Tuesday, May 08, 2007

REFLEXÃO DO DIA


T. S. Eliot, um dos meus poetas preferidos, tinha uma refinada sensibilidade, apesar dos seus críticos negarem isso. Sua poesia, intimista, tinha, como tema central, as fraquezas e contradições humanas. Mas há tanto de verdade em seus versos, alguns pungentes e tristes, outros repletos de condescendência e compaixão, que se tornaram, queiram ou não, clássicos universais. Exemplo? Esta estrofe do poema “Os Homens Ocos”, traduzida por Bezerra de Freitas: “Nós somos os homens ocos,/nós somos homens empalhados/apoiados uns aos outros,/a cabeça cheia de palha. Ai de nós!”. E não somos, de fato, assim, na maioria das vezes, apesar de toda a nossa empáfia e a nossa monumental vaidade?! São os poetas, e não os jornalistas, filósofos ou sociólogos, que trazem a público as grandes verdades, com sua linguagem, aparentemente cifrada, mas repleta de sabedoria e sensibilidade.

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