Wednesday, November 01, 2006
REFLEXÃO DO DIA
Há casos, não tão raros como se pensa, em que duas obras, escritas em períodos distintos, sem que a posterior plagie a anterior e sem que o autor da segunda sequer conheça por referência o da primeira, que guardam semelhanças que parecem, de fato, se tratar de plágio. E não são. Como explicar que dois intelectuais, separados no tempo e no espaço, com personalidades e formações distintas, raciocinem de formas tão iguais? Paul Valéry escreve: "Existem obras cuja relação com outras, anteriores, é tão intrincada que nos deixa confusos, a ponto de atribuí-las à intervenção direta dos deuses". Ou do acaso? Ou da coincidência? Minha esperança de sobreviver ao tempo, à morte e ao esquecimento está num outro procedimento, mencionado por Paul Valéry: "O valor das obras de um homem não está nas obras, mas em seu desenvolvimento pelas mãos de outros, em outras circunstâncias". Conto com essa “generosidade” dos pósteros.
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