Friday, November 03, 2006

REFLEXÃO DO DIA


Para se escrever bem, é preciso que haja relativa liberdade de manobra. É indispensável que não se "engesse" a criatividade mediante prazos, compromissos, regras ou algo que o valha. A propósito, lembro-me de um provérbio taoísta, que li não sei onde, mas que tive o capricho de anotar, e que diz: "O que faz a mão tremer na hora de retesar o arco é a obrigação de acertar o alvo". A arte é manifestação espontânea. Claro que não implica apenas no que se convencionou chamar de "inspiração". Aliás, depende muito mais da "transpiração", da pesquisa, da precisão, do fazer, refazer, tornar a fazer e refazer uma centena ou milhar de vezes. Mário de Andrade chegou a demorar 18 anos para dar um conto por concluído. Mas o escritor paulista pôde agir assim porque não estava "obrigado" a escrever esse texto. Ninguém estava cobrando prazo e muito menos a maneira como essa história em particular (não me lembro qual) deveria se desenrolar.

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