T. S. Eliot, um dos meus poetas preferidos, tinha uma refinada sensibilidade, apesar dos seus críticos negarem isso. Sua poesia, intimista, tinha, como tema central, as fraquezas e contradições humanas. Mas há tanto de verdade em seus versos, alguns pungentes e tristes, outros repletos de condescendência e compaixão, que se tornaram, queiram ou não, clássicos universais. Exemplo? Esta estrofe do poema “Os Homens Ocos”, traduzida por Bezerra de Freitas: “Nós somos os homens ocos,/nós somos homens empalhados/apoiados uns aos outros,/a cabeça cheia de palha. Ai de nós!”. E não somos, de fato, assim, na maioria das vezes, apesar de toda a nossa empáfia e a nossa monumental vaidade?! São os poetas, e não os jornalistas, filósofos ou sociólogos, que trazem a público as grandes verdades, com sua linguagem, aparentemente cifrada, mas repleta de sabedoria e sensibilidade.
No comments:
Post a Comment