Monday, May 14, 2007

TOQUE DE LETRA







Pedro J. Bondaczuk

(Fotos: Arquivo)

ESTRÉIA COM VITÓRIA, NA RAÇA

A Ponte Preta estreou, sexta-feira, no Campeonato Brasileiro da Série B, no Majestoso, com uma dramática vitória, na base da pura raça (conforme tradição do time) sobre o Gama, por 1 a 0. O jogo, tecnicamente, foi fraco, o que seria de se esperar para um início de competição tão longa, que só irá se encerrar em fins de novembro, como esta. Serão mais 37 jogos para a Macaca retornar à elite do futebol brasileiro. Difícil? Sem dúvida! É até redundante fazer essa afirmação. Impossível? Se jogar com a mesma determinação da estréia, as chances de sucesso são muito grandes. Quando o atacante Roger foi expulso, no fim do Primeiro Tempo, tudo indicava que a Ponte iria perder um, senão três pontos, logo no primeiro jogo. O adversário estava melhor em campo, quando ambos estavam com onze jogadores, embora sem ameaçar seriamente o ótimo goleiro Denis. Mas na segunda etapa, a Macaca surpreendeu. Voltou diferente, mais agressiva e muito mais determinada. Os jogadores se aplicaram a fundo, dividiram todas as bolas e o estreante Michael se encarregou de desequilibrar o jogo em favor da alvinegra. Foi dele, por exemplo, a jogada que resultou no único gol da partida, de Pingo. Aliás, os três debutantes – o meia do Guaratinguetá já citado, o ala direita Júlio César e o atacante Beto – foram muito bem, o que indica o acerto de suas contratações. Foi um primeiro, e positivo, passo de uma longa caminhada.

PAULISTAS ESTRÉIAM MAL

À exceção da Ponte Preta e do Grêmio Barueri, que venceram os seus jogos, os demais paulistas estrearam mal no Campeonato Brasileiro da Série B. Ou perderam ou empataram os seus jogos (como foi o caso do Marília). Dois dos favoritos ao acesso, no caso a Portuguesa e o São Caetano, levaram um vareio de bola, respectivamente, do Fortaleza e do Criciúma. Pior se saíram o Ituano e o Santo André, que perderam em casa. O time de Itu foi derrotado pelo limitado Ceará, que deve lutar, apenas, para não ser rebaixado e o Ramalhão, outro sério candidato ao rebaixamento, fez feio, em pleno Estádio Bruno José Daniel, diante do fraco CRB. Claro que não dá para se fazer nenhum prognóstico, nem sobre acesso e muito menos sobre a “degola”, com base, apenas, nesta primeira rodada. Mas os que perderam pontos logo na estréia certamente vão lamentar muito, mais para a frente, esse mau início.

HOMEM DO APITO FOI MAL

Não gostei da arbitragem do paranaense Antônio Denival de Morais, na vitória da Ponte Preta, sobre o Gama, por 1 a 0. Discordo da equipe da Band Campinas, que interpretou como choque normal a penalidade máxima que o zagueiro Kleber Carioca, da equipe de Brasília, cometeu sobre Roger, que redundou na expulsão do atacante. O cara do apito é muito confuso e inverte muitas faltas, irritando a gregos e troianos. E estava mal-intencionado com a Macaca. A expulsão de Nelsinho Baptista, por exemplo, foi muito rigorosa e desnecessária. O treinador não ofendeu o árbitro, apenas cobrou um cartão amarelo para um jogador do Gama, que havia cometido uma falta um pouco mais violenta. Mereceria, no máximo, advertência verbal, se tanto. Quanto à suposta agressão de Roger ao auxiliar de linha, a imprensa campineira (parcialíssima, e sempre contra a Ponte, é só observar atentamente), tratou o caso como se o jovem atleta houvesse “trucidado” o bandeira. Não ocorreu nada disso. Ele deu, apenas, um empurrão, sem maiores conseqüências, no sujeitinho, que certamente o ofendeu. Os árbitros são sempre santinhos. Pintam e bordam e não ocorre nada com esses sacanas, que sequer são os principais personagens do espetáculo, mas agem como se fossem as estrelas. Se depender da nossa crônica esportiva, portanto, Roger deverá pegar a pena máxima, de 540 dias. Não entendo o que esses caras ganham crucificando um jogador da cidade. O atacante errou? Errou! Mas seu erro não foi para tanto barulho. Já estou de saco cheio com essa parcialidade da crônica esportiva de Campinas em relação à Ponte! Pára com isso, gente!!!

FALTA MAIS UM ATACANTE

Com a possibilidade (diria, probabilidade) de uma prolongada suspensão de Roger, que deverá pegar, por baixo, 180 dias de gancho, a diretoria da Ponte Preta terá que ser ágil na contratação de um novo atacante, que saiba empurrar a bola para as redes. O estreante Beto, procedente do Palmeiras B, mostrou inegáveis virtudes, mas vai precisar de um companheiro. Wanderley ainda é muito inexperiente para assumir a titularidade e Anderson Luiz é bastante limitado, útil, no máximo, para compor o banco de reservas, nada mais. O preferido de Nelsinho Baptista, ou seja, Otacílio Neto, do Noroeste, já pode ser descartado, depois que o Corinthians entrou no circuito (é outro que deverá ser queimado em três tempos, anotem). Clayton, do Rio Preto, não agrada o treinador pontepretano. Restou Alex Terra, entre os nomes mais citados nos círculos esportivos da cidade, atacante rápido, mas pouco conhecido. De qualquer forma, agora não há mais como adiar essa contratação. Tomara que o caso se defina, no máximo, até depois de amanhã.

CHUVA DE GOLS

Se a primeira rodada do Campeonato Brasileiro da Série B não serviu para se tirar qualquer conclusão sobre os favoritos ao título e os possíveis rebaixados, a da Série A não foi diferente. Todavia, foi um início de competição atípico: registrou a maior média de gols da história para jogos de estréia, ou seja, 3,9 por partida. Tivemos resultados muito exóticos, como o 6 a 3 aplicado pelo Atlético Paranaense sobre o Figueirense, em plena Florianópolis, por exemplo. Outro jogo que chamou a atenção, pela quantidade de gols, foi a vitória do Palmeiras sobre o Flamengo, em pleno Maracanã, por 4 a 2. Nenhuma partida terminou em 0 a 0, o que mostra que os times se prepararam bastante para serem ofensivos. Mas as defesas... Os competidores que mais me agradaram na estréia foram o Botafogo, que venceu o Internacional, em pleno Beira-Rio, por 3 a 2, e o Sport, que goleou o mistão do Santos por 4 a 1. Isso não quer dizer, claro, que ambos sejam favoritos ao título, longe disso. Afinal, muita água vai rolar por baixo da ponte até a 38ª rodada.

CBF JOGA CONTRA OS BRASILEIROS

Mais uma vez, a CBF joga contra os representantes brasileiros nas quartas-de-finais da Copa Libertadores da América. Poderia (e deveria) adiar as estréias do Santos e do Grêmio no longuíssimo Campeonato Brasileiro da Série A. Não fez isso, claro. E forçou, dessa maneira, ambos a colocarem em campo times mistos para poupar seus principais atletas para jogos decisivos, respectivamente contra o América do México e o Defensor do Uruguai. O resultado todos viram qual foi. Os comandados de Wanderley Luxemburgo foram goleados, no Estádio da Ilha do Retiro, pelo bom time do Sport Recife, por 4 a 1. Houve momentos da partida em que o treinador santista chegou a temer por algo ainda pior, por um placar bem mais elástico, coisa de sete ou oito gols. Com o Grêmio não foi diferente. Seu mistão levou um baile do Paraná, em Curitiba, e perdeu por 3 a 0. Tudo isso poderia ser evitado com um pouquinho de bom-senso da CBF. Afinal, a entidade trata a Libertadores como “punição” aos representantes brasileiros e não como prova da sua competência. Lamentável! E olhem que não sou santista e nem gremista.

RESPINGOS...

· O São Paulo venceu o Goiás, sábado, no Morumbi, por 2 a 0, mas não convenceu. E Muricy Ramalho, apesar dos desmentidos, está na corda-bamba.
· Outro time que fez uma partida burocrática, apesar da vitória, foi o Corinthians. Prevaleceu o oportunismo do matador Finazzi, na magra vitória do Timão, no Morumbi, sobre o desfalcado Juventude, por 1 a 0.
· O Vasco abusou do direito de perder gols, em sua estréia, em Natal, contra o América, a priori, seriíssimo candidato ao rebaixamento. Ainda assim, trouxe do Nordeste 3 importantes pontos na bagagem, com a magra vitória por 1 a 0.
· O Atlético Mineiro, prejudicado pelo trapalhão Carlos Eugênio Simon, quinta-feira, pela Copa do Brasil, foi ajudado, ontem, pelo árbitro da partida, em sua vitória, de virada, sobre o Náutico, no Mineirão, por 2 a 1. Como se vê, os homens do apito começaram muito mal o Brasileirão.
· Cruzeiro e Fluminense têm times comuns, apenas esforçados, para encarar o Campeonato Brasileiro. O resultado do confronto de ambos, sábado, no Maracanã, portanto, não poderia ser outro: empate por 2 a 2. Ambos são iguais na ruindade.

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

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