Saturday, December 20, 2008

REFLEXÃO DO DIA


Somos, muitas vezes, críticos em demasia dos defeitos e comportamentos alheios, sem atentarmos para o fato de que, não raro, temos as mesmas deficiências que, tão enfaticamente, condenamos nos outros. Cobramos, por exemplo, mais solidariedade, todavia, é comum passarmos indiferentes diante de pessoas carentes, sem dar ouvidos aos seus apelos, agindo como se passássemos diante de algum objeto inanimado, de um poste, por exemplo. Reclamamos, de forma enfática, quando algum pedido nosso (muitas vezes absurdo e exagerado) deixa de ser atendido, mas ignoramos os que nos pedem as coisas mais corriqueiras e triviais, como um sorriso de simpatia. Levantamos o dedo acusador contra os ingratos, mas nos esquecemos de agradecer o tanto que fazem por nós, achando que se trata de obrigação alheia o ato de nos servir. O antropólogo italiano, Paulo Mantegazza, faz essa mesma constatação, mas desta forma original e até metafórica: “O homem, em geral, é surdo quando lhe pedem alguma coisa; é eloqüente, quando ele próprio a pede e é mudo quando deve agradecer”.

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