Monday, May 21, 2007

TOQUE DE LETRA











Pedro J. Bondaczuk

(Fotos: Arquivo, Gazeta Press e Maurício Val/VIPCOMM)

PRÊMIO À DETERMINAÇÃO

Quem assistiu, sexta-feira, só primeiro tempo do jogo da Ponte Preta contra o Paulista, no Estádio Jaime Cintra, em Jundiaí e não ficou sabendo do resultado final, certamente achou que a Macaca levou uma contundente goleada, tal a apatia do time nos 45 minutos iniciais. Todavia, na etapa final, a torcida pontepretana viu uma equipe diferente, com garra, criatividade e muita vontade de vencer. Resultado? A Veterana arrancou heróico empate, por 2 a 2, que para as circunstâncias, ou seja, para quem encerrou o primeiro tempo perdendo por 2 a 0 (e não jogando nada), teve o sabor de uma vitória. O garoto Michael, mais uma vez, entrou muito bem no time. E logo no seu primeiro lance, sofreu o pênalti, que foi o ponto de partida da reação da Macaca. Outro que jogou muito bem foi o meia Heverton, que havia decepcionado na estréia, contra o Gama, e foi para o banco de reservas. Quando entrou, ditou o ritmo da Ponte e foi premiado com um gol de bela feitura. Apesar do bom resultado, espero que a equipe tenha aprendido a lição. O jogo tem 90 minutos, mais os descontos determinados pelo árbitro, e em momento algum os jogadores podem relaxar ou perder a concentração. Gostei, todavia, do poder de reação do time. Valeu, Macaquinha!!!

ADVERSÁRIO ENJOADO

O próximo adversário da Ponte Preta, amanhã, na abertura da terceira rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, é o Fortaleza, no Estádio Moisés Lucarelli. Embora seja extremamente cedo para qualquer prognóstico, o campeão cearense, agora sob o comando de Marco Aurélio Moreira, é apontado, quase que por consenso, como um dos candidatos ao acesso e ao título da competição. Trata-se, pois, de um adversário enjoado, perigoso, chato, o único dos 20 clubes da Série B que venceu seus dois jogos: 3 a 1 contra a Portuguesa e 2 a 1 contra o CRB, em plena Maceió. Nos confrontos entre ambos, a Ponte não tem levado muita vantagem, embora em 2004 tenha escapado do rebaixamento com uma memorável vitória, por 2 a 0, exatamente contra esse Fortaleza. A Macaca ressente-se da ausência de um matador. Embora ainda seja muito cedo para qualquer avaliação, Beto não parece o substituto ideal para Finazzi que, na sua curta passagem por Campinas, certamente vai deixar muita saudade na torcida pontepretana. Roger volta à equipe, mas este pode ser seu último jogo com a camisa da Macaca. Se for, tomara que se despeça com uma partida memorável e, claro, com uma boa vitória da Ponte.

EM BUSCA DE UM MATADOR

Ainda nem terminou a “novela” envolvendo o ala esquerda Andrezinho, que fez um excelente Campeonato Paulista pelo Bragantino, mas cujo passe pertence ao São Paulo, e eis que uma nova já se esboça pelos lados do Majestoso. Soube, de boa fonte, que a Ponte Preta está interessada na contratação do atacante Ricardinho, do Palmeiras, que disputou o Campeonato Gaúcho pelo Grêmio. Trata-se de um bom jogador, mas nada de excepcional. Eu prefiro, por exemplo, Otacílio Neto, que não vem mais, já que o seu destino é o Parque São Jorge. Falou-se muito na vinda da Alex Terra e cogitou-se, também, na vinda de Chumbinho, mas ambas as negociações parecem emperradas. Ricardinho tem a vantagem da experiência. Trata-se de um jogador rodado, com boa presença de área, mas se contunde muito. E “chinelinho” é a última coisa que a Ponte Preta precisa nesse momento. Se vier motivado, com vontade de jogar e de aproveitar a boa vitrine para mostrar seu futebol, será boa contratação (caso seja, de fato, contratado, claro). Caso contrário... É melhor esquecer.

A MODA DO “MISTÃO”

Virou moda os times que disputam, simultaneamente, duas competições, priorizarem uma delas e disputarem jogos, pela que não foi priorizada, com times reservas. São os casos do Santos, do Grêmio, do Figueirense, do Brasiliense e do Fluminense, que disputaram seus últimos jogos do Campeonato Brasileiro com a turminha do banco. Os dois primeiros, estão empenhados na Copa Libertadores da América e os três últimos, na Copa do Brasil. Nenhum deles se deu bem. O Santos, por exemplo, foi goleado, na estréia, pelo Sport Recife, por 4 a 1 e sábado foi surpreendido, em plena Vila Belmiro, pelo limitado América de Natal, para o qual perdeu, por 3 a 2. O Grêmio, que na primeira rodada foi goleado pelo Paraná, por 3 a 0, aprendeu a lição e pôs os titulares em campo na vitória de ontem, sobre o Fluminense (que jogou com um mistão) no Olímpico, por 2 a 0. O Brasiliense, na Série B, foi goleado, em Florianópolis, pelo Avaí, por 4 a 2. E, finalmente, o Figueirense, que havia sido massacrado, em casa, na estréia, pelo Atlético Paranaense, por 6 a 3, escapou, ontem, no Parque Antártica, de um novo vexame, embora tenha perdido para o Palmeiras, por 2 a 1. Os pontos que estes times estão perdendo no Campeonato Brasileiro, com certeza, farão muita falta mais para a frente. Mas então...não vai adiantar nada a choradeira.

RODADA SEM SURPRESAS

A rodada deste final de semana, pelo Campeonato Brasileiro da Série A, a rigor, não apresentou nenhuma surpresa. Nem mesmo a vitória convincente do Corinthians, em pleno Mineirão, por 3 a 0, sobre o Cruzeiro, foi surpreendente, dada a fragilidade do atual plantel do clube mineiro. Quem se reabilitou em alto estilo foi o Flamengo, que derrotou o Goiás, no Estádio Serra Dourada, por 3 a 1. O Botafogo confirmou seu favoritismo, no Maracanã, e venceu o Atlético Mineiro, por 2 a 1. O mesmo se pode dizer sobre a vitória do Vasco, sobre o Sport Recife, em São Januário, por 3 a 1, mas que se tornou histórica, por causa do polêmico e tão esperado milésimo gol de Romário. O São Paulo, que carece de poder ofensivo, teve um resultado previsível e perdeu para o razoável Náutico por 1 a 0, no Estádio dos Aflitos, de Recife, superlotado de torcedores. A derrota do Internacional, na Arena da Baixada de Curitiba, por 2 a 1, para o Atlético Paranaense, convenhamos, também não foi nenhuma surpresa ou aberração. Na minha avaliação, deu a lógica em todos os jogos.

RESPEITO COM O ÍDOLO

É lamentável a postura de determinada parcela da imprensa esportiva – notadamente a paulista – em relação ao milésimo gol de Romário, cifra completada ontem, contra o Sport Recife, num Estádio de São Januário lotado. A polêmica ganhou força depois de duas reportagens, uma da revista Lance e outra da Folha de S. Paulo, em que os autores garantem que o Baixinho ainda terá que assinalar mais 82 gols para atingir a marca histórica. Será? O que credencia os repórteres em questão a afirmarem, com tanta convicção, que sua contagem é que é a correta, e não a do “rei da área”? É muito mais fácil, e verossímil, eles terem se enganado, do que Romário. Todavia, um bando de bobos alegres prefere acreditar nesses jornalistas. Tentam ridicularizar quem fez tanto pelo futebol brasileiro (recorde-se que o atleta foi o grande responsável pela conquista da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, que o Brasil apenas disputou, é mister frisar, por causa dos dois gols do Baixinho, no Maracanã, contra o Uruguai, pelas eliminatórias, quando nosso selecionado esteve a pique de, pela primeira vez na história, ficar fora de um Mundial) sem a menor cerimônia. Depois de Pelé, o Baixinho foi, é e sempre será o segundo maior goleador de todos os tempos no mundo. E isso com mil gols (que acredito, piamente, que de fato tenham sido alcançados) ou sem eles. Êta gente derrotista e invejosa!!!

RESPINGOS...

· O meia Everton Santos, ex-Bragantino, já é o grande destaque do novo time do Corinthians. Salvo engano, no final da temporada (ou até mesmo muito antes dele), estará “batendo asas”, para jogar no exterior. Confiram depois.
· Por falar em Corinthians, outro jogador, vindo do Bragantino, começa a conquistar o coração da torcida. Trata-se do goleiro Felipe, que tem tudo para reprisar a vitoriosa trajetória do Dida.
· E a Ferrinha, que já chegou a correr, até, o risco de ser extinta, após sucessivos rebaixamentos, começa uma espetacular reação. Ontem, garantiu o acesso à Série A-2 do Campeonato Paulista. Parabéns à comunidade araraquarense!
· Quem continua marcando passo é o tradicional XV de Piracicaba. Nadou, nadou e morreu na praia. Vai permanecer mais um ano na Série A-3.
· O chileno Valdívia, cuja contratação chegou a ser ridicularizada pela fraca imprensa esportiva paulistana, está “arrebentando” no Palmeiras. Já é ídolo, merecidamente, da torcida palmeirense.

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

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