Pedro J. Bondaczuk
(Continuação)
TRAJETÓRIA DE EINSTEIN
Pessoas mal informadas poderiam perguntar: “Afinal, quem foi e o que fez de tão importante esse tal de Albert Einstein, para ser classificado de gênio”? Outros, de cultura apenas enciclopédica, poderiam confundir o físico com um outro alemão, como ele, de sobrenome igual (embora sem nenhum parentesco), cujo prenome era Alfred e que também se naturalizou norte-americano.
Referimo-nos ao musicólogo, nascido em München em 1880, que morreu na década de 50, nos Estados Unidos, cuja vida e obra tiveram pouca repercussão internacional. Alfred destacou-se como autor de livros sobre os mestres da música. Suas obras mais conhecidas são: “O Mafrigal Italiano” (em três volumes), “Mozart, seu Caráter e sua Obra” e “Shubert, um Retrato Musical”.
Embora o nome desse outro Einstein conste em todas as boas enciclopédias, ninguém jamais cogitou da possibilidade dele ser gênio. E provavelmente não o foi. Quando morreu, na cidade de El Cerrito, na Califórnia, em 1952, sua morte quase não causou repercussão, nem mesmo no campo da música.
Já Albert revolucionou a Física, tornando-se mais importante, inclusive, do que Isaac Newton. Desenvolveu a “Teoria da Relatividade” e deu outras tantas contribuições para o desenvolvimento da ciência, inclusive na matemática. Foi um homem engajado, politicamente, além de ferrenho pacifista.
É interessante destacar, em sua biografia, o fato de Albert Einstein ter assumido três cidadanias diferentes ao longo da vida. Em 1898, por exemplo, ele, que era alemão de nascimento – nasceu na cidade de Ulm, em 1879 – naturalizou-se suíço. Em 1933, quando o nazismo começava a mostrar a sua face odiosa, na Alemanha (para onde havia retornado em 1913), emigrou para os Estados Unidos, assumindo a cidadania norte-americana sete anos depois, em 1940.
Albert Einstein formou-se em 1896, aos 17 anos, no Instituto Politécnico de Zurique, na Suíça. Assumiu, pouco depois, o comando do Departamento Nacional de Patentes desse país. O cargo proporcionou-lhe, entre outras coisas, tempo para empreender os primeiros estudos que o levariam a desenvolver sua revolucionária teoria.
Em 1905, pesquisou o movimento browniano e o efeito fotoelétrico, tendo aplicado, neste caso, a hipótese quântica, teoria desenvolvida por Max Planck, para fundamentar suas pesquisas. Foi nesse período que Einstein lançou os fundamentos da sua futura “Teoria da Relatividade”, ao concluir que a luz podia ser decomposta em ínfimos corpúsculos, os “fotons”, que por sua vez apresentam um “quantum” de energia.
Em 1913, o físico regressa à Alemanha, em plena efervescência política, no ano que antecedeu ao início da Primeira Guerra Mundial. Aceitou convite para lecionar no Instituto Kaiser Wilhelm, de Berlim, onde seu gênio se revelou e floresceu. Em 1921, Albert Einstein foi indicado e conquistou, com toda a justiça, o cobiçado Prêmio Nobel de Física.
Albert Einstein, porém, embora físico, não se enquadrava no estereótipo do cientista, supostamente desligado da realidade social e política do seu tempo. Pelo contrário. Deixou claro, em quase todos os livros que escreveu, que tinha singular fascínio por sua condição humana. O mistério que mais o intrigava era o da vida, que assegurava amar acima de tudo.
Einstein participou ativamente de movimentos políticos, especialmente os em defesa dos direitos humanos, numa época em que a questão não despertava a consciência de ninguém. Era um pacifista convicto e ardoroso defensor da causa sionista.
Durante o período de caça às bruxas do macartismo, nos Estados Unidos, na década de 1950, quando muitos artistas e intelectuais norte-americanos foram presos ou tiveram as carreiras comprometidas por suas pretensas idéias esquerdistas, o físico não se omitiu, como fizeram (comodamente) vários outros cientistas e homens públicos. Denunciou, de forma incansável, a violação dos direitos humanos dos perseguidos, pela imprensa, em artigos, conferências, palestras e por todos os meios ao seu alcance.
Quando em 1933 o nazismo emergiu na Alemanha, Einstein não teve dúvidas em largar tudo o que tinha, em abandonar suas pesquisas no seu país natal e em interromper uma brilhante carreira acadêmica para emigrar. Foi, até, uma questão de prudência. Afinal, era de uma família judia e o ditador Adolf Hitler nutria ódio particular aos judeus, os quais tentaria exterminar no que ficou conhecido como “Holocausto”.
Na verdade, o cientista considerava-se cidadão do mundo, antes de ser alemão. Primeiro, fixou residência na França. Posteriormente, morou na Bélgica e na Inglaterra para, finalmente, encontrar o local que julgava ideal para viver: os Estados Unidos. Emigrou para esse país numa situação invejável, privilegiada, com emprego garantido no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, instituição à qual permaneceu vinculado para o resto da vida.
(Continua)
(Continuação)
TRAJETÓRIA DE EINSTEIN
Pessoas mal informadas poderiam perguntar: “Afinal, quem foi e o que fez de tão importante esse tal de Albert Einstein, para ser classificado de gênio”? Outros, de cultura apenas enciclopédica, poderiam confundir o físico com um outro alemão, como ele, de sobrenome igual (embora sem nenhum parentesco), cujo prenome era Alfred e que também se naturalizou norte-americano.
Referimo-nos ao musicólogo, nascido em München em 1880, que morreu na década de 50, nos Estados Unidos, cuja vida e obra tiveram pouca repercussão internacional. Alfred destacou-se como autor de livros sobre os mestres da música. Suas obras mais conhecidas são: “O Mafrigal Italiano” (em três volumes), “Mozart, seu Caráter e sua Obra” e “Shubert, um Retrato Musical”.
Embora o nome desse outro Einstein conste em todas as boas enciclopédias, ninguém jamais cogitou da possibilidade dele ser gênio. E provavelmente não o foi. Quando morreu, na cidade de El Cerrito, na Califórnia, em 1952, sua morte quase não causou repercussão, nem mesmo no campo da música.
Já Albert revolucionou a Física, tornando-se mais importante, inclusive, do que Isaac Newton. Desenvolveu a “Teoria da Relatividade” e deu outras tantas contribuições para o desenvolvimento da ciência, inclusive na matemática. Foi um homem engajado, politicamente, além de ferrenho pacifista.
É interessante destacar, em sua biografia, o fato de Albert Einstein ter assumido três cidadanias diferentes ao longo da vida. Em 1898, por exemplo, ele, que era alemão de nascimento – nasceu na cidade de Ulm, em 1879 – naturalizou-se suíço. Em 1933, quando o nazismo começava a mostrar a sua face odiosa, na Alemanha (para onde havia retornado em 1913), emigrou para os Estados Unidos, assumindo a cidadania norte-americana sete anos depois, em 1940.
Albert Einstein formou-se em 1896, aos 17 anos, no Instituto Politécnico de Zurique, na Suíça. Assumiu, pouco depois, o comando do Departamento Nacional de Patentes desse país. O cargo proporcionou-lhe, entre outras coisas, tempo para empreender os primeiros estudos que o levariam a desenvolver sua revolucionária teoria.
Em 1905, pesquisou o movimento browniano e o efeito fotoelétrico, tendo aplicado, neste caso, a hipótese quântica, teoria desenvolvida por Max Planck, para fundamentar suas pesquisas. Foi nesse período que Einstein lançou os fundamentos da sua futura “Teoria da Relatividade”, ao concluir que a luz podia ser decomposta em ínfimos corpúsculos, os “fotons”, que por sua vez apresentam um “quantum” de energia.
Em 1913, o físico regressa à Alemanha, em plena efervescência política, no ano que antecedeu ao início da Primeira Guerra Mundial. Aceitou convite para lecionar no Instituto Kaiser Wilhelm, de Berlim, onde seu gênio se revelou e floresceu. Em 1921, Albert Einstein foi indicado e conquistou, com toda a justiça, o cobiçado Prêmio Nobel de Física.
Albert Einstein, porém, embora físico, não se enquadrava no estereótipo do cientista, supostamente desligado da realidade social e política do seu tempo. Pelo contrário. Deixou claro, em quase todos os livros que escreveu, que tinha singular fascínio por sua condição humana. O mistério que mais o intrigava era o da vida, que assegurava amar acima de tudo.
Einstein participou ativamente de movimentos políticos, especialmente os em defesa dos direitos humanos, numa época em que a questão não despertava a consciência de ninguém. Era um pacifista convicto e ardoroso defensor da causa sionista.
Durante o período de caça às bruxas do macartismo, nos Estados Unidos, na década de 1950, quando muitos artistas e intelectuais norte-americanos foram presos ou tiveram as carreiras comprometidas por suas pretensas idéias esquerdistas, o físico não se omitiu, como fizeram (comodamente) vários outros cientistas e homens públicos. Denunciou, de forma incansável, a violação dos direitos humanos dos perseguidos, pela imprensa, em artigos, conferências, palestras e por todos os meios ao seu alcance.
Quando em 1933 o nazismo emergiu na Alemanha, Einstein não teve dúvidas em largar tudo o que tinha, em abandonar suas pesquisas no seu país natal e em interromper uma brilhante carreira acadêmica para emigrar. Foi, até, uma questão de prudência. Afinal, era de uma família judia e o ditador Adolf Hitler nutria ódio particular aos judeus, os quais tentaria exterminar no que ficou conhecido como “Holocausto”.
Na verdade, o cientista considerava-se cidadão do mundo, antes de ser alemão. Primeiro, fixou residência na França. Posteriormente, morou na Bélgica e na Inglaterra para, finalmente, encontrar o local que julgava ideal para viver: os Estados Unidos. Emigrou para esse país numa situação invejável, privilegiada, com emprego garantido no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, instituição à qual permaneceu vinculado para o resto da vida.
(Continua)
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