Pedro J. Bondaczuk
A busca da felicidade é o maior empenho do homem, embora poucos saibam, de fato, o que os faz felizes ou tenham a mais leve noção do significado desse conceito, que é vago e carregado de equívocos, com um significado diferente para cada pessoa. Filósofos, escritores, poetas e psicólogos têm apontado, através dos séculos, caminhos vários na busca desse "tosão de ouro", desse "santo Graal", desse ideal sem forma, sem que eles próprios, na maioria das vezes, o tenham encontrado.
O romancista V. S. Khandekar, no conto "Oito de junho", destaca como se dá esse equívoco, embora não explique o por quê: "Felicidade se parece com as montanhas. De longe são muito bonitas, mas de perto...". É o que acontece, por exemplo, com determinados relacionamentos. Muitos parceiros, que se julgam apaixonados, e muitas vezes fazem um sacrifício sobreumano para ficarem juntos "pelo resto da vida", imergem em um verdadeiro "inferno", de brigas e de desencontros, quando finalmente logram seu objetivo. Tais equívocos acabam se constituindo em regras, não em exceções. Basta atentar para o número de divórcios e separações, algumas traumáticas e até trágicas, que redundam em morte de um dos dois (quando não ambos) os pretensos "apaixonados".
Há os que acham que serão felizes amealhando fortunas. Quando (ou se) conseguem enriquecer, descobrem que continuam amargurados e carentes como sempre foram. A infelicidade é a tônica --- por razões de todos os tipos --- da maioria absoluta dos mais de 5,6 bilhões de indivíduos que habitam este Planeta. As razões são as mais diversas. Tantas que a generalização se torna ilógica. Uns são solitários, outros não se aceitam como são, outros ainda culpam o mundo por suas tristezas reais ou imaginárias e vai por aí afora. Os motivos abundam. Diz-se que a maior das obrigações do ser humano é a de ser feliz. Desde que descubra, aduziríamos, o que vem a ser essa tal de felicidade.
O doutor Maxwell Maltz, em seu excelente livro "Psycocybernetics" (sem tradução no Brasil), recomenda: "Se você está incluído entre os milhões que padecem de infelicidade e insucesso em conseqüência da inibição, deve deliberadamente praticar a 'desinibição'. Precisa exercitar-se em ser menos cuidadoso, menos preocupado, menos conscencioso". A fórmula funciona? Para alguns, talvez. Para todos, é contestável.
Muitos descobrem, na idade madura, que se obtivessem o que tanto desejaram quando jovens, teriam arruinado a vida. Outros, sentem-se infelizes pelas oportunidades que deixaram de aproveitar. Deduz-se que grande parte da infelicidade humana é causada pela insatisfação: consigo próprio ou com os outros; com o que se fez ou se deixou de fazer, etc. Para mim, ser feliz é ser útil. É poder servir, sem esperar recompensa. É a certeza de sempre poder, querer e fazer o melhor possível. É estar em paz comigo mesmo e, conseqüentemente, com o próximo.
O juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Oliver Wendel Holmes, escreveu que "ser um jovem de setenta anos é às vezes bastante mais animador e auspicioso do que ter quarenta anos de idade". Se a pessoa se aceita como é, se tem a convicção de ter feito o melhor possível pela comunidade e pelo próximo, isso de fato acontece. Até porque, como observou o filósofo Ralph Waldo Emerson, "só contamos a idade de um homem quando ele não tem mais nada para contar". O indivíduo feliz é aquele que encontra razões para viver até o seu último sopro de vida. Ou pelo menos, esta é uma das faces desse diamante multifacetado chamado de "felicidade".
A esse propósito, Michael Drury acentua, no artigo "Diga sim à Vida", publicado em fevereiro de 1965 na revista "Seleções do Reader's Digest": "A vida é um processo de descobrir o que somos e o que podemos vir a ser. É muito possível que as coisas que dizemos tão decisivamente que nunca havemos de fazer sejam exatamente as coisas de que precisamos para nos completarmos. O esforço para romper padrões estabelecidos nos estimula --- é um ato de criação. Se você quer conhecer-se a si mesmo, diga 'sim' à vida". Pode não ser a receita, a fórmula infalível (se é que existe alguma), para a felicidade. Mas não deixa de ser uma maneira inteligente e criativa de viver.
A velha sabedoria chinesa, representada pelo pensador Lao-Tsé, define o que os antigos entendiam por "ser feliz": "Ter o suficiente significa felicidade; ter mais que o necessário é desdita. Isto vale para todas as coisas, principalmente para o dinheiro". O problema é definir essa "suficiência". Prefiro investir no verbo "ser"...
A busca da felicidade é o maior empenho do homem, embora poucos saibam, de fato, o que os faz felizes ou tenham a mais leve noção do significado desse conceito, que é vago e carregado de equívocos, com um significado diferente para cada pessoa. Filósofos, escritores, poetas e psicólogos têm apontado, através dos séculos, caminhos vários na busca desse "tosão de ouro", desse "santo Graal", desse ideal sem forma, sem que eles próprios, na maioria das vezes, o tenham encontrado.
O romancista V. S. Khandekar, no conto "Oito de junho", destaca como se dá esse equívoco, embora não explique o por quê: "Felicidade se parece com as montanhas. De longe são muito bonitas, mas de perto...". É o que acontece, por exemplo, com determinados relacionamentos. Muitos parceiros, que se julgam apaixonados, e muitas vezes fazem um sacrifício sobreumano para ficarem juntos "pelo resto da vida", imergem em um verdadeiro "inferno", de brigas e de desencontros, quando finalmente logram seu objetivo. Tais equívocos acabam se constituindo em regras, não em exceções. Basta atentar para o número de divórcios e separações, algumas traumáticas e até trágicas, que redundam em morte de um dos dois (quando não ambos) os pretensos "apaixonados".
Há os que acham que serão felizes amealhando fortunas. Quando (ou se) conseguem enriquecer, descobrem que continuam amargurados e carentes como sempre foram. A infelicidade é a tônica --- por razões de todos os tipos --- da maioria absoluta dos mais de 5,6 bilhões de indivíduos que habitam este Planeta. As razões são as mais diversas. Tantas que a generalização se torna ilógica. Uns são solitários, outros não se aceitam como são, outros ainda culpam o mundo por suas tristezas reais ou imaginárias e vai por aí afora. Os motivos abundam. Diz-se que a maior das obrigações do ser humano é a de ser feliz. Desde que descubra, aduziríamos, o que vem a ser essa tal de felicidade.
O doutor Maxwell Maltz, em seu excelente livro "Psycocybernetics" (sem tradução no Brasil), recomenda: "Se você está incluído entre os milhões que padecem de infelicidade e insucesso em conseqüência da inibição, deve deliberadamente praticar a 'desinibição'. Precisa exercitar-se em ser menos cuidadoso, menos preocupado, menos conscencioso". A fórmula funciona? Para alguns, talvez. Para todos, é contestável.
Muitos descobrem, na idade madura, que se obtivessem o que tanto desejaram quando jovens, teriam arruinado a vida. Outros, sentem-se infelizes pelas oportunidades que deixaram de aproveitar. Deduz-se que grande parte da infelicidade humana é causada pela insatisfação: consigo próprio ou com os outros; com o que se fez ou se deixou de fazer, etc. Para mim, ser feliz é ser útil. É poder servir, sem esperar recompensa. É a certeza de sempre poder, querer e fazer o melhor possível. É estar em paz comigo mesmo e, conseqüentemente, com o próximo.
O juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Oliver Wendel Holmes, escreveu que "ser um jovem de setenta anos é às vezes bastante mais animador e auspicioso do que ter quarenta anos de idade". Se a pessoa se aceita como é, se tem a convicção de ter feito o melhor possível pela comunidade e pelo próximo, isso de fato acontece. Até porque, como observou o filósofo Ralph Waldo Emerson, "só contamos a idade de um homem quando ele não tem mais nada para contar". O indivíduo feliz é aquele que encontra razões para viver até o seu último sopro de vida. Ou pelo menos, esta é uma das faces desse diamante multifacetado chamado de "felicidade".
A esse propósito, Michael Drury acentua, no artigo "Diga sim à Vida", publicado em fevereiro de 1965 na revista "Seleções do Reader's Digest": "A vida é um processo de descobrir o que somos e o que podemos vir a ser. É muito possível que as coisas que dizemos tão decisivamente que nunca havemos de fazer sejam exatamente as coisas de que precisamos para nos completarmos. O esforço para romper padrões estabelecidos nos estimula --- é um ato de criação. Se você quer conhecer-se a si mesmo, diga 'sim' à vida". Pode não ser a receita, a fórmula infalível (se é que existe alguma), para a felicidade. Mas não deixa de ser uma maneira inteligente e criativa de viver.
A velha sabedoria chinesa, representada pelo pensador Lao-Tsé, define o que os antigos entendiam por "ser feliz": "Ter o suficiente significa felicidade; ter mais que o necessário é desdita. Isto vale para todas as coisas, principalmente para o dinheiro". O problema é definir essa "suficiência". Prefiro investir no verbo "ser"...
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