Saturday, June 13, 2009

Soneto à doce amada - XXVI


Pedro J. Bondaczuk

Já a Aurora aponta o seu rosado dedo
de luz, no longínquo horizonte além,
mas não me deixe, amada! Ainda é cedo
e eu não quero comigo mais ninguém!

Deixe o tempo rolar lá no infinito
e após, traçar sulcos em nosso rosto.
Mas por que o seu olhar está aflito?
Por que há em você tanto desgosto?

Não tema, porque estarei ao seu lado
nesta faina ao longo de toda a vida!
Lutemos contra tudo! Contra o fado

que está tramando a nossa despedida,
contra este sentimento de pecado,
nossa angústia da inocência perdida.

(Soneto composto em Campinas, em 22 de janeiro de 1968 e publicado na "Gazeta do Rio Pardo" em 30 de junho de 1968).

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