Friday, November 24, 2006

Receita de bem-viver


Pedro J. Bondaczuk



O brasileiro que está na faixa dos 50 anos, hoje, tem tudo para atingir idade centenária em 2050. É o que garantem projeções estatísticas feitas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apresentadas no programa “Fantástico”, da Rede Globo, em 28 de julho de 2002.
A longevidade da nossa população aumentou, a despeito dos graves problemas sociais que o País ostenta, como altas taxas de desemprego, carência de moradias, queda na renda média, e tantas e tantas outras distorções, que fazem do Brasil uma das sociedades nacionais mais perversas e com maior desigualdade no mundo.
Só na última década, porém, o número de brasileiros com mais de 60 anos aumentou em 17%. E o maior crescimento se verificou na faixa dos 75 anos, de acordo com o citado levantamento do IBGE. Esse aumento da expectativa de vida é decorrente, acima de tudo, de uma série de avanços nas condições sanitárias e de alimentação da população, que deve ser ampliada nos próximos governos.
Novos e mais eficazes medicamentos também contribuíram para elevar a expectativa de vida. Todavia, tão importante (ou até mais) do que “viver muito”, é “viver bem”. E isso, todos podemos (e devemos) fazer, com a simples adoção de um estilo saudável e racional em nosso dia a dia.
Além de uma alimentação balanceada, e moderada, – devemos comer para viver e nunca viver para comer – o ideal é que nos dediquemos a exercícios físicos constantes, sempre respeitando nossos limites, e que estabeleçamos (e respeitemos) horários fixos para se alimentar, para trabalhar, para descansar e para gozar de lazer, etc. Embora não pareça, são atitudes indispensáveis para a obtenção e manutenção da saúde física, mental e emocional.
Contudo, mais importante do que qualquer desses fatores, é uma postura positiva face à vida. Uma propaganda (muito bem feita, por sinal) neste sentido, que foi veiculada recentemente pela televisão, é a do Açúcar União. O anúncio em questão dá uma “receita” inteligente e bem-humorada para se viver 200 anos. Claro que tamanha longevidade é exagerada. Mas que vai melhorar a “qualidade de vida” de quem a adotar, disso não resta dúvida.
Entre as recomendações do anúncio estão, por exemplo: “não levarmos nada muito a sério; rirmos mais, especialmente de nós mesmos; abraçarmos mais aos que gostamos; nos entregarmos mais vezes às pequenas, porém relevantes sensações (físicas e emocionais); nos apaixonarmos mais vezes, mesmo que seja sempre pela mesma pessoa”, etc.,etc.,etc.
Isto é, devemos viver plenamente o presente, já que não sabemos qual será nosso amanhã, sem nos descuidarmos do futuro. Claro que isso não implica em irresponsabilidade, em abandono das obrigações familiares, profissionais e sociais, ou em abrir mão da conquista dos nossos ideais. Temos que estudar, que nos instruir, que trabalhar (com método e dedicação), que tentar construir alguma coisa de durável para nós e para as gerações futuras. Mas não podemos (e nem devemos) jamais transformar tudo isso em obsessão!
A propósito, recebemos, por e-mail, no último fim de semana, um texto, cujo autor não foi identificado, com uma série de pequenos gestos, de atitudes simples e positivas, que se adotadas, tendem a melhorar nossa qualidade de vida. Recomenda:
“Saia de casa só pelo gosto de caminhar. Sorria para todos. Faça um álbum de família. Conte estrelas. Telefone para seus amigos. Diga: "gosto muito de você!". Converse com Deus. Volte a ser criança. Pule corda.. Apague de vez a palavra rancor. Diga “sim”.. Dê uma boa risada! Leia um livro. Peça ajuda. Corra. Cumpra uma promessa. Cante uma canção. Lembre o aniversário de seus amigos. Ajude alguém doente Pule para se divertir. Retribua um favor. Termine aquele projeto. Quebre uma rotina. Tome um banho de espuma. Escreva uma lista das coisas que lhe dão prazer. Faça uma gentileza. Escute os grilos. Agradeça a Deus pelo sol. Aceite um elogio. Perdoe. Deixe que alguém cuide de você. Demonstre que está feliz. Faça alguma coisa que sempre desejou. Toque a ponta dos pés. Olhe com atenção uma flor. Só por hoje evite dizer: “Não posso”. Cante no chuveiro. Viva intensamente cada minuto de vida. Inicie uma tradição familiar. Faça piquenique no quintal. Não se preocupe. Tenha coragem das pequenas coisas. Ajude um vizinho idoso. Afague uma criança. Reveja fotos antigas. Escute um amigo. Feche os olhos e imagine as ondas do mar. Brinque com seu mascote. Permita-se brilhar. Dê uma palmadinha nas suas próprias costas. Torça pelo seu time. Pinte um quadro. Cumprimente um novo vizinho. Compre um presente para você mesmo. Mude alguma coisa. Delegue tarefas. Diga “bem vindo” a quem chegou. Permita que alguém o ajude. A-gra-de-ça! Saiba que não está só. Decida-se a viver uma “paixão”, sem ela, nada de grande se consegue. Conserve esta árvore (de relações) diante de si os 365 dias do ano. Ela garante boa saúde, excelentes relações pessoais, rápido crescimento pessoal e comunitário e uma eternidade”.
Nossa obrigação principal não é com a família, com a sociedade e nem com a pátria. É conosco! É a de “sermos felizes”! Pode até ser que agindo dessa forma não venhamos, de fato, a aumentar em nada a quantidade dos anos da nossa vida. Somos muito frágeis e estamos expostos, a cada segundo, a riscos de todos os tipos (doenças, violência, acidentes, etc.), que independem dos nossos esforços e da nossa vontade. Todavia, encarando a vida sob foco positivo, um resultado é absolutamente seguro: Viveremos muito melhor! Isso é o que importa.

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