Monday, May 07, 2007

TOQUE DE LETRA







Pedro J. Bondaczuk

(Fotos: Arquivo)

FALTA UM NOVO MATADOR

A Ponte Preta continua se reforçando para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B que, para a Macaca, começa nesta sexta-feira, quando estréia, no Majestoso, contra o Gama. Até aqui, a diretoria trouxe um caminhão de jogadores, mas, como tem acontecido em todas as ocasiões de renovação do plantel, preocupou-se, basicamente, com a defesa e o meio de campo, em detrimento do ataque. O único atacante contratado, até aqui, foi o artilheiro do Palmeiras-B, Beto, jovem promessa, mas sem cacife para substituir Finazzi. Falou-se muito em Otacílio Neto, do Noroeste, em Clayton, do Rio Preto e, nos últimos dias, em Alex Terra, do Sertãozinho. Mas, até aqui... A Ponte contratou, nos últimos dias, os dois laterais do Bragantino, Júlio César e Andrezinho, o meio-campista Alê e os armadores Alex e Michel, os três do Guaratinguetá e o zagueiro João Paulo, além do citado Beto, do Palmeiras-B. A princípio, parecem, todas, excelentes contratações. Mas a torcida vive a expectativa da chegada do substituto de Finazzi. Virá, de fato? Quem será? Otacílio Neto? Clayton? Alex Terra? Os três? Nenhum dos três? Mistério!

GUARANI SE REFORÇA

Com tempo de se preparar adequadamente, o Guarani se reforça para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série C. Renovou contrato com o vitorioso Carbone e com os principais jogadores que conseguiram a façanha de trazer o time de volta para a elite do futebol paulista. Entre as novidades no Brinco de Ouro, a principal é a vinda de Gil, atleta revelado pelas categorias de base da Ponte Preta, mas que fez toda a sua carreira fora da cidade. Seu último clube foi o Botafogo de Ribeirão Preto, pelo qual disputou o recém-findo Campeonato Paulista da Série A-2. Em princípio, trata-se de um bom atacante, posição da qual o Bugre estava carente. Outro que está de volta a Campinas é Tuta, da Caldense, que disputou o Campeonato Brasileiro da Série B do ano passado com a camisa bugrina, mas dispensado, no final de 2006, por falta de acordo financeiro. Basicamente, porém, o Guarani será o mesmo da vitoriosa jornada do Paulista. Vai dar pro gasto? O tempo é que irá mostrar.

DEFINIÇÃO DO TIME-BASE

Tudo leva a crer que, pelo menos para o jogo de estréia, sexta-feira, no Majestoso, diante do Gama, o time-base da Ponte Preta deverá ser o seguinte: Denis, Júlio César, Anderson, Emerson, Gabriel e Fernando; Ricardo Conceição, Heverton e João Marcos; Anderson Luiz (Wanderley) e Roger. Preocupa-me, sobretudo, o ataque. Enquanto não chega o substituto de Finazzi, a peça ofensiva me parece um tanto frágil. Tomara que eu esteja errado e que, quem entrar jogando, ao lado de Roger, seja Anderson Luiz ou o garoto Wanderley, corresponda e faça a sua parte, ou seja, gols. É muito importante não somente estrear com vitória, como não perder pontos em casa, numa competição longa e estafante como esta que, em princípio, conta com pelo menos 12 clubes com potencial de acesso. Embora saiba das dificuldades para boas contratações, num mercado cada vez mais restrito, entendo que, mais uma vez, a Ponte deixou as definições, pelo menos nas posições em que o time está mais carente, para a última hora. Espero que isso não venha a ter um custo muito alto em termos de performance.

TRÊS SURPRESAS NOS ESTADUAIS

As definições dos campeonatos estaduais deste ano apresentaram poucas surpresas. Os favoritos, em geral, confirmaram seu favoritismo. Ocorreram, apenas, três surpresas: os títulos do Paranavaí, no Paraná; da Chapecoense, em Santa Catarina e do Atlético Goianiense, em Goiás. Nos demais... Como se supunha, por exemplo, depois da goleada que tomou na semana anterior, o Cruzeiro, apesar de derrotar o Atlético, não conseguiu o placar que precisava, ou seja, 4 a 0. Conseguiu apenas a metade: 2 a 0. Despediu-se, porém, com dignidade, embora o torcedor cruzeirense tivesse que amargar a festa dos atleticanos. E o Atlético, que nas mãos de Levir Culpi conquistou o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro, festeja um título que não comemorava há sete anos, e nas mãos do mesmo treinador. Na Bahia, quem levantou a taça, com uma rodada de antecedência, foi o Vitória, cuja virtude foi um ataque arrasador, que já fez 85 gols na temporada. Finalmente, no Rio Grande do Sul, ninguém acreditava, seriamente, que o Grêmio iria deixar escapar a oportunidade de conquistar seu 35º campeonato estadual. E, de fato, não deixou. Aplicou uma convincente goleada no Juventude, no Olímpico, por 4 a 1. Portanto, salvo as três exceções citadas, não houve “nenhuma novidade no front”.

NA BASE DA SUPERAÇÃO

O Flamengo conquistou, ontem, na base da superação, num Maracanã lotado, mais um título em sua gloriosa história. Foi um jogo fraco, em termos técnicos, mas dos mais emocionantes e cheios de alternativas. O rubro-negro da Gávea tinha que administrar, além do nervosismo natural de uma decisão, o desânimo do plantel pela goleada sofrida diante do Defensor, em Montevidéu, no meio da semana, pela Copa Libertadores da América, por 3 a 0. Time por time, é mister admitir, o Botafogo é bem melhor. No futebol, porém, quase nunca esse aspecto é o decisivo. O herói flamenguista no clássico foi, sem dúvida, o jovem goleiro Bruno, que no tempo normal de jogo (que terminou com o placar de 2 a 2) fez importantíssimas defesas. E, na decisão por pênaltis, defendeu dois deles e garantiu a taça para o Mengão. Os flamenguistas têm, agora, o desafio de reverter a desvantagem diante do time uruguaio e devolver o mesmo placar, para tentar decidir a vaga nos pênaltis. Difícil? Óbvio que é! Impossível? O Flamengo provou, ontem, em campo, que não.

PRIMEIRO BI APÓS A ERA PELÉ

O Santos queimou, ontem, a língua dos palpiteiros de plantão e conquistou, num Morumbi lotado, seu primeiro bi-campeonato depois da era Pelé, ou seja, 40 anos depois. O time jogou, desde o apito inicial até o fim de jogo, uma partida ofensiva, mas sem nunca se descuidar da defesa. Claro que pesou, e muito, a presença, no banco de reservas, de Wanderley Luxemburgo, odiado por parte expressiva da imprensa, mas que é, sem favor nenhum, um dos melhores treinadores não apenas do Brasil, mas do mundo. O alvinegro da Vila Belmiro precisava fazer, no mínimo, um placar igual ao da sua derrota da semana passada, para o mesmo São Caetano, ou seja, 2 a 0. E foi o que fez. Convenhamos, o resultado não espelhou com fidelidade o que foi o jogo. Enquanto o ataque santista criou quinze oportunidades reais de gol, seu goleiro, Fábio Costa, foi mero expectador. Não teve que fazer uma única defesa. O São Caetano apostou na considerável vantagem que tinha, se limitou a se defender e deu no que deu. Ou seja, se deu mal. Fez-se justiça, portanto, já que o Santos foi, disparadamente, o melhor time na fase inicial do campeonato, com 16 vitórias, dois empates e apenas uma derrota. O título, portanto, ficou em ótimas mãos.

RESPINGOS...

· A Portuguesa, depois de muitos anos, comemorou, ontem, um título. Ao golear o Rio Preto, no Canindé, por 4 a 0, sagrou-se campeã do Campeonato Paulista da Série A-2 de 2007. Justíssimo, por sinal.
· E deu Guaratinguetá no título do interior. O caçula não tomou conhecimento do badalado Noroeste e venceu a partida decisiva, no sábado, por 2 a 1, em plena Bauru.
· Todas as atenções, nesta semana, estarão voltadas à largada dos Campeonatos Brasileiros das Séries A e B. À primeira vista, é impossível apontar favoritos nas duas competições.
· O São Paulo, que venceu o primeiro jogo contra o Grêmio, pela Copa Libertadores da América, por um magro 1 a 0, no Morumbi, terá pela frente uma “pedreira”, quarta-feira, no Estádio Olímpico. Qualquer prognóstico não passa de mero palpite. Tudo pode acontecer.
· Tudo indica que o técnico do São Caetano, Dorival Junior, esteja de malas prontas para Belo Horizonte, para assumir o comando do Cruzeiro. Trata-se, claro, de ótima oportunidade, mas de um tremendo desafio para esse bom treinador.

* E fim de papo por hoje. Entre em contato, para críticas e sugestões.


pedrojbk@hotmail.com

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