Dias de inquietação
Pedro J. Bondaczuk
A Inglaterra, que há muitos anos está às voltas com terroristas do Exército Republicano Irlandês, da Irlanda do Norte, que lutam pela anexação daquele território à católica Irlanda do Sul, pode ganhar, nos próximos dias, novo motivo de preocupação. E deve estar preparada para uma sucessão de ataques, como o ocorrido na Sexta-Feira Santa, no Aeroporto de Heathrow, quando uma bomba explodiu no setor de bagagens, ferindo 22 pessoas.
Isto, se o coronel Líbia, Muammar Khaddafy, cumprir a ameaça que fez ontem, em Trípoli, de apoiar vigorosamente os separatistas irlandeses. O temperamental governante da Líbia, que já se indispôs com vários regimes, pelos motivos mais diversos (inclusive com o Brasil, no fatamente noticiado incidente dos seus quatro aviões, retidos em nosso território, quando transportavam armas para a Nicarágua, no ano passado) impõe uma condição para não retaliar os ingleses: a deportação dos manifestantes contrários ao seu governo, que na terça-feira da semana passada foram alvejados por tiros de metralhadora da janela fa embaixada Líbia em Londres.
Isto é, inverte a situação e de agressor, passa a posar de vítima, no lamentável incidente em que uma policial inglesa de 24 anos foi estupidamente morta no cumprimento do seu dever. É muito difícil, portanto, de se saber, principalmente em se tratando de Khaddafy, até que ponto essa ameaça de apoio ao IRA pode ter qualquer sentido prático mais imediato.
De qualquer forma – e a própria prudência manda – os ingleses devem estar preparados para dias de grandes inquietações, num futuro bastante próximo. Muito maiores do que aquelas que a sua população já está vivendo, em relação aos separatistas da Irlanda do Norte.
(Artigo publicado na página 11, Internacional, do Correio Popular, em 24 de abril de 1984)
Pedro J. Bondaczuk
A Inglaterra, que há muitos anos está às voltas com terroristas do Exército Republicano Irlandês, da Irlanda do Norte, que lutam pela anexação daquele território à católica Irlanda do Sul, pode ganhar, nos próximos dias, novo motivo de preocupação. E deve estar preparada para uma sucessão de ataques, como o ocorrido na Sexta-Feira Santa, no Aeroporto de Heathrow, quando uma bomba explodiu no setor de bagagens, ferindo 22 pessoas.
Isto, se o coronel Líbia, Muammar Khaddafy, cumprir a ameaça que fez ontem, em Trípoli, de apoiar vigorosamente os separatistas irlandeses. O temperamental governante da Líbia, que já se indispôs com vários regimes, pelos motivos mais diversos (inclusive com o Brasil, no fatamente noticiado incidente dos seus quatro aviões, retidos em nosso território, quando transportavam armas para a Nicarágua, no ano passado) impõe uma condição para não retaliar os ingleses: a deportação dos manifestantes contrários ao seu governo, que na terça-feira da semana passada foram alvejados por tiros de metralhadora da janela fa embaixada Líbia em Londres.
Isto é, inverte a situação e de agressor, passa a posar de vítima, no lamentável incidente em que uma policial inglesa de 24 anos foi estupidamente morta no cumprimento do seu dever. É muito difícil, portanto, de se saber, principalmente em se tratando de Khaddafy, até que ponto essa ameaça de apoio ao IRA pode ter qualquer sentido prático mais imediato.
De qualquer forma – e a própria prudência manda – os ingleses devem estar preparados para dias de grandes inquietações, num futuro bastante próximo. Muito maiores do que aquelas que a sua população já está vivendo, em relação aos separatistas da Irlanda do Norte.
(Artigo publicado na página 11, Internacional, do Correio Popular, em 24 de abril de 1984)
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