O homem é um ser “meteorológico”. Comporta-se de forma diferente ao sabor do clima. Seu estado de espírito tem muito a ver com as condições de tempo. Age de uma forma, mais leve e descontraída, por exemplo, numa manhã risonha de primavera ou de outono, de outra, mais lânguida e preguiçosa, num dia ensolarado de verão; de uma terceira, mais sombria, face ao frio de inverno ou a um céu cinzento e chuvoso de qualquer estação. Não sei se os outros animais também são assim. À sua maneira, acredito que sejam. Isso determina, também, a personalidade dos que vivem em regiões de clima frio, diferente da dos que habitam em zonas tropicais, mais quentes. As atitudes, ânimo e até vestuários diferem de uma área para outra do Planeta. Paulo Mendes Campos faz essa constatação, neste trecho da sua lapidar crônica intitulada “De um caderno cinzento”, publicada na Revista Manchete em 17 de agosto de 1967: ““Nos dias cinzentos, o mundo é mais opaco e mais áspero; as pessoas falam com um timbre mais rouco e aflito; os pássaros não cantam; a brisa é mais úmida, o ar mais pesado”.
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