade. A dor, por exemplo, mobiliza toda a energia orgânica no sentido de que seja debelada. Qualquer tentativa de concentração, nessas circunstâncias, se vê seriamente comprometida. A pessoa delira, em vez de meditar. Por isso, não posso deixar de dar razão a Albert Camus, quando constata: “O julgamento do corpo é tão bom como o da mente”.

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