Pedro J. Bondaczuk
A necessidade de acalentar esperanças, para poder sobreviver ao tédio ou à mediocridade (não importa) nos leva a fazer do futuro – ou seja, do que ainda não aconteceu e pode sequer jamais ocorrer para nós – uma "Idade de Ouro", onde tudo será melhor do que hoje e, principalmente, do que ontem. Com isso, nos esquecemos de viver o presente e de valorizar as benesses com que contamos no aqui e agora.
Nesse contexto, colocamos, à nossa frente, determinados símbolos, aos quais emprestamos excessivo valor. Um deles é a passagem de um ano para outro. É o que ocorre agora, em relação a 2009. Ele pode, sim, ser um ano de sucessos e de alegrias, como desejamos e esperamos, se agirmos nesse sentido; se formos íntegros, dedicados, solidários, competentes e soubermos partilhar o que temos com os menos favorecidos. Ação tem que ser o grande lema para os próximos 365 dias.
Minha expectativa (nunca certeza, óbvio) é que 2009 seja, de fato, marco em nossas vidas. Que possamos concretizar, nesse próximo ano, nossos mais ousados sonhos e nobres ideais. Nunca podemos perder de vista que o tempo é, simultaneamente, nosso mais benigno amigo e nosso mais feroz inimigo. Dá-nos satisfações, sucessos, amores, lembranças, experiências e, por fim, sabedoria. Mas, em contrapartida, causa decadência física, sulca de rugas nosso rosto, pinta de grisalho nossos cabelos, suprime o brilho do entusiasmo dos nossos olhos e, por fim, nos suprime, sem piedade ou contemplação, do mundo dos vivos.
Trata-se de lei inflexível da vida. Mas o tempo é justo, é democrático e não faz distinções. Causa esses mesmos efeitos tanto no rico quanto no pobre; tanto no poderoso quanto no humilde e assim por diante. Ninguém, absolutamente ninguém escapa dos seus efeitos, para o bem ou para o mal.
Vejo, à minha frente, em meu gabinete de trabalho, em uma das prateleiras de um dos armários de livros da minha biblioteca, a lombada do romance do escocês Archibald Joseph Cronin, “O Castelo do Homem sem Alma”. Esse pequeno incidente (se é que o possa chamar dessa forma), acende uma luz em meu cérebro. O título desse best-seller sugere-me oportuna metáfora para esta ocasião. Não que o livro trate do assunto. Não trata. É apenas uma associação de idéias, dessas que nos surgem do nada, algumas oportunas e outras... nem tanto.
O ano pode ser comparado a um castelo, desses que ainda há em profusão Europa afora, notadamente na Inglaterra, França e Alemanha, com 365 cômodos, assombrado ou não (não importa). Temos a oportunidade de visitar essas seculares construções, cada uma delas, uma única vez na vida.
Desconhecemos, portanto, como elas são por dentro. Cada recinto é uma descoberta. Pode ou não conter surpresas (boas e/ou ruins). A maioria não contém. São aqueles dias rotineiros em que nada acontece de diferente e dos quais reclamamos (na maior parte das vezes sem razão), achando que a vida se transformou em marasmo. Bobagem nossa.
Mas, em determinado cômodo, podemos ser surpreendidos. Com a tragédia? Pode ser! Com a comédia? É o mais provável! Ou com uma cena sublime? Ou sei lá com mais o quê? Todas as possibilidades permanecem em aberto. Seu proprietário é o Tempo, também sem alma (a exemplo do dono do castelo, criado por Cronin) pois, como o titã da mitologia grega, Cronos (que, metaforicamente, o simboliza e caracteriza), que engolia seus filhos tão logo nasciam, igualmente devora sua prole (milênios, séculos, anos, horas, minutos e segundos) sem descanso ou interrupção.
Eclesiastes, o Pregador, nos ensinou: "Tudo tem a sua hora, cada empreendimento tem o seu tempo debaixo do céu: tempo para nascer, tempo para morrer; tempo para plantar, tempo para colher; tempo para matar, tempo para curar; tempo para destruir, tempo para edificar; tempo para chorar, tempo para sorrir; tempo para lamentar, tempo para dançar; tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para abster-se de abraços; tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; tempo para rasgar, tempo para coser; tempo para falar, tempo para calar; tempo para amar, tempo para odiar; tempo para a guerra e tempo para a paz".
O tempo, agora, é para agir. É para cada um fazer a sua parcela, cumprir seu papel, dizer a que veio para esta magnífica e fascinante experiência de existir. Que a visita ao castelo da “entidade sem alma”, em 2009, seja isenta de surpresas ruins, mas repleta das boas. Que, aos sairmos dos seus umbrais, e nos prepararmos para “visitar” 2010, saiamos fortificados, revigorados e, sobretudo, felizes com tudo o que vimos, sentimos e fizemos. Amém!!!
A necessidade de acalentar esperanças, para poder sobreviver ao tédio ou à mediocridade (não importa) nos leva a fazer do futuro – ou seja, do que ainda não aconteceu e pode sequer jamais ocorrer para nós – uma "Idade de Ouro", onde tudo será melhor do que hoje e, principalmente, do que ontem. Com isso, nos esquecemos de viver o presente e de valorizar as benesses com que contamos no aqui e agora.
Nesse contexto, colocamos, à nossa frente, determinados símbolos, aos quais emprestamos excessivo valor. Um deles é a passagem de um ano para outro. É o que ocorre agora, em relação a 2009. Ele pode, sim, ser um ano de sucessos e de alegrias, como desejamos e esperamos, se agirmos nesse sentido; se formos íntegros, dedicados, solidários, competentes e soubermos partilhar o que temos com os menos favorecidos. Ação tem que ser o grande lema para os próximos 365 dias.
Minha expectativa (nunca certeza, óbvio) é que 2009 seja, de fato, marco em nossas vidas. Que possamos concretizar, nesse próximo ano, nossos mais ousados sonhos e nobres ideais. Nunca podemos perder de vista que o tempo é, simultaneamente, nosso mais benigno amigo e nosso mais feroz inimigo. Dá-nos satisfações, sucessos, amores, lembranças, experiências e, por fim, sabedoria. Mas, em contrapartida, causa decadência física, sulca de rugas nosso rosto, pinta de grisalho nossos cabelos, suprime o brilho do entusiasmo dos nossos olhos e, por fim, nos suprime, sem piedade ou contemplação, do mundo dos vivos.
Trata-se de lei inflexível da vida. Mas o tempo é justo, é democrático e não faz distinções. Causa esses mesmos efeitos tanto no rico quanto no pobre; tanto no poderoso quanto no humilde e assim por diante. Ninguém, absolutamente ninguém escapa dos seus efeitos, para o bem ou para o mal.
Vejo, à minha frente, em meu gabinete de trabalho, em uma das prateleiras de um dos armários de livros da minha biblioteca, a lombada do romance do escocês Archibald Joseph Cronin, “O Castelo do Homem sem Alma”. Esse pequeno incidente (se é que o possa chamar dessa forma), acende uma luz em meu cérebro. O título desse best-seller sugere-me oportuna metáfora para esta ocasião. Não que o livro trate do assunto. Não trata. É apenas uma associação de idéias, dessas que nos surgem do nada, algumas oportunas e outras... nem tanto.
O ano pode ser comparado a um castelo, desses que ainda há em profusão Europa afora, notadamente na Inglaterra, França e Alemanha, com 365 cômodos, assombrado ou não (não importa). Temos a oportunidade de visitar essas seculares construções, cada uma delas, uma única vez na vida.
Desconhecemos, portanto, como elas são por dentro. Cada recinto é uma descoberta. Pode ou não conter surpresas (boas e/ou ruins). A maioria não contém. São aqueles dias rotineiros em que nada acontece de diferente e dos quais reclamamos (na maior parte das vezes sem razão), achando que a vida se transformou em marasmo. Bobagem nossa.
Mas, em determinado cômodo, podemos ser surpreendidos. Com a tragédia? Pode ser! Com a comédia? É o mais provável! Ou com uma cena sublime? Ou sei lá com mais o quê? Todas as possibilidades permanecem em aberto. Seu proprietário é o Tempo, também sem alma (a exemplo do dono do castelo, criado por Cronin) pois, como o titã da mitologia grega, Cronos (que, metaforicamente, o simboliza e caracteriza), que engolia seus filhos tão logo nasciam, igualmente devora sua prole (milênios, séculos, anos, horas, minutos e segundos) sem descanso ou interrupção.
Eclesiastes, o Pregador, nos ensinou: "Tudo tem a sua hora, cada empreendimento tem o seu tempo debaixo do céu: tempo para nascer, tempo para morrer; tempo para plantar, tempo para colher; tempo para matar, tempo para curar; tempo para destruir, tempo para edificar; tempo para chorar, tempo para sorrir; tempo para lamentar, tempo para dançar; tempo para espalhar pedras, tempo para ajuntar pedras; tempo para abraçar, tempo para abster-se de abraços; tempo para procurar, tempo para perder; tempo para guardar, tempo para jogar fora; tempo para rasgar, tempo para coser; tempo para falar, tempo para calar; tempo para amar, tempo para odiar; tempo para a guerra e tempo para a paz".
O tempo, agora, é para agir. É para cada um fazer a sua parcela, cumprir seu papel, dizer a que veio para esta magnífica e fascinante experiência de existir. Que a visita ao castelo da “entidade sem alma”, em 2009, seja isenta de surpresas ruins, mas repleta das boas. Que, aos sairmos dos seus umbrais, e nos prepararmos para “visitar” 2010, saiamos fortificados, revigorados e, sobretudo, felizes com tudo o que vimos, sentimos e fizemos. Amém!!!
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